segunda-feira, 18 de março de 2013

Feliz Páscoa




Páscoa significa passagem de uma antiga vida para uma nova! (Êxodo 12:3-12)

Aproveitemos a páscoa (que não é chocolate, ainda que estes sejam muito bem vindos) para refletirmos sobre o passado, sobre o que temos feito do presente, e o que queremos para o futuro, o momento é oportuno, é a "Festa da Passagem do Egito (sistema velho) para Nova Canãa (sistema novo)", a caminhada é muitas vezes no deserto, mas este, é só de "passagem" nosso lugar não é lá; "Metanóia", como diria o Apóstolo Paulo - "Mudança de Mente", sem no entanto abandonar os paradigmas antigos, pois o problema não é o paradigma, mas a estagnação dele.

Portanto,

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. 1ª Coríntios 5:7

Feliz Páscoa!


OBS. Para compreender o contexto da páscoa, e de onde vieram os elementos bíblicos, inclusive a tradição de comer bacalhau hoje em dia, leia o artigo aqui em baixo desta mensagem:

Páscoa Judaica e Páscoa Cristã?



Você gostaria de entender se existem duas páscoas: uma judaica e outra cristã? Gostaria de saber entre outras coisas de onde surgiu a tradição de comer bacalhau na páscoa, no lugar de carnes vermelhas? Então você veio ao blog certo!

Cosmovisão Cristã, é a Visão cristã de mundo, ou seja, é a maneira como o cristianismo enxerga o mundo, ou ainda, o mundo do ponto de vista da Bíblia.

A origem da palavra Páscoa é Pessach, do hebraico, passagem, seu registro se encontra em Números 9:1-5

“E falou o SENHOR a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a páscoa. Então celebraram a páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o SENHOR ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel”. 

É verdade que numa festa de Páscoa Jesus Instituiu a Santa Ceia (Lucas 22:8-20), e a Igreja Cristã celebra a Ceia do Senhor até que Ele venha, porém observando a carta de Paulo aos Coríntios vemos ali um claro motivo para o Cristão também celebrar a Páscoa, uma vez que o Próprio Apostolo faz uso do fato como alusão a vida espiritual da igreja e nossa saída do mundo, entendido aqui como sistema maligno –pecado, e sempre gosto de destacar que as duas cartas aos coríntios são uma bela representação da igreja pós-moderna.

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. 1ª Coríntios 5:7

A páscoa judaica e a páscoa cristã são distintas em sua essência, embora ambas abordem o mesmo tema da libertação. A judaica comemora a libertação do cativeiro egípcio sob a liderança de Moisés, enquanto que a páscoa cristã foca, a libertação do pecado (mundo/sistema maligno), em Cristo Jesus, mediante sua morte e ressurreição.

De acordo com a Bíblia a primeira celebração de páscoa ocorreu quando o Senhor enviou dez pragas sobre o povo do Egito. Antes da décima praga - que seria a morte dos primogênitos das famílias egípcias.  Moisés foi instruído pelo mesmo Deus a pedir que cada família hebréia sacrificasse um cordeiro e molhasse os umbrais das portas, para que seus primogênitos não fossem exterminados. Chegada à noite, os hebreus comeram a carne de um cordeiro sem mancha, acompanhada de pães ázmos e ervas amargas.

“Falai a toda a congregação de Israel, dizendo: Aos dez deste mês tome cada um para si um cordeiro, segundo as casas dos pais, um cordeiro para cada família. Mas se a família for pequena para um cordeiro, então tome um só com seu vizinho perto de sua casa, conforme o número das almas; cada um conforme ao seu comer, fareis a conta conforme ao cordeiro. O cordeiro, ou cabrito, será sem mácula, um macho de um ano, o qual tomareis das ovelhas ou das cabras. E o guardareis até ao décimo quarto dia deste mês, e todo o ajuntamento da congregação de Israel o sacrificará à tarde. E tomarão do sangue, e pô-lo-ão em ambas as ombreiras, e na verga da porta, nas casas em que o comerem. E naquela noite comerão a carne assada no fogo, com pães ázimos; com ervas amargosas a comerão. Não comereis dele cru, nem cozido em água, senão assado no fogo, a sua cabeça com os seus pés e com a sua fressura. E nada dele deixareis até amanhã; mas o que dele ficar até amanhã, queimareis no fogo. Assim pois o comereis: Os vossos lombos cingidos, os vossos sapatos nos pés, e o vosso cajado na mão; e o comereis apressadamente; esta é a páscoa do SENHOR. E eu passarei pela terra do Egito esta noite, e ferirei todo o primogênito na terra do Egito, desde os homens até aos animais; e em todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR”. Êxodo 12:3-12

A chamada páscoa cristã foi estabelecida no Concílio de Nicéia, no ano de 325 de nossa era, porém a maior parte das igrejas evangélicas, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia.

DATA DA FESTA

Era uma festa anual celebrada no dia 14 do mês nisã. Em nosso calendário isso corresponde a um período nos meses de março e abril.

A RAZÃO DA FESTA

A grande importância dessa festa se encontra no êxodo, o ato redentor de Deus, pelo qual Israel se tornou povo dele.

Deus instruíra aos israelitas a que passassem sangue nos umbrais das portas para que não sofressem praga da matança dos primogênitos (Êx 12.7).

E naquela noite passou por todo o Egito e matou todos os primogênitos do sexo masculino, de homens e animais.

Mas não entrou nas casas cuja porta estava marcada com sangue, e nelas ninguém morreu.

Então os israelitas passaram a observar essa festa judaica, o principal marco de sua libertação e da proteção divina.

A COMEMORAÇÃO DA FESTA

O modo da celebrar essa festa judaica sofreu diversas modificações.

As instruções para a celebração da primeira páscoa, encontradas em Êxodo 12, constituem o plano básico original dado por Deus a eles.

1. Um cordeiro

O animal devia ser um macho de um ano, e seria imolado ao entardecer.

Eles deveriam passar o sangue dele nos umbrais e na verga da porta (a verga é a parte superior do portal).

Teriam de assá-lo sobre o fogo por inteiro, com a cabeça, as pernas e a fressura intactas, sem quebrar-lhe os ossos.

Teriam de comê-lo à noite, acompanhado de pão sem fermento e ervas amargas. E o que sobrasse deveria ser queimado ao amanhecer.

Além disso, teriam de fazer a refeição às pressas, com as sandálias nos pés, os lombos cingidos e o cajado de viagem na mão.

Isso tudo era figura da libertação operada por Deus.

2. A festa dos pães asmos

A festa dos pães asmos era uma parte da Páscoa.

Trata-se de uma comemoração de natureza agriculturas, que talvez já existisse antes mesmo da instituição da Páscoa.

Devia ter a duração de uma semana a começar do dia 14 do mês nisã.

A Páscoa era celebrada no primeiro dia dos pães asmos.

A festa da Páscoa, alegre e solene ao mesmo tempo, era celebrada simultaneamente por todos.

Mas cada um em sua própria casa, enquanto a festa dos pães asmos era uma festividade comunitária.

A PÁSCOA NO NOVO TESTAMENTO (FESTAS JUDAICAS)

A passagem do tempo e as mudanças sociais tiveram sensíveis efeitos sobre o povo de Israel, e a Páscoa passou por modificações.

No tempo de Cristo, as alterações que ela sofrera já estavam solidificadas.

Nessa ocasião, o povo tinha de se deslocar para Jerusalém, que então recebia grande afluxo de peregrinos.

Isso importava em sérios transtornos para a cidade, bem como para esses forasteiros.

E o resultado era que a cidade se tornava um centro comercial ainda mais agitado.

Os mercados ficavam abarrotados de grandes suprimentos de verduras e condimentos, dentre os quais a alface, o dente-de-leão, a pimenta, e outros.

Também eram necessários grandes carregamentos de frutas e vinho.

Esperava-se um altíssimo consumo de vinho, já que na celebração da Páscoa cada adulto bebia o equivalente a quatro copos.

Além disso, na época da festa, era consumida grande parte das azeitonas, uvas e cereais produzidos nas plantações próximas.

A cidade tinha que fornecer também um elevado número de animais para abate, não só para alimentar as multidões que ali acorriam, mas também para os holocaustos.

Josefo afirma que para o sacrifício eram necessários cerca de 25.000 animais.

Embora esse número talvez seja um tanto exagerado, o fato é que a quantidade era mesmo bem expressiva.

Essa foi uma das mudanças incorporadas à Páscoa. Desde 600 anos antes de Cristo, era costume imolar-se o cordeiro pascal em Jerusalém.

Por causa disso, a festa deixou de ser um evento familiar, transformando-se em romaria.

O Bacalhau, a Religião e a Páscoa.

A religião é o principal elo entre o bacalhau à Páscoa. Por trás dessa tradição está a influência da ICAR, que na Idade Média mantinha um calendário de jejuns que deveria ser cumprido pelos fiéis, que deveriam passar 46 dias em jejum de carnes consideradas quentes, como as vermelhas. Na época da abstinência, entre a Quarta-Feira de Cinzas e o Domingo de Páscoa, a igreja incentivava o consumo do bacalhau, uma carne considerada fria, a mais apropriada para o período da Quaresma.

Por causa do comércio no século XV e XVI:

“É certo que não há, nas sagradas escrituras, nenhuma norma ou referência que regulamente o consumo de peixes nesta época do ano. Da mesma forma como é fácil compreender a jogada comercial que motivou a prática. Na virada do século XV para o XVI o Vaticano financiava boa parte das grandes expedições marítimas. Para tanto associou-se a vários reis e rainhas católicos, em particular da Espanha e Portugal. Nos novos continentes descobertos, seu quinhão estava assegurado — a peso de muito ouro e enormes propriedades. É nesta época que, de repente, a Igreja cisma de decretar que, em reconhecimento ao sofrimento de Cristo, os fiéis não poderiam consumir carnes “quentes” ou “vermelhas” durante a Quaresma. O que nem todos sabiam é que o Vaticano, na verdade, era proprietário da maior frota bacalhoeira — caravelas para a pesca do bacalhau que levavam os “dóris”, barcos a remo nos quais os pescadores (bacalhoeiros) se lançavam ao mar para a pesca. Seus armazéns ficavam abarrotados e era preciso escoar regularmente a mercadoria antes do vencimento dos prazos de validade (afinal, peixe salgado também estraga porque o sal se desfaz a baixas temperaturas durante o inverno). Assim, visando a maximizar seus lucros, espertamente os padres proibiram o consumo de outros tipos de carne durante a Quaresma. Não deu outra: as vendas de bacalhau explodiram, já que o alimento era apreciado nas camadas populares europeias, sobretudo portuguesas, por ser nutritivo e barato. Os ricos e nobres continuaram mandando brasa nos seus faisões. Não por acaso há uma expressão em Portugal referente às visitas inesperadas (e de baixa condição social) que batem à porta em horário próximo do almoço. Quando se pergunta o que servir como alimento, o dono da casa ou anfitrião costuma dizer: “Para quem é, bacalhau”. E assim, durante séculos, até a Segunda Guerra Mundial, o bacalhau foi comida de pobre, mesmo no Brasil, cujo consumo massivo se deu após a chegada da corte portuguesa. Leia mais em: http://www.materiaincognita.com.br/por-que-se-come-peixes-e-bacalhau-durante-a-semana-santa/#ixzz2NY9V6vj3”

Aqui no Brasil, essa tradição chegou com os Portugueses, amantes do bacalhau e seguidores do catolicismo. Até a Segunda Guerra Mundial, o preço do peixe era acessível às famílias brasileiras, mas com o estourar das batalhas na Europa, o valor do bacalhau explodiu, restringindo o consumo popular. Assim, o peixe deixou de estar presente nas sextas-feiras, nos dias santos e nas festas familiares, e passou a figurar somente nas datas mais especiais para os cristãos, como o Natal e a Páscoa. (é só pesquisar a história do Bacalhau na internet e lá está a “história religiosa do bacalhau”).

Claro que A Festa Cristã da Páscoa tem origem na Festa Judaica, porém como já foi dito e é bom repetir, a maior parte das igrejas evangélicas, comemora a morte e a ressurreição de Cristo através da Cerimônia da Santa Ceia. 

A existência de uma páscoa cristã reside, também no fato de que Cristo é nosso Cordeiro Pascal (No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. João 1:29), e pelo próprio uso que o Apostolo faz em Coríntios, livro onde ele explica que as coisas que aconteceram a Israel foram para modelo, representação para o Cristão:

 “Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram todos debaixo da nuvem, e todos passaram pelo mar. E todos foram batizados em Moisés, na nuvem e no mar, E todos comeram de uma mesma comida espiritual, E beberam todos de uma mesma bebida espiritual, porque bebiam da pedra espiritual que os seguia; e a pedra era Cristo. Mas Deus não se agradou da maior parte deles, por isso foram prostrados no deserto. E estas coisas foram-nos feitas em figura, para que não cobicemos as coisas más, como eles cobiçaram”. 1 Coríntios 10:1-6

E ainda o escritor aos Hebreus, nos revela que tudo isso era sombra do que viria a ser de fato no Cristo:

Porque tendo a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam”. Hebreus 10:1

O bom mesmo é manter sempre o equilíbrio-moderação, sugerido pela própria Bíblia:

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação”. 2 Timóteo 1:7

Não sejas demasiadamente justo, nem demasiadamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo?” Eclesiastes 7:16

Esta tipologia da páscoa é óbvia, O Cordeiro é Cristo; O Pão sem fermento-a pureza do amor de Deus; As ervas amargas lembram como era amarga a vida no Egito; O Egito – O mundo; Faraó- satanás nos fazendo propostas para ficarmos “em seu Egito”; O Vinho-O Sangue, O Deserto- Nossa Caminhada; Canaã O Céu.

“Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós”. 1ª Coríntios 5:7

Portanto, Comemorem a Páscoa em suas Casas e Igrejas.

Em Cristo. Feliz Páscoa a Todos!