Verdades Práticas:
- Não é preciso ser um grande acadêmico ou um renomado pregador para compreender as Escrituras; a interpretação bíblica deve ser cristo-cêntrica.
- Só estaremos lendo a Bíblia corretamente se estivermos vendo Jesus Cristo em suas páginas. (Exemplo 1ª Samuel 17 Davi e Golias)
Contextualizando:
Normalmente, nas
pregações sempre ouvimos que somos Davi, e que temos que derrotar nosso
gigantes, que são nosso problemas de qualquer ordem e natureza. Isso está correto no quesito
Aplicação, mas não o é no quesito interpretação, pois a historia narrada na
Bíblia não é sobre mim ou você, mas sobre Cristo e sua obra redentora por nós.
A questão doutrinária
em Davi e Golias, é que Jesus Cristo é o nosso Davi, Golias logicamente,
Satanás, o exercito, são os demônios. E Nós? Nós estamos representados naqueles
israelitas com medo e incapazes de realizar a obra, por isso Cristo (nosso
Davi) é quem derrota satanás (nosso Golias), tanto é assim que em Ezequiel
Jesus é chamado de Davi, quando este relata, o estabelecimento do Reino Milenar
de Cristo na Terra. (Ezequiel 37:24).
Há uma aplicação histórica,
pois de fato aconteceu, Também há aplicação doutrinária, pois Davi representa Cristo e
sua vitoria sobre satanás, e há aplicação espiritual, e é nela que poderemos ser Davi, ou a arma de Davi, como a pedra ou a atiradeira que ele usou, como sendo instrumentos na mão de Deus, ou ainda podemos descobrir que temos sido Golias
atrapalhando o progresso do Reino de Deus na terra.
É para pensar não é?
Continuando, ao todo,
existem 15 (quinze) Leis de Interpretação a Bíblia, hoje aprenderemos a lei da dupla
referência, mantendo o foco de que toda interpretação da Bíblia deve ser cristocêntrica.
As profecias obedecem a
lei da dupla referência, ou seja, têm duas ou mais aplicações, dois ou mais
cumprimentos; daí o Termo: "Profecia de Duplo Cumprimento". Um
figurado e Outro Literal, um próximo (perto) e outro demorado (distante).
Qualquer pessoa pode
entender os acontecimentos importantes da profecia bíblica, se dedicar um pouco
de seu tempo comparando texto com texto, evitando a tentação de espiritualizar
qualquer coisa, que de inicio pareça complexa.
Uma regra de ouro na interpretação
bíblica:
"Quando o pleno
entendimento da Escritura forma o sentido comum, não procure outro, mas tome
cada palavra em seu principal significado literal, a menos que os fatos do
contexto imediato indiquem claramente outro sentido. - Dr. David L. Cooper."
Como dissemos acima, na Bíblia geralmente as palavras possuem cumprimentos duplos ou triplos. Com os Salmos claro, não seria diferente.
Todo versículo tem pelo menos três aplicações e uma interpretação (cristocêntrica), e pode então ser aplicado de três maneiras, por exemplo:
1º) Histórica - Literal.
2º) Doutrinária - Moral.
3º) Profética ou Espiritual.
Veja, Oséias 11:1 diz: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito Chamei o meu Filho”.
Literalmente o texto refere-se à saída de Israel do Egito.
Doutrinariamente e figuradamente mostra quando um pecador deixa o Egito(mundo) e torna-se filho de Deus.
Profeticamente se cumpriu em Jesus Cristo, como prova o evangelista Mateus (Mt 2:15).
“E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.”
Neste caso a terceira interpretação ficou como Profética e não espiritual.
Agora o episódio de Davi e Bete-seba por exemplo:
Tem aplicação Histórica, Doutrinária e Espiritual:
Pois historicamente aconteceu.
Doutrinariamente serve regra para levarmos um vida moral íntegra sem desvios e adultérios.
Espiritualmente traz o principio da obediência e submissão a Deus, que devemos estar é onde Deus nos colocou e não onde está nossa vontade, Deus havia colocado Davi por Grande Rei e estrategista de Guerra, mais ele ao invés disso estava no “terraço”, “tomando sol no ócio”.
Caro leitor, você tem permanecido onde Deus te colocou?
A luz deste ensino, vamos interpretar agora o Salmo 24:
Como compreender as
palavras citadas neste Salmo?
“DO Senhor é a terra e
a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam Porque ele a fundou sobre
os mares, e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem
estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que
não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a
bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles
que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.) Levantai, ó
portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da
Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso
na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos
Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)”
A Entrada do Rei da Glória (Salmos 24)
Descrição do fato:
Naturalmente, depois
que a batalha se encerra, o exército e a arca faziam o trajeto de volta ao
santuário. Essa é provavelmente a situação que está por traz da liturgia no
salmo 24.
Depois de uma
declaração da soberania de Deus. Sobre usa criação (v. 1,2) os versos de 3 a 6
descrevem o tipo de pessoa que podia entrar nos recintos sagrados. Pode ser que
isso implique que alguém ou determinado grupo procurasse ter acesso ao
santuário, e, pelos versículos de 7 a 10, acreditamos que a idéia se refere ao
exército, no momento em que retorna a Jerusalém para colocar a arca de volta no
lugar Santíssimo.
Portanto, a
interpretação do diálogo que acontece nos versículos de 7 a 10 é de que se
trata de uma conversa entre um porteiro levita e os sacerdotes que carregavam a
arca à frente do exército. Os primeiros a falar são os sacerdotes, que pedem
acesso pelos portões da cidade: “abram-se, ó portais abram-se, ó portas
antigas, para que o Rei da Glória entre”. (v 7 em algumas traduções).
A maneira de se
entender historicamente (literalmente), como Deus pode ser visualizado em sua
entrada pelo portão da cidade seria representado pela arca. De qualquer forma
esse pedido é seguido por uma resposta indagadora do porteiro: “Quem é o Rei da
Glória?” (v. 8a).
É obvio que os
sacerdotes sabem muito bem quem é o Rei da Glória. Todavia a pergunta admite
uma resposta de LOUVOR DESCRITIVO a DEUS, o Guerreiro.
De novo o sacerdote na
liderança do exército responde: “O Senhor forte e valente, O Senhor valente nas
guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portais antigos, para que o Rei da
glória entre”. (v 8b,9).
Isso fornece a
oportunidade para uma enfática reafirmação da pergunta e da resposta: “Quem é
esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos, ele é o Rei da glória”. (v 10).
Entendemos que será no
tribunal de Cristo que o Salmo 24.7-10, terá seu cumprimento profético, quando
a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrará o Rei da Glória. Então milhares de anjos perguntarão: Quem é
este Rei da Glória? e a igreja responde: O Senhor forte e poderoso na guerra.
Mas não abrirá, e a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó entradas eternas, e entrara o Rei da Gloria. E milhares de anjos
perguntarão: Quem é este Rei da glória? E a igreja responderá: E o Senhor dos
Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Então os umbrais se abrirão e o Senhor
entrará com a igreja e os anjos a glorificarem o seu nome.
E sem dúvida há ali a
descrição doutrinária, de como moralmente devem andar aqueles que quiserem
habitar com Deus.
Professor
Rodrigo Martins de Oliveira, Pastor
Professor
de Escatologia Bíblica no ITQ Juiz de Fora MG