sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Hermenêutica Aplicada na Teologia


Pergunta: "A Bíblia é relevante para os dias de hoje?”

É muito comum ouvir essa pergunta fora do circulo evangélico, a resposta para a maioria dos meus leitores parecerá óbvia, porém você sabe mesmo responde-la de maneira satisfatória?

Quem me conhece sabe que há muito tempo manifesto minha preocupação com estudantes de hermenêutica, que aprendem essas regras, mas, se esquecem de aprender a aplicação prática da bíblia para hoje.

Eu estava lendo um livro de hermenêutica com enfoque na “Ciência da Aplicação” ou Hermenêutica Aplicada.

O motivo, de ler tantos livros assim, é o fato de perceber que todos os anos, Institutos Teológicos formam alunos conhecedores das regras de interpretação da bíblia, porém em muitos “casos” parece não  preencher a lacuna  em nosso entendimento de como nos mover da interpretação bíblica para a aplicação na vida real.

Primeiramente é bom mencionar que nem todas as Escrituras necessariamente  se aplicam explicitamente a nós hoje, mas todas contêm verdade que podemos e devemos aplicar em nossas vidas hoje.

“Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça;” 2 Timóteo 3:16

Mudam as culturas, as leis, as gerações vêm e vão, mas a Palavra de Deus é tão relevante hoje quanto o era quando começou a ser escrita. E ela (A Bíblia) não mudou, o que muda as vezes, é a maneira de comunica-la.

OICA:

Quantos no entanto, foram além de ouviu falar na “Oica”,  aprendendo de fato a concluir seus quatro passos ????

Percebo que a maioria dos alunos cumprem bem os três primeiros passos, porém a grande maioria não sabe aplicar as escrituras na vida contemporânea da igreja, e o grande problema é que o aluno de hoje, é o pregador/pastor de “amanhã”.

a)    Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o que realmente descreve os fatos, levando também em conta a importância das declarações e o contexto;

b)    Interpretação – É o passo que nos leva a buscar a explicação e o significado (tanto para o autor quanto para o leitor) para entender a mensagem central do texto lido. A interpretação deverá ser conduzida dentro do contexto textual e histórico com oração e dependência total do Espírito Santo, analisando o significado das palavras e frases chaves, avaliando os fatos, investigando os pontos difíceis ou incertos, resumindo a mensagem do autor a seus leitores originais e fazer a contextualização (trazer a mensagem a nossa época ou ao nosso contexto);

c)    Correlação – É o passo que nos leva a comparar narrativas ou mensagem de um fato escrito por vários autores, em épocas distintas em que cada um narra o fato, em ângulos não coincidentes.

d)    Aplicação – É o passo que nos leva a buscar mudanças de atitudes e de ações em função da verdade descoberta. É a resposta através da ação prática daquilo que se aprendeu.

Na Aplicação ouço “pessoas apressadas” dizerem: “este texto não trás nenhum ensino para nós, pois foi direcionado para a igreja tal...”

Vejamos o próprio Apostolo Paulo mandando que uma igreja leia a carta e após ter lido troque com a outra e vice-versa:

“E, quando esta epístola tiver sido lida entre vós, fazei que também o seja na igreja dos laodicenses, e a que veio de Laodicéia lede-a vós também.” Colossenses 4:16

Portanto suas verdades eram aplicáveis a ambas.

Agora nas duas passagens a seguir Jesus repreendia os religiosos por sua postura equivocada no aplicar as escrituras:

“Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.” Mateus 22:29

“Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;” João 5:39

Já se perguntou por que Deus teria mandado Josué meditar na sua lei dia e noite?

“Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” Josué 1:8

Não era somente para conhecer a história, mas para que em conhecendo-a aplicasse seus ensinos á sua vida e comunidade.

A quem possa interessar em 20/01 as matriculas do ITQ estarão abertas (risos)

Rodrigo Martins Professor de Teologia e Vice-diretor no ITQ Juiz de Fora MG



sexta-feira, 1 de novembro de 2013

O Natal e A Cosmovisão Cristã



Basta nos aproximarmos do natal para começarem os debates entre alguns cristãos, se devem ou não comemorar o natal, diante do tema, apresento, meu argumento.

O que é cosmovisão?

A maneira como você se posiciona frente aos vários acontecimentos do mundo são baseados em sua cosmovisão.

Cosmovisão é o modo como vemos o mundo e a interpretação que fazemos da realidade, é o mesmo que “modo de olhar o mundo, percepção de mundo, ponto-de-vista”.

Logo, uma Cosmovisão Cristã, é uma visão Bíblica de Mundo, ou, como os Cristãos vêem o Mundo.

Do ponto de vista Cristão Bíblico, Será que é errado celebrar o natal (nascimento) de Jesus Cristo em 25 de dezembro?

Qual sua cosmovisão acerca do Natal?

Reflita comigo um pouco...

Se existe uma data festiva que o Cristão deve comemorar esta data é o Natal.

Natal é Oportunidade!

Nesta data há uma tendência de as pessoas estarem “pensando mais no próximo” e “fazendo boas ações”, e onde muitos corações estão mais abertos.

