Agora que você está familiarizado
com os temas da Escatologia através dos vídeos aqui no canal: "A Hora da Escatologia", chegou o momento de
conhecer as Linhas de Interpretação, suas Escolas e seus Métodos, porque a Escatologia é o ramo
em que os Teólogos concordam em discordar, porém como disse agostinho:
“Nas coisas essenciais, a unidade; nas
coisas não essenciais, a liberdade; em todas as coisas, a caridade.” Santo
Agostinho
Na aula de hoje nós
vamos aprender as quatro interpretações do Apocalipse, os três métodos e a
importância do posicionamento á respeito da Volta de Cristo, ara se compreender
o Apocalipse.
Escolas
e Tempos
A maioria das diferentes escolas de interpretação pode ser
entendida na forma em que seu método explica o tempo.
Os preteristas afirmam
que a maior parte do Apocalipse tem sua principal referência no passado. Os
futuristas declaram que a maior parte do livro ainda deverá ter cumprimento
futuro. Os historicistas estão seguros de que o livro foi cumprido parcialmente
no passado, está ainda tendo cumprimento no presente, e somente se cumprirá
plenamente no futuro.
Essas escolas são o Idealismo, o Preterismo, o Futurismo
e o Historicismo:
Escola do Idealismo
A escola idealista de
interpretação julga que o livro de Apocalipse é um desdobrar de princípios em
figuras. O propósito do livro de Apocalipse não é falar de eventos específicos
a virem. É somente para ensinar verdades espirituais que podem ser aplicadas a
todas as situações
Escola Preterista
O preterismo é a
metodologia mais popular para o exame do Apocalipse entre os eruditos críticos.
Esses escritores entendem que as principais profecias do livro do Apocalipse
cumpriram-se na destruição de Jerusalém (em 70 AD) e na queda do Império
Romano.
A Escola do Futurismo
O futurismo situa-se no
outro extremo da interpretação, com relação ao preterismo. O futurismo acredita
que o livro de Apocalipse, com a possível exceção dos três primeiros capítulos,
aplica-se totalmente ao futuro. O Futurismo aponta à tribulação final da igreja
e é portanto especialmente dirigido aos crentes nos primeiros últimos anos da
história.
A Escola do Historicismo
O historicismo é o
método de interpretação da profecia que declara que o livro do Apocalipse é um
histórico profético da igreja e do mundo, desde o tempo de João até o segundo
advento. As predições dadas no livro do Apocalipse não são somente movimentos
gerais na história, declara o Historicismo. Mesmo eventos específicos são
preditos. Isso inclui a identificação de datas reais do calendário.
O
Método (são três métodos)
O método alegórico
A partir da Idade
Média, o método cristão de interpretação da Bíblia sofreu alterações. Os
exegetas medievais, seguindo Orígenes (185-253 d.C.), consideravam o sentido
literal das Escrituras como pouco importante e pouco edificante. Eles diziam
que o texto bíblico sempre tinha quatro níveis de sentidos: o sentido
literal, o sentido anagógico, o sentido escatológico e o sentido
moral.
Para
perceber os sentidos da Bíblia, tomemos como exemplo a palavra Jerusalém. No
sentido literal, significa a cidade santa; no sentido alegórico, representa a
Igreja; no sentido moral, é o centro onde Deus fala ao seu povo; no sentido
anagógico, é a cidade de Deus, o céu.
Anagogia é um derivado
grego cujo significado é elevar, subir, conduzir para o alto. Há registros dele
em português desde o séc. XV com o significado de 1) arrebatamento, êxtase
místico, elevação da alma na contemplação das coisas divinas, 2) interpretação
mística dos símbolos e alegorias das Sagradas Escrituras (Cfr. Aurélio).
Em hermenêutica, o
sentido técnico de anagogia é exatamente o sentido 2). O verbo grego “anágo”,
de onde veio anagogia, significa “fazer subir”, “levar para o alto”. Os
tratadistas ensinam que o sentido anagógico é aquele que nos faz conhecer as
coisas dentro da sua significação eterna e nos remete à nossa salvação, ao céu.
Por ele vemos realidades que nos conduzem em direção à nossa pátria.
