quinta-feira, 4 de abril de 2013

Interpretação Cristocêntrica da Bíblia




Verdades Práticas:

  • Não é preciso ser um grande acadêmico ou um renomado pregador para compreender as Escrituras; a interpretação bíblica deve ser cristo-cêntrica.

  • Só estaremos lendo a Bíblia corretamente se estivermos vendo Jesus Cristo em suas páginas. (Exemplo 1ª Samuel 17 Davi e Golias)


Contextualizando:

Normalmente, nas pregações sempre ouvimos que somos Davi, e que temos que derrotar nosso gigantes, que são nosso problemas de qualquer ordem e  natureza. Isso está correto no quesito Aplicação, mas não o é no quesito interpretação, pois a historia narrada na Bíblia não é sobre mim ou você, mas sobre Cristo e sua obra redentora por nós.

A questão doutrinária em Davi e Golias, é que Jesus Cristo é o nosso Davi, Golias logicamente, Satanás, o exercito, são os demônios. E Nós? Nós estamos representados naqueles israelitas com medo e incapazes de realizar a obra, por isso Cristo (nosso Davi) é quem derrota satanás (nosso Golias), tanto é assim que em Ezequiel Jesus é chamado de Davi, quando este relata, o estabelecimento do Reino Milenar de Cristo na Terra. (Ezequiel 37:24).

Há uma aplicação histórica, pois de fato aconteceu, Também há aplicação doutrinária, pois Davi representa Cristo e sua vitoria sobre satanás, e há aplicação espiritual, e é nela que poderemos ser Davi, ou a arma de Davi, como a pedra ou a atiradeira que ele usou, como sendo instrumentos na mão de Deus, ou ainda podemos descobrir que temos sido Golias atrapalhando o progresso do Reino de Deus na terra.

É para pensar não é?

Continuando, ao todo, existem 15 (quinze) Leis de Interpretação a Bíblia, hoje aprenderemos a lei da dupla referência, mantendo o foco de que toda interpretação da Bíblia deve ser cristocêntrica.

As profecias obedecem a lei da dupla referência, ou seja, têm duas ou mais aplicações, dois ou mais cumprimentos; daí o Termo: "Profecia de Duplo Cumprimento". Um figurado e Outro Literal, um próximo (perto) e outro demorado (distante).

Qualquer pessoa pode entender os acontecimentos importantes da profecia bíblica, se dedicar um pouco de seu tempo comparando texto com texto, evitando a tentação de espiritualizar qualquer coisa, que de inicio pareça complexa. 

Uma regra de ouro na interpretação bíblica:

"Quando o pleno entendimento da Escritura forma o sentido comum, não procure outro, mas tome cada palavra em seu principal significado literal, a menos que os fatos do contexto imediato indiquem claramente outro sentido. - Dr. David L. Cooper."

Como dissemos acima, na Bíblia geralmente as palavras possuem cumprimentos duplos ou triplos. Com os Salmos claro, não seria diferente.

Todo versículo tem pelo menos três aplicações e uma interpretação (cristocêntrica), e pode então ser aplicado de três maneiras, por exemplo:

1º) Histórica - Literal.
2º) Doutrinária - Moral.
3º) Profética ou Espiritual.

Veja, Oséias 11:1 diz: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito Chamei o meu Filho”.

Literalmente o texto refere-se à saída de Israel do Egito.

Doutrinariamente e figuradamente mostra quando um pecador deixa o Egito(mundo) e torna-se filho de Deus.

Profeticamente se cumpriu em Jesus Cristo, como prova o evangelista Mateus (Mt 2:15).

“E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.”

Neste caso a terceira interpretação ficou como Profética e não espiritual.

Agora o episódio de Davi e Bete-seba por exemplo:

Tem aplicação Histórica, Doutrinária e Espiritual:

Pois historicamente aconteceu.

Doutrinariamente serve regra para levarmos um vida moral íntegra sem desvios e adultérios.

Espiritualmente traz o principio da obediência e submissão a Deus, que devemos estar é onde Deus nos colocou e não onde está nossa vontade, Deus havia colocado Davi por Grande Rei e estrategista de Guerra, mais ele ao invés disso estava no “terraço”, “tomando sol no ócio”.

Caro leitor, você tem permanecido onde Deus te colocou?

A luz deste ensino, vamos interpretar agora o Salmo 24:

Como compreender as palavras citadas neste Salmo?

DO Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.) Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)

A Entrada do Rei da Glória (Salmos 24)

Descrição do fato:

Naturalmente, depois que a batalha se encerra, o exército e a arca faziam o trajeto de volta ao santuário. Essa é provavelmente a situação que está por traz da liturgia no salmo 24.

Depois de uma declaração da soberania de Deus. Sobre usa criação (v. 1,2) os versos de 3 a 6 descrevem o tipo de pessoa que podia entrar nos recintos sagrados. Pode ser que isso implique que alguém ou determinado grupo procurasse ter acesso ao santuário, e, pelos versículos de 7 a 10, acreditamos que a idéia se refere ao exército, no momento em que retorna a Jerusalém para colocar a arca de volta no lugar Santíssimo.

Portanto, a interpretação do diálogo que acontece nos versículos de 7 a 10 é de que se trata de uma conversa entre um porteiro levita e os sacerdotes que carregavam a arca à frente do exército. Os primeiros a falar são os sacerdotes, que pedem acesso pelos portões da cidade: “abram-se, ó portais abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da Glória entre”. (v 7 em algumas traduções).

A maneira de se entender historicamente (literalmente), como Deus pode ser visualizado em sua entrada pelo portão da cidade seria representado pela arca. De qualquer forma esse pedido é seguido por uma resposta indagadora do porteiro: “Quem é o Rei da Glória?” (v. 8a).

É obvio que os sacerdotes sabem muito bem quem é o Rei da Glória. Todavia a pergunta admite uma resposta de LOUVOR DESCRITIVO a DEUS, o Guerreiro.

De novo o sacerdote na liderança do exército responde: “O Senhor forte e valente, O Senhor valente nas guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portais antigos, para que o Rei da glória entre”. (v 8b,9).

Isso fornece a oportunidade para uma enfática reafirmação da pergunta e da resposta: “Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos, ele é o Rei da glória”. (v 10).

Entendemos que será no tribunal de Cristo que o Salmo 24.7-10, terá seu cumprimento profético, quando a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Então milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da Glória? e a igreja responde: O Senhor forte e poderoso na guerra. Mas não abrirá, e a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrara o Rei da Gloria. E milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da glória? E a igreja responderá: E o Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Então os umbrais se abrirão e o Senhor entrará com a igreja e os anjos a glorificarem o seu nome.

E sem dúvida há ali a descrição doutrinária, de como moralmente devem andar aqueles que quiserem habitar com Deus.
Professor Rodrigo Martins de Oliveira, Pastor
Professor de Escatologia Bíblica no ITQ Juiz de Fora MG