É preciso que haja espírito de tolerância para com os que não pensam como nós, em aspectos secundários de nossa fé (conforme Romanos 14):

“Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias. Cada um deve estar plenamente convicto em sua própria mente. Aquele que considera um dia como especial, para o Senhor assim o faz. Aquele que come carne, come para o Senhor, pois dá graças a Deus; e aquele que se abstém, para o Senhor se abstém, e dá graças a Deus.(Romanos 14:5-6) Assim, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus.Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão”.(Romanos 14:12-13)NVI

Os extremos devem ser evitados sempre.

“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio”. 2ª Timóteo 1:7 NVI

Penso que, aqueles que se fecham para essa data, perdem uma grande oportunidade, pois como disse, nesse dia a maioria das pessoas está sensível a ouvir algo sobre Jesus Cristo.

Com conhecimento das Escrituras o Apostolo Paulo mudou a cosmovisão das pessoas!

Reflita sobre isso, quando Paulo chegou em Atenas, e encontrou o povo entregue ao paganismo; sua atitude foi sensata e inteligente. (conforme ATOS Capítulo 17).

“E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria”. Atos 17:16

“E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos;” Atos 17:22

“Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio” Atos 17:23

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens;” Atos 17:24

Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas;” Atos 17:25

E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação;” Atos 17:26

Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos.” Atos 17:30-31

“Todavia, chegando alguns homens a ele, creram; entre os quais foi Dionísio, areopagita, uma mulher por nome Dâmaris, e com eles outros”. Atos 17:34

O discurso do Apóstolo Paulo é uma síntese da visão cristã do mundo. Nessa passagem, Paulo discute suas visões sobre a origem e natureza do universo, a identidade e valor dos seres humanos, a natureza e a existência de Deus, a teoria cristã da verdade e do destino humano. Nessa breve passagem, Paulo responde às questões essenciais que todas as cosmovisões devem abordar.

Conhecendo um pouco mais, a história do natal.

Origem:

É verdade que a data de 25 de Dezembro marcava a celebração de uma festa pagã conhecida como Natalis Solis Invicti (Nascimento do Sol Invencível), em homenagem aos deus Mitra (da religião Persa). No ano de 440 d.c. porém, na tradição cristã, a data foi fixada para marcar o nascimento de Jesus, já que ninguém sabia a data de seu nascimento, este é o primeiro ponto que devemos ter em mente(e no coração).
Mas será que esta origem pagã depõe contra os cristãos que hoje celebram o 25 de dezembro em homenagem a Jesus Cristo?

Não!

Vamos Explicar:

O Natal (mesmo a data original tendo uma origem pagã) é um evento que deveria ser celebrado por todos os cristãos ao redor do mundo (claro, sem criar uma doutrina).

Mas por que celebrá-lo? Ora, havia uma festa dedicada a um deus falso, Mitra, considerado o Sol Invencível. As atenções eram voltadas para ele (e isto, sim, servia aos propósitos de satanás).

Surge, porém, a igreja com uma mensagem inovadora aos pagãosO Sol Invencível existe, e não é Mitra (uma entidade mitológica); seu nome é Jesus Cristo!Ele foi visto e tocado, pois ERA e É Real!

“Mas para vós, os que temeis o meu nome, nascerá o sol da justiça, e cura trará nas suas asas; e saireis e saltareis como bezerros da estrebaria.” Malaquias 4:2

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”.João 1:1

E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”. João 1:14

A festa mitraica oferecia prazeres terrenos e momentâneos; ao passo que Jesus Cristo oferece Salvação, a libertação do pecado e a vida eterna. “Pois o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo (Romanos 14:17)

Que nome lhe vem à mente quando mencionamos a data 25 de dezembro: Mitra ou Jesus Cristo? 

Mitra já foi esquecido, há muito tempo. O Sol da Justiça veio e venceu, provando que Ele, sim, é verdadeiramente o INVENCÍVEL: Assim, o nome de Jesus foi mais uma vez engrandecido. Onde havia trevas, resplandeceu a luz.

Quanto aos presentes, Os magos que visitaram Jesus levaram presentes, porque, no Oriente não se costumava entrar na presença de reis ou pessoas importantes com as mãos vazias. Este costume ocorreu com freqüência no Velho Testamento e ainda persiste no Oriente em algumas ilhas do pacifico sul.

Há como saber quando Jesus Nasceu?

Bom, Concordo com alguns pesquisadores que observam alguns detalhes bíblicos, supondo que o nascimento de Jesus Cristo foi o cumprimento de uma das mais importantes festas do Velho Testamento – a Festa dos Tabernáculos. Dizem... “Jesus Cristo nasceu na festa doas tabernáculos, que acontecia a cada ano, no final do 7º mês do calendário judaico, que corresponde ao mês de setembro do nosso calendário.
A festa dos tabernáculos ou das cabanas, significava Deus habitando com seu povo. Foi instituída por Deus como memorial para que o povo de Israel se lembrasse dos dias de peregrinação pelo deserto em que o Senhor habitou num tabernáculo no meio do seu povo (Lv 23:39-44; Números 8:13-18). No evangelho de João capítulo 1:14, vemos: “Cristo... habitou entre nós.” Esta palavra tem origem na palavra tabernáculo; isto é, a festa dos tabernáculos cumprindo-se em Jesus Cristo, o Emanuel (IS 7:14) que significa Deus conosco. Em Cristo não se cumpriu somente a festa dos tabernáculos, mas também a festa da Páscoa, na Sua Morte (Mat 26:2; 1ª Cor 5:7), e a festa do Pentecostes, quando enviou o Espírito Santo sobre a igreja (ATOS 2)”.

Ele Não nasceu em dezembro como diz a tradição, mas foi gerado neste mês. Nove meses depois no final do sétimo mês do ano judaico, (setembro) no nosso calendário, quando os judeus comemoravam a festa dos tabernáculos, Deus veio habitar com seu povo. Nasceu Jesus! Deus Tabernaculou com seu povo. 

Nasceu Emanuel. Deus habitando conosco.

Os Evangelhos contam que quando Jesus nasceu os pastores de ovelhas guardavam seus rebanhos nas colinas próximas de Belém. Ali foram avisados por um anjo de que o Salvador tão esperado havia nascido.

Se Jesus realmente tivesse nascido em 25 de dezembro, quando é inverno e faz muito frio naquela região, os pastores não poderiam estar ao relento com seus rebanhos, mas bem recolhidos em abrigos.

Buscando resposta, temos uma pista importante em Lucas 1:36. Ali o anjo Gabriel falou a Maria, mãe de Jesus, a respeito da gravidez de Isabel, sua prima.

Em Lucas 1:5, está escrito que Zacarias, que seria o pai de João Batista, era sacerdote do turno de Abias.

Como os sacerdotes foram se tornando numerosos, foram divididos em 24 turnos, de modo que todos pudessem revezar-se no trabalho do Templo, ao longo do ano. Cada turno servia por duas semanas, uma na primeira metade do ano, e outra na segunda, o que dava 48 semanas. Como o ano hebraico tinha 51 semanas, era completado com três semanas de festas de peregrinação, quando todos os sacerdotes deveriam estar presentes. O turno de Abias era o oitavo, durante a décima semana, que foi quando Zacarias teve sua visão com o anjo Gabriel. Ao retornar para casa, Zacarias observou o período de purificação ritual, e João foi concebido na 12ª semana do ano. Nasceu 40 semanas mais tarde, na época das festas da Páscoa, em 14 de Nisan, por volta do nosso mês de abril. Lembre que na anunciação a Maria (Lucas 1:36), o anjo disse que Isabel estava grávida do sexto mês, o que mostra que a concepção de Jesus aconteceu seis meses (25 semanas) depois da de João. Então Jesus nasceu 40 semanas mais tarde, quando era comemorada a Festa dos Tabernáculos, ou Festa das Cabanas.

Os Evangelhos afirmam que em Belém não havia lugar para José e Maria, de modo que eles tiveram de encontrar pouso num estábulo. Belém ficava bem próxima de Jerusalém, e não estava abarrotada de gente por causa do censo do imperador romano, que tinha o ano todo para ser feito.

O motivo de haver tanta gente em Belém era a peregrinação do povo de todo o país a Jerusalém para a Festa das Cabanas.

Jesus nasceu num estábulo. A palavra hebraica para “estábulo” é “sukah”, ou sucote, como em Gen. 33:17.

Assim, é bem provável que Jesus tenha nascido em uma cabana, pelo meio do mês de setembro ou outubro.

Se Jesus nasceu no primeiro dia de Sucote, então foi circuncidado ao oitavo dia, como mandava a Lei Cerimonial, no dia original de uma festividade que se seguia à Festa das Cabanas, chamada "Simchat Torah" (Alegria na Torah), que agora se celebra o dia seguinte no judaísmo rabínico.

A palavra natal conforme nosso amigo "Aurélio": “relativo a nascimento, onde ocorreu nascimento ou ainda, dia do nascimento”.

Diante da realidade da tradição Cristã, e do que já foi aqui exposto, é inevitável o entendimento que a festa comemorada no dia 25 de dezembro, é o natal de nosso Senhor Jesus Cristo ou seja sua festa de aniversário, pois não de trata de uma data literal e sim simbólica.

Sendo assim, não podemos dizer que o natal é uma festa pagã, pois se comemora o nascimento do Autor de Toda a Vida. Cabe ao verdadeiro povo de Deus, comemorar sim, com proporções cada vez maiores, para que todos saibam qual o verdadeiro sentido do natal.

Optemos por uma postura sem radicalismos e extremos.

Evangelize! Pergunte as pessoas, o que acham de Jesus ou o que acham do Natal; Diga que o mundo precisa do Pai da Eternidade (Isaias 9:6) e não do “papai Noel”. 

Anuncie para o mundo o que um anjo disse aos pastores ao nascer Jesus: “Eu vos trago novas de grande alegrai, que o será para todo o povo. Na cidade de Davi nos nasceu hoje o Salvador, que é Cristo, O Senhor”. (Lucas 2: 9,10,11).

Lembre-se que em dezembro, no geral todos ficam “abertos” a mensagem de Jesus Cristo.

Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos”. (Colossenses 3:15) NVI

Portanto no amor de Cristo,

FELIZ NATAL!

Rodrigo Martins
Professor nas disciplinas de Teologia Contemporânea, Introdução A Teologia, Homilética e Escatologia Bíblica No Instituto Teológico Quadrangular (ITQ)

terça-feira, 27 de agosto de 2013

A Intuição e o Cristão




Este é assunto que de uns anos para cá tem se tornado matéria de capa de revistas e tomado o raciocínio de muitos na tentativa de explicar o que de fato é a Intuição.

A respeito de “intuição”, poderíamos dizer que ela é o discernimento rápido, a percepção clara e imediata.

vejamos um exemplo na Bíblia:

1ª Samuel 21:10 – 15 com atenção versos 12 e 13:

“E Davi levantou-se, e fugiu aquele dia de diante de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate. Porém os criados de Aquis lhe disseram: Não é este Davi, o rei da terra? Não se cantava deste nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares? E Davi considerou estas palavras no seu ânimo, e temeu muito diante de Aquis, rei de Gate. Por isso se contrafez diante dos olhos deles, e fez-se como doido entre as suas mãos, e esgravatava nas portas de entrada, e deixava correr a saliva pela barba. Então disse Aquis aos seus criados: Eis que bem vedes que este homem está louco; por que mo trouxestes a mim? Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este para que fizesse doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?”

Neste episódio o que houve, foi o reflexo rápido do qual chamei inicialmente a intuição. Davi agiu, intuitivamente para salvar sua vida.

Com este exemplo bíblico em mente vamos discorrer mais sobre o que é a intuição, fique conosco até o final e boa leitura.

A palavra intuição é compreendida de diferentes maneiras por diferentes pessoas.

Não é fácil conceituar a intuição. Se consultarmos os dicionários, encontraremos algo do tipo: a intuição é o ato de ver, perceber, discernir, pressentir.

Para uns ela é o discernimento rápido, a percepção clara e imediata. Para outros é a capacidade de pressentir acontecimentos ou caminhos que levam a soluções de difíceis problemas.

Intuição

1. Julgamento feito com base em informações incompletas; conhecimento ou sentimento resultante de processos mentais ou sensoriais inconscientes.

2. Ato de ver, perceber, discernir; percepção clara ou imediata; discernimento.

3. Ato ou capacidade de pressentir, pressentimento.

No latim, intuitione significa “imagem refletida por um espelho”. À luz das descobertas da ciência, a expressão faz sentido. “Ela funciona como resultado de um processo mental realizado abaixo do nível da consciência”, diz o psicólogo Eugene Sadler-Smith, professor da Universidade de Surrey, na Inglaterra. É como se fosse um reflexo que se manifesta como percepção repentina.

Para quem se habituou a encarar a intuição – também chamada de sexto sentido ou feeling (sensação em inglês) – como algo inexplicável ou místico, pode parecer estranho que ela tenha se transformado em objeto de interesse de pesquisadores. O sexto sentido conquistou, então, respaldo acadêmico? Sim. A ciência está começando a esclarecer os complexos processos mentais e corporais que estão por trás da intuição.

Estudos apontam que a intuição é um processo que envolve a mente e até mesmo o coração ( conforme uma matéria que li um tempo atrás na Istoé Outubro de 2007).

Alguns pesquisadores afirmam que o cérebro atua em 2 trilhas: uma é a da intuição. A outra, da lógica.

"Segundo Carl Gustav Jung, uma das maiores referências nesse campo, a intuição é uma das quatro funções psicológicas do homem (as demais são sensação, sentimento e pensamento). “Intuir é algo natural da pessoa e pode ocorrer a partir de dados subliminares”, afirma a psicóloga Marion Gallbach, do núcleo de estudos junguianos da PUC de São Paulo. Quem encontra uma amiga e tem a impressão de que ela está triste, mesmo sem notar sinais aparentes, pode ter captado sutilezas percebidas somente pela intuição. Sonhos podem ser também manifestações do feeling. Mulheres sonham com freqüência que estão grávidas porque os corpos estão sensíveis às mudanças hormonais."

Sem nenhuma dúvida, a intuição tem um papel importante no processo de decisão e no avanço do conhecimento. Como explicar, por exemplo, que o filosofo grego Demócrito, que viveu de 460 AC a 370 AC, tenha concebido a teoria atômica, segundo a qual tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados átomos, mais de vinte séculos antes da invenção dos recursos tecnológicos que permitiram estudar a estrutura da matéria.

“Descobertas recentes de como a mente trabalha derrubaram a velha concepção de que análise e intuição são duas funções separadas que ocorrem em duas diferentes partes do cérebro. Na nova visão, análise e intuição são tão entrelaçadas que é impossível separá-las. Elas estão juntas em todas as situações. Não há boa análise sem intuição, e nem boaintuição sem análise. Alguns cientistas denominam o novo modelo do cérebro de “memória inteligente”, onde a análise coloca elementos em seu cérebro e a intuição os retira e os combina para criar algo novo ou tomar uma decisão.” William Duggan.

É a memória que nos ajuda a tomar as decisões do dia-a-dia, que nos traz a lembrança de uma boa piada e que nos dá aquela idéia brilhante para a solução de um problema. A memória inteligente atua fazendo as conexões entre as experiências individuais e as informações armazenadas no nosso cérebro.

O melhor conselho sobre intuição: Confie, mas verifique. 

Outro conselho: eduque sua intuição. Quanto mais conhecimento e experiência você acumular, mais rica a sua bagagem cultural e mais poderosa e confiável a sua intuição

O cristão crê e age, porque tem consigo a Bíblia e uma experiência interna certa.

E Deus é o autor de ambos. A Bíblia é a revelação objetiva ou externa de Deus e a experiência é Sua revelação interna. A Bíblia, sem a experiência interna (experiência da salvação) jamais fará de alguém um crente. Ao mesmo tempo, uma experiência religiosa que não concorda com a Bíblia é falsa e perigosa. Saulo de Tarso era religioso, muito antes de ser cristão, e pensava ser seu dever fazer muitas coisas contrárias a Cristo.

Acredito que a  intuição é sim, um processo que envolve a mente e até mesmo o coração.

“Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração.” Mateus 6:21

Mas então o que é O Coração? 

Nos informa o Salmista:

"Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito reto. " Salmos 51:10

Por que se considera o coração como o centro da vida física?

A Bíblia coloca o coração como o centro de todo pensamento e o cérebro um instrumento que o coração usa para expressar-se “De dentro do coração do homem, é que procedem pensamentos maus, adultério, fornicação...”Marcos 7:20-21. De acordo com a Bíblia do coração procedem todas as coisas, (vida física, memória, condenação, salvação, etc.) “Sobre tudo o que deves guardar, guarde o teu coração, porque dele procedem as fontes da vida.” Provérbios 4:23. O centro onde todos os pensamentos trabalham e o qual molda o mecanismo humano. Deus nunca julga a humanidade pelo seu cérebro mas Ele julga pelo seu coração. Existem inúmeras passagens na Bíblia que mostram que no coração esta o centro de processamento.

A percepção do coração.

Percepção significa o poder de discernir o que nós ouvimos, vemos e lemos, o poder de discernir o que está acontecendo ao nosso redor e o que isso representa para a nossa vida. E esse poder também está no coração. É o poder de perceber e entender o trabalho de Deus, em cada momento de nossas vidas, e que apesar das circunstancias, todas as coisas trabalham para o bem daqueles que estão firmados em Jesus Cristo.

A inclinação do coração.

Deus através da Bíblia nos instruiu para que tenhamos sempre a Sua Palavra, os Seus mandamentos gravados em nossos corações, do que está cheio o coração é o que demonstraremos na vida pratica . A inclinação do coração será direcionada de acordo com o que colocamos dentro dele, se coisas de Deus ou coisas do mundo. 

“O coração alegre aformoseia o rosto, mas pela dor do coração o espírito se abate.” Provérbios 15:13

“O coração alegre é como o bom remédio, mas o espírito abatido seca até os ossos.” Provérbios 17:22


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Cristão no exercício da função (Profissão)

Posso ou Não Posso? Devo ou Não Devo?


Recentemente recebi várias perguntas devido a uma pregação de um pastor que gosto muito, por ocasião de uma mensagem onde ele responde acerca do policial cristão-evangélico, estar numa situação com bandido, onde tenha que fazer uso de arma de fogo....

O tema levantou questionamentos sobre outros vários assuntos:

Imagine um garçom cristão-evangélico que serve bebidas numa festa entre elas bebidas alcoólicas. Imagine também que no estabelecimento onde trabalha além de servir ele tenha que vender cigarros além da bebida.

Imaginou?

Imagine que seu patrão lhe mande pagar as contas da empresa e junto fazer um jogo na loteria, (e aproveitando você faz uma “fezinha”), ele ainda pede que na volta você compre quatro maços de cigarros.

Imaginou?

Percebo uma geração que conhece cada vez menos a palavra de Deus, e em conseqüência dessa pouca intimidade com a Palavra, não há boa interpretação, junte a isso outro grave problema em nossa nação, que é a questão do “analfabetismo funcional”, logo, não se interpreta corretamente o que a Bíblia diz.

Hoje temos gente demais com visões, sendo que precisamos agora, de pessoas que tenham a interpretação, a exemplo de Daniel. (Dn 2:19-28)

Vejamos primeiro a resposta bíblica quanto ao policial, em seguida passaremos a loteria:

“Pois os governantes não devem ser temidos, a não ser pelos que praticam o mal. Você quer viver livre do medo da autoridade? Pratique o bem, e ela o enaltecerá. Pois é serva de Deus para o seu bem. Mas se você praticar o mal, tenha medo, pois ela não porta a espada sem motivo. É serva de Deus, agente da justiça para punir quem pratica o mal. Portanto, é necessário que sejamos submissos às autoridades, não apenas por causa da possibilidade de uma punição, mas também por questão de consciência.” Romanos 13:3-5 NVI

Compare com

Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu. Há tempo de nascer, e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; Tempo de matar, e tempo de curar; tempo de derrubar, e tempo de edificar; Tempo de chorar, e tempo de rir; tempo de prantear, e tempo de dançar; Tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; Tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de lançar fora; Tempo de rasgar, e tempo de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; Tempo de amar, e tempo de odiar; tempo de guerra, e tempo de paz.” Eclesiastes 3:1-8

O exercício da nossa profissão deve ser feito com ética e alegria, a ética profissional é o conjunto de normas éticas que formam a consciência do profissional. Ser ético é agir dentro dos padrões convencionais, é proceder bem, é não prejudicar o próximo. Ser ético é cumprir os valores estabelecidos pela sociedade em que se vive.

Espera-se por tanto do funcionário seja ele evangélico ou não, que cumpra bem o papel que lhe foi delegado. Vejamos:

“Vós, servos, obedecei em tudo a vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus.” Colossenses 3:22

“Vós, servos, obedecei a vossos senhores segundo a carne, com temor e tremor, na sinceridade de vosso coração, como a Cristo; Não servindo à vista, como para agradar aos homens, mas como servos de Cristo, fazendo de coração a vontade de Deus;” Efésios 6:5-6

Então, a primeira coisa a ser feita, é verificar se há condenação à determinada atividade na Bíblia, em caso de não haver, a questão é de foro íntimo, e está dentro dos padrões da liberdade cristã, já se houver passagem nas escrituras condenando a dita pratica, não cabe nem pergunta!

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” 1ª Coríntios 6:12

“Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas edificam.”  1ª Coríntios 10:23

O ato de participar de uma loteria não é pecado, o desejo de ganhar lucros de maneira legal não transgride nenhum mandamento da lei de Deus, desde que a maneira pela qual se obtém o lucro não fira os princípios do amor a Deus e ao próximo. O lucro fácil que pode vir de uma loteria também não se constitui, em si, algo condenável. Sendo assim, jogar ou não na loteria está dentro da questão de foro íntimo.

Quanto ao funcionário que fica na dúvida por estar comprando este ou aquele produto, executando essa ou aquela função, nos evangelhos ha um registro interessantíssimo que responde a isso. 

Quando alguns cobradores de impostos e alguns soldados que se convertiam perguntaram como ficava sua condição espiritual, com respeito sua sua profissão, vejam o que João Batista lhes respondeu:

“E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer? E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado. E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo.” Lucas 3:12-14

Devemos  manter o equilíbrio e ter uma “sobriedade bíblica em tudo que fizermos”, conforme 2ª Timóteo 1:7:

“Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de amor, e de moderação.”

Lembrando que quando não houver “sentença bíblica” a respeito de determinado assunto, fica valendo Colossenes 3:15:

Que a paz de Cristo seja o juiz em seus corações, visto que vocês foram chamados a viver em paz, como membros de um só corpo. E sejam agradecidos.” NVI

Rodrigo Martins, Assistente Administrativo, Pastor, Professor de Teologia.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

No que consiste o viver cristão no século 21



Esta publicação nasceu num comentário que estava fazendo ao ler o blog do meu amigo Sávio. 

(considero leitura obrigatória para entender melhor sobre o que falo neste meu post):


O post do Sávio não poderia vir em momento mais oportuno.

Penso que o cenário está um pouco nebuloso, continuamos vendo em parte como disse Paulo (1ª Co 13:9,10 e 12)

"Porque agora vemos por espelho em enigma..." v12

Gostei do "redundantes", citado no artigo!!! 

(seria falta de variedade ou simplesmente repetição de coisas obvias. É o caso, por exemplo, de uma pessoas que conta a mesma história diversas vezes. Não muda o discurso, ou faz um discurso longo o que poderia ser reduzido.) A redundância sobrecarrega a mensagem.

É a melhor denifição para os tempos (discursos) religiosos em que vivemos.

Hoje se confunde "mantras gospel" com espiritualidade, "Emoção" com Mover de Deus.

Estamos vivendo momento semelhante ao da Pré-Reforma, Super Valorização da Estrutura e/do Templo; a Necessidade de Pertencimento, de estar com a massa para Ser Aceito; "Endeusamento" de líderes religiosos e denominações; e "Venda de Indulgências"; Afastamento da Bíblia; Culto Atropocêntrico; e por aí vai, a lista é extensa.

Me lembrei de algumas palavras de Martyn Lloyd Jones:

1º) "Um dos maiores perigos da vida espiritual é viver em função de suas próprias atividades. Em outras palavras, a atividade não está em seu devido lugar como algo que você faz, mas tornou-se algo que o leva a manter-se em movimento." D. Martyn Lloyd-Jones

2º) "A maneira de provar a si mesmo, a maneira de provar qualquer homem, é olhar debaixo da superfície." D. Martyn Lloyd-Jones

3º) "Minha opinião acerca de tudo o que me acontece deve ser regida por estas três coisas: a compreensão que tenho acerca de quem sou, a consciência que tenho de para onde vou, e o conhecimento que tenho do que me espera quando eu chegar lá." D. Martin Lloyd-Jones

Quanto ao líder da ICAR, como disse no início, considero cedo para uma análise.

Quanto as Instituições ditas "cristãs", sejam evangélicas, católicas ou ainda outras vertentes do cristianismo, são todas elas problemáticas em demasia, e querem solucionar o problema a luz de sua própria agenda, CRISTO É MAIS!

Vou dizer aqui algo que já está batido, mas lá vai: PRECISAMOS DE UMA NOVA REFORMA !!!

Há um pensamento atribuído a Elvis Presley sobre isso: 

"Coincidência é coisa que não existe. Há significado para tudo. Sempre soube que existe uma vida espiritual mas não da forma como as igrejas impõem, causando medo. Se os rapazes me ouvirem falando essas coisas vão achar que estou louco.” 

Existem duas maneiras de viver o cristianismo: a institucionalizada e a espiritual, dentro do contexto do "já ainda não", ou seja o reino dos Céus se faz presente através de nós mais ainda não chegou de fato (absolutamente). 

A "Igreja espiritual" é o sinal histórico do reino de Deus na terra, ou seja, baseado em 2ª Corintios 5, somos seus embaixadores aqui na terra, não podemos no entanto esquecer que além das necessidades espirituais, temos também necessidades fisiologicas, psicologicas e sociologicas, precisamos viver o evangelho integral (Tiago 2). 

Costuma-se dizer que o papel primordial da igreja é adorar, mas adoração implica em revrência e obediência a sua Palavra, gostamos de dizer que o evangelho é amor, mas sabemos do que estamos falando? Amá-lo e Adrorá-lo implica em obedecê-lo, Jesus Cristo diz pelo menos três vezes no mesmo capítulo que amálo, é tambem obedecer-lhe os mandamentos veja aqui João 14:

"Se me amais, guardai os meus mandamentos." v 15

"Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama;..." v21

"Jesus respondeu, e disse-lhe: Se alguém me ama, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará, e viremos para ele, e faremos nele morada". v23
Como outro Pastor já explicou muito bem na televisão, "As pessoas pensam que amar é dizer o que o outro quer ouvir." Não! amor é outra coisa, Apocalipse 3:19,20:

"Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê pois zeloso, e arrepende-te. Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo." (ler também 1ª Coríntios 13)

Devemos ter em mente que a despeito de todos os problemas que possa ter a Igreja Institucional, é através dela, que a Igreja Espiritual se expressa, se manifesta nesse mundo.

É hora de  (RE) Pensar nosso papel, vocês não acham?

Os Cinco solas são frases latinas que surgiram durante a Reforma Protestante e são princípios fundamentais da Reforma em contradição com o "sistema dominante":

Sola fide (somente a fé)
Sola scriptura (somente a Escritura)
Solus Christus (somente Cristo)
Sola gratia (somente a graça)
Soli Deo gloria (glória somente a Deus)

Um Pentecostal Reformado???? (rs)

quarta-feira, 5 de junho de 2013

O Meio Ambiente e A Cosmovisão Cristã




03 a 08 de Junho - Semana do Meio Ambiente.

05 de Junho Dia Mundial do Meio Ambiente, a criação da data foi em 1972, em virtude de um encontro promovido pela ONU (Organização das Nações Unidas), a fim de tratar os assuntos ambientais, que englobam o planeta.

O Meio Ambiente e A Cosmovisão Cristã

Um subtítulo: O Uso Consciente do Planeta e O Papel da Teologia

Por Rodrigo Martins de Oliveira

Conceituando:

Meio Ambiente é o conjunto de condições, leis, influencia e interações de ordem física, química, biológica, social, cultural e urbanística, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.

Desenvolvimento Sustentável A definição mais aceita para desenvolvimento sustentável é o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os recursos para o futuro.

Essa definição surgiu na Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, criada pelas Nações Unidas para discutir e propor meios de harmonizar dois objetivos: o desenvolvimento econômico e a conservação ambiental.

Cosmovisão Cristã é a maneira como o cristianismo enxerga o mundo, é a visão bíblica de mundo.

Teologia vem de duas palavras gregas que significam o “estudo-discurso acerca de Deus”. 

Teologia cristã é uma tentativa de entender Deus como revelado na Bíblia, sabendo que nenhuma teologia vai completamente explicar a Deus e seus caminhos, e que o pouco que se pode conhecer, é o que Ele mesmo revelou através da natureza, através da Bíblia, e através de Jesus Cristo.

Há também uma semelhança entre os estudos da Natureza e os da Bíblia, pois a Bíblia está para o teólogo, como a Natureza está para o cientista, um conjunto de fatos desorganizados, é tarefa do teólogo organizar as doutrinas da Bíblia.

A abordagem teológica que faremos é a partir da Missão Integral da Igreja, que é levar o evangelho todo para o homem todo, isto é, no social e no espiritual.

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus...Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora. E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo.” Romanos 8:19,22,23

Estamos tão ligados com a natureza que a própria Restauração do Planeta Profetizada na Bíblia está intimamente relacionada com a restauração do homem, vimos pelo texto a cima que nós e a natureza seremos restaurados juntos.

Qual a relevância teológica deste assunto para o Educador Cristão?

Cristãos no mundo inteiro crêem que a Bíblia é a Palavra de Deus, ou seja, é o único guia de fé, portanto o que ela diz é de fato A Palavra de Deus.

A Bíblia começa e termina com a criação. “No princípio criou Deus os Céus e a terra...”Gn1.1, “E vi um novo céu, e uma nova terra...” Apocalipse 21:1

Preservar a criação de Deus é uma das tarefas do homem:

“Tomou, pois, o Senhor Deus ao homem e o colocou no Jardim do Éden para o cultivar e guardar”. (Gênesis 2.15)

Outra passagem que chama atenção é o fato de Abraão já avançado em idade, plantar algo que não veria colhido em seu tempo.

E plantou um bosque em Berseba, e invocou lá o nome do SENHOR, Deus eterno”. Gênesis 21:33 (Gn 21.33).

Ele plantou arvores demonstrando seu cuidado com as futuras gerações.

Vemos a atualidade da Bíblia através de leis que se preocupavam com a terra, com os animais, com a questão da pobreza, da inclusão social e muitos outros temas.

Seis anos semearás a tua terra, e seis anos podarás a tua vinha, e colherás os seus frutos; mas no sétimo ano haverá sábado de descanso solene para a terra, um sábado ao Senhor; não semearás o teu campo, nem podarás a tua vinha.”(Levítico 25, versículos 3 e 4)

Deuteronômio 20.19: "Quando sitiares uma cidade por muito tempo, pelejando contra ela para a tomar, não destruirás o seu arvoredo, metendo nele o machado, porque dele comeráspelo que não o cortarás, pois será a ávore do campo algum homem, para que fosse sitiada por ti?"

Os animais

Se encontrares pelo caminho, numa árvore ou no chão, um ninho de ave com passarinhos ou ovos, e a mãe posta sobre os passarinhos, ou sobre os ovos, não temerás a mãe com os filhotes; sem falta deixarás ir a mãe, porém os filhotes poderás tomar; para que te vá bem, e para que prolongues os teus dias.” (Deuteronômio 22:6,7).

Se o homem mata um animal ou uma ave em sua plena capacidade produtiva, está interferindo no equilíbrio da natureza

O texto de Isaías 11.6 (“O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito...”) demonstra que haverá na restauração do planeta uma vida em que naturezas, aparentemente opostas, se encontrarão.

O escritor Norman L. Geisler, autor de “Ética Cristã”, comenta sobre o assunto: De todos os grandes sistemas religiosos e filosóficos, nenhum dá maior dignidade ao mundo material do que a tradição judaico-cristã. Os dois testamentos das escrituras apóiam o argumento de que a matéria é boa, e que o mundo natural é semelhante a Deus. (Norman L. Geisler p. 213)

É muito importante a interferência teológica dentro das questões que se referem a preservação ambiental.

Nos dias contemporâneos há de se admitir que o mundo vive uma enorme degradação do meio ambiente, rios poluídos, floresta sendo desmatadas, questões sob as quais o homem tem total responsabilidade

Água não é lixeira. Quando você joga lixo nos córregos e rios, eles não cumprem o papel de escoar a água das chuvas e se tornam uma preocupação a cada temporal.

A Bíblia registra que aqueles que destroem a Terra, serão destruídos. “Iraram-se, na verdade, as nações; então veio a tua ira, e o tempo de serem julgados os mortos, e o tempo de dares recompensa aos teus servos, os profetas, e aos santos, e aos que temem o teu nome, a pequenos e a grandes, e o tempo de destruíres os que destroem a terra”. (Ap. 11:18)

A Bíblia ensina em Deuteronômio 23:13 “E entre as tuas armas terás uma pá; e será que, quando estiveres assentado fora, então com ela cavarás e, virando-te, cobrirás aquilo que saiu de ti”.

O Cristão deve estar informado e informar ao mundo, que a Bíblia também trás educação ambiental para a sociedade.

É possível mudar a maneira como o planeta tem sido tratado, através da multiplicação do conhecimento bíblico, e da prática do mesmo, gerando uma comunidade de cristãos ConscientesPreparados e Mobilizados.

  • Conscientes do seu papel como igreja
  • Preparados para exercer este papel
  • Mobilizados pelas questões do Reino, pois somos um sinal histórico do mesmo, note bem, um sinal, pois a concretização deste Reino se dará através do Cristo Jesus, em seu retorno.
Lembre-se: “Nós somos a única Bíblia que muitas pessoas irão ler”.

Rodrigo Martins de Oliveira, Pastor.
Vice-diretor do Instituto Teológico Quadrangular de Juiz de Fora MG. Professor de Escatologia Bíblica, Coordenador Regional DEBQ (Escolas Bíblicas) da 3ª Região de Juiz de Fora MG