O método
histórico-gramatical (gramatical hitórico)
Com a Reforma
Protestante no século 16, a importância do sentido literal do texto bíblico é
resgatada e o “misticismo hermenêutico”, deixado de lado. Os reformadores
protestaram contra o método alegórico e enfatizaram que o sentido literal, a
intenção do autor, o sentido original de cada passagem das Escrituras, são o
único guia seguro para entender a Palavra de Deus. Com isso, não estavam
querendo dizer que esse “literalismo” não reconhecia as figuras de linguagem
empregadas nas Escrituras, mas afirmava que deveria se fazer distinção clara
entre o que era explicitamente figura de linguagem e o que não era.
O método histórico-crítico
de interpretação
O método
histórico-crítico de interpretação é um método de interpretação da Bíblia
próprio do liberalismo teológico, que é a sua base ideológica. É também chamado
de Alta Crítica. A gênese do método histórico-crítico está no Iluminismo,
quando os homens passaram a achar que a própria razão, a análise crítica e
racional, é o suficiente para o homem entender o mundo e resolver os seus
problemas. A filosofia predominante era o racionalismo. No método
histórico-crítico, a interpretação da Bíblia deixou de ser uma tarefa para
entender o que o autor queria dizer para ser uma tarefa de questionamento da
produção do texto. O objetivo era tirar do cânon formal o cânon normativo. O
teólogo alemão Johann Salomo Semler (1725-1791) dizia: “A raiz de todos os
males (na teologia) é usar os termos ‘Palavra de Deus’ e ‘Escritura’ como se
fossem idênticos”. Logo, segundo ele, era preciso distinguir e separar a
“Palavra de Deus” da “Escritura”. O que Semler estava querendo dizer com isso é
que a Escritura conteria erros e contradições ao lado de palavras que provêm de
Deus. Estava implícita também nesta declaração a descrença na possibilidade do
sobrenatural na história, devido à influência do racionalismo e do deísmo.
Rejeitava-se a infalibilidade e a autoridade das Escrituras. Foi a partir
desses pressupostos teológicos que o método histórico-crítico foi construído.
As etapas do método
histórico-crítico são:
I – Crítica das Fontes
– Partia do princípio de que os textos bíblicos eram edições feitas a partir de
várias fontes diferentes, e usavam como pista qualquer aparente diferença de
vocabulário ou estilo, repetições de histórias e digressões. A primeira hipótese
desse tipo de crítica foi a Hipótese Documentária, que cria nas fontes Eloísta,
Javista, Deuteronomista e do Quarto Documento no Antigo Testamento. Segundo os
defensores dessa teoria, a Bíblia Hebraica teria sido editada para aglutinar
quatro fontes. Tudo começou com um médico francês chamado Jean Astruc, que em
1753 levantou a tese de duas fontes – Eloísta e Javista – em Gênesis.
II – Crítica da Forma –
Ainda mais radical. Já que poder-se-ia dizer ainda que as fontes se baseavam em
tradição oral, então os liberais partiram para a crítica da forma do texto.
Todos os textos tinham uma intenção política e eram manipulados. Bultmann chega
a dizer que menos de 10% das falas de Jesus foram realmente proferidas por Ele.
Tentam diferenciar o “Jesus da Fé” do “Jesus Histórico”.
III – Crítica da
Redação – Objetivava identificar as “edições” na redação do texto bíblico e
expurgá-las para extrair o que seria real e historicamente confiável segundo os
liberais.
Uma
vez que você conheça as quatro linhas, e os métodos, o próximo passo é se
posicionar a respeito da Volta de Cristo e do seu Reino Milenar.
Sobre a Volta de Cristo e o Arrebatamento:
Pré-Tribulacionismo;
Meso-(Mid) Tribulacionismo, Pós Tribulacionismo.
Sobre A Volta de Cristo e o Milênio:
A escola Idealista
rejeita todas essas três escolas. O idealista diz que essas três escolas são
por demais específicas ao interpretar os símbolos proféticos. O idealista busca
um método de interpretação mais espiritual, filosófico ou poético.
As outras Escolas de Interpretação sobre o Milênio, estão relacionadas à essas três posições sobre o Arrebatamento, e são quatro:
São quatro principais Escolas Escatológicas mais conhecidas: Pré-milenismo Histórico;
Pré-Milenismo Dispensacionalista;
Pós-milenismo e A-milenismo:
O prefixo já da a
entender a relação do termo com o episódio. O retorno de Cristo acorrerá antes
do milênio. O Pré-milenista histórico não acredita no Arrebatamento antes da
Tribulação, já o Pré-milenista Dispensacionalista sim. O prefixo pós descreve o
significado do termo em relação ao milênio: a volta de Cristo será depois do
milênio. De acordo com os Pós-milenistas, o avanço do evangelho e o crescimento
da igreja se acentuarão de forma gradativa, de tal modo que uma proporção cada
vez maior da população mundial se tornará cristã. O amilenismo é a
interpretação do milênio não literal antes da volta de Cristo. Os Amilenistas
acreditam que no final haverá um desenvolvimento paralelo tanto do bem quanto
do mal, do Reino de deus e do que pertence a Satanás. A visão amilenista é a
mais simples de todas as interpretações, pois descreve o milênio de Apocalipse
20.1-10 como sendo a “ Era da Igreja”. A era da Igreja (o milênio não literal)
trata-se de uma era em que a influencia de satanás sobre as nações sofre grande
redução de modo que o evangelho pode ser pregado por todo o mundo. Aqueles que
Reinam com Cristo por mil anos são os cristãos que morreram e já estão reinando
com Cristo no Céu.
Tendo se apropriado desse conhecimento de Linhas de Interpretação, Métodos e Posições sobre a Volta e Milênio, é preciso que se observe três princípios:
Princípio nº 1 –
Conhecimento abrangente das profecias bíblicas
Princípio nº 2 – O
cumprimento das profecias no mundo
Princípio nº 3 –
Conhecimento geral da Bíblia e seus fatos
Agora de posse dessas ferramentas há que se assumir uma de duas posições a respeito do Julgamento divindo chamado de Selos, Trombetas e Taças.
1)
Cronologia: Os sete selos (Apocalipse
6:1-17; 8:1-5), sete trombetas (Apocalipse 8:6-21; 11:15-19) e sete taças
(Apocalipse 16:1-21) são três séries de julgamentos de Deus que são diferentes
e consecutivas. Os julgamentos progressivamente pioram e se tornam mais devastadores
à medida que o fim dos tempos progride. Os sete selos, trombetas e taças estão
conectados uns aos outros – o sétimo selo inicia as sete trombetas (Apocalipse
8:1-5), e a sétima trombeta inicia as sete taças (Apocalipse 11:15-19; 15:1-8).
2)
Sete seções
paralelas: O Apocalipse é um livro como um todo orgânico e que se desenvolve
num paralelismo progressivo, está organizado em sete seções paralelas e progressivas, ou seja, a mesma
história é contada e recontada, porém de ângulos diferentes, de modo que a cada
vez que a história se repete novos elementos e detalhes são introduzidos
lançando luz sobre a profecia revelada ao Apóstolo João. As sete seções
do Apocalipse são organizadas em ordem climática crescente. Há progresso na
ênfase escatológica. O juízo final é, primeiramente, anunciado, depois,
apresentado e, finalmente, descrito. Igualmente, o novo céu e a nova terra são
descritos mais plenamente na seção final do que nas precedente. As seções do Apocalipse
ocorrem paralelamente, e não sequencialmente, por exemplo, as taças não sucedem
cronologicamente as trombetas, mas se encaixam, se completam, de modo que
conforme vamos avançando na narrativa do livro, percebemos que as cenas vão
ficando cada vez mais claras e completas. O juízo de Deus vai se revelando de
um modo paralelo e progressivo no livro do Apocalipse.
As Sete Seções
Paralelas dispostas:
1. Cristo no meio dos
candeeiros (1:1-3:22)
2. A visão do céu e dos
selos (4:1-7:17)
3. As sete trombetas
(8:1-11:19)
4. O dragão perseguidor
(12:1-14:20)
5. As sete taças
(15:1-16:21)
7. A grande consumação
(20:1-22:21)
Veremos mais nos 03 (três) vídeos:
Milênio Apocalipse.
Aula 18 de Escatologia
Arrebatamento da Igreja
e suas Três Teorias. Aula 20 de Escatologia
O que é a primeira
ressurreição? Aula 27 de Escatologia: