segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O Salmo 24 e A Palavra Profética!



“Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” Salmos 24:7

O salmo é messiânico porque traz em si valores proféticos acerca de Jesus, o Cristo quando da sua ascensão.

“DO Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.) Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)”

Obs. Selá é uma palavra usada geralmente em Salmos, e possui um conceito de difícil tradução. (Ela não pode ser confundida com a palavra hebraica sela‘ (em hebraico: סֶלַע) que significa "rocha".) É uma instrução sobre a leitura do texto, algo como "Medite". Os Salmos foram cantados acompanhados por instrumentos musicais e há referências a isto em muitos capítulos. Trinta eum dos trinta e nove salmos com o título "Para o músico mor" incluem a palavra "Selá". Selá registra uma pausa na música e tem um propósito similar ao Amém na medida em que ressalta a importância da passagem anterior.

Classificado como salmo messiânico, o salmo vinte e quatro tem sido visto como litúrgico, pois celebra a entrada no santuário. Crê-se que no contexto da liturgia do culto dos Hebreus , esse seja um dos salmos que fosse entoado por um coro postado nos portões do templo.

Os salmos 22,23 e 24 formam uma única mensagem. O salmo 22 fala do passado, o 23 do presente e o 24 do futuro. O salmo 22 é um salmo messiânico, referindo-se a morte e ressurreição de Jesus Cristo, escrito mil anos antes do nascimento de Jesus. O salmista teve uma visão profética do calvário, pode olhar mil anos na frente e descreveu no salmo 22 o sentimento de Jesus na cruz. Jesus cumpre a palavra profética declarando: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Para declararmos que o Senhor é o nosso pastor (Sl. 23) precisamos aceitar a obra do calvário (Sl. 22).

A Entrada do Rei da Glória

Na Bíblia geralmente as palavras possuem cumprimentos duplos ou triplos. Isto é muito comum nos Salmos.

As passagens nas escrituras, tem pelo menos três aplicações e pode então ser apresentadas de três maneiras, por exemplo:

1º) Histórica - Literal.
2º) Doutrinária - Moral.
3º) Profética ou Espiritual.

Veja, Oséias 11:1 por exemplo diz: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito Chamei o meu Filho”.

Literalmente o texto refere-se à saída de Israel do Egito.

Doutrinariamente figuradamente mostra quando um pecador deixa o Egito(mundo) e torna-se filho de Deus.

Profeticamente se cumpriu em Jesus Cristo, como prova o evangelista Mateus (Mt 2:15).

“E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.”

Tendo esclarecido isto voltemos para o Salmo 24:

Descrição do fato:

Naturalmente, depois que a batalha se encerra, o exército e a arca faziam o trajeto de volta ao santuário. 

Essa é provavelmente a situação que está por traz da liturgia no salmo 24.

Depois de uma declaração da soberania de Deus. Sobre usa criação (v. 1,2) os versos de 3 a 6 descrevem o tipo de pessoa que podia entrar nos recintos sagrados. Pode ser que isso implique que alguém ou determinado grupo procurasse ter acesso ao santuário, e, pelos versículos de 7 a 10, acreditamos que a idéia se refere ao exército, no momento em que retorna a Jerusalém para colocar a arca de volta no lugar Santíssimo.

Portanto, a interpretação do diálogo que acontece nos versículos de 7 a 10 é de que se trata de uma conversa entre um porteiro levita e os sacerdotes que carregavam a arca à frente do exército. Os primeiros a falar são os sacerdotes, que pedem acesso pelos portões da cidade: “abram-se, ó portais abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da Glória entre”. (v 7 em algumas traduções).

A maneira de se entender historicamente (literalmente), como Deus pode ser visualizado em sua entrada pelo portão da cidade seria representado pela arca. De qualquer forma esse pedido é seguido por uma resposta indagadora do porteiro: “Quem é o Rei da Glória?” (v. 8a).

É obvio que os sacerdotes sabem muito bem quem é o Rei da Glória. Todavia a pergunta admite uma resposta de LOUVOR DESCRITIVO a DEUS, o Guerreiro.

De novo o sacerdote na liderança do exército responde: “O Senhor forte e valente, O Senhor valente nas guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portais antigos, para que o Rei da glória entre”. (v 8b,9).

Isso fornece a oportunidade para uma enfática reafirmação da pergunta e da resposta: “Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos, ele é o Rei da glória”. (v 10).

Entendemos que será no tribunal de Cristo que o Salmo 24.7-10, terá seu cumprimento profético, quando a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, eentrará o Rei da Glória. Então milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da Glória? e a igreja responde: O Senhor forte e poderoso na guerra. Mas não abrirá, e a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrara o Rei da Gloria. E milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da glória? E a igreja responderá: E o Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Então os umbrais se abrirão e o Senhor entrará com a igreja e os anjos a glorificarem o seu nome.

E sem dúvida há ali a descrição doutrinária, de como moralmente devem andar aqueles que quiserem habitar com Deus.

Rodrigo M. de Oliveira
Pastor; Pedagogo; Bacharel em Teologia; Professor no Instituto Teológico Quadrangular.

Leia meus dois outros artigos relacionados ao tema:

O Natal e A Cosmovisão Cristã:


Os Salmos e A Hermenêutica:


Bibliografia:

O. Palmer Robertson. A Estrutura e teologia dos Salmos. Editora Cultura Cristã.
SPURGEON, C.H. Esboços Bíblicos de Salmos. Shedd Publicações.
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Teologia dos Salmos. Editora: JUERP.
STANLEY, Gundry. Deus Mandou Matar ? Editora Vida.
KIVITZ, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia: A acidez da vida e a sabedoria do Eclesiastes. Editora: Mundo Cristão.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. Editora Vida.
PINK, Arthur W. O Anticristo

domingo, 17 de novembro de 2019

Introdução à Teologia (tudo que você precisa saber)



Contém: 1) artigo que elaborei para aula; 2) bibliografia do artigo; 3) bibliografia para responder à teologia calvinista, 4) meus vídeos da disciplina; 4) link para artigo sobre cosmovisão cristã.

A Teologia juntamente com Filosofia, Sociologia e Antropologia fazem parte das chamadas Ciências Humanas, e a Teologia possui pelo menos 21 áreas de pesquisa que conheceremos hoje na disciplina de Introdução à Teologia

Ao final dessa disciplina é esperado que o aluno possa: conceituar teologia; diferenciar as teologias umas das outrasconhecer os objetivos e a história da teologia.

Sabedores dos diferentes níveis da teologia, o estudante-teólogo, deverá se colocar à disposição da comunidade cristã.

O termo teologia foi criado pelo grego Ferécides. O termo é extraído de dois vocábulos gregos a saber: Theos: Significa Deus e  Logia: Significa tratado ou Estudo sobre Deus.

Definição Técnica: Teologia é a ciência de Deus e das coisas divinas baseada na revelação feita ao homem por meio de Jesus Cristo e sistematizada em seus vários aspectos no âmbito da igreja cristã. A teologia como ciência tem como principal objeto de estudo a revelação de Deus e a maneira como se relaciona coma  humanidade.

Teologia, portanto é o estudo crítico da natureza dos deuses, seres divinos, ou de Deus, seus atributos e sua relação com os homens e diversas religiões.

Em sentido estrito, limita-se ao Cristianismo, mas em sentido amplo, aplica-se a qualquer religião.
É ensinada como uma disciplina acadêmica, tipicamente em universidades, seminários e escolas de teologia.

O termo "teologia" aparece em Platão, mas o conceito já existia nos pré-socráticos, como citado.

Platão o aplica aos mitos interpretando-os à luz crítica da filosofia considerando seu valor para a educação política. Nessa passagem do mito ao logos, trata-se de descobrir a verdade oculta nos mitos. Aristóteles, por sua vez, chama de "teólogos" os criadores dos mitos (Hesíodo, Homero, poetas que narraram os feitos dos deuses e heróis, suas origens, suas virtudes e também seus vícios e erros), e de "teologia" o estudo metafísico do ente em seu ser (considerando a metafísica ou "filosofia primeira", a mais elevada de todas as ciências).

A incorporação do termo "teologia" pelo cristianismo teve lugar na Idade Média, entre os séculos IV e V, com o significado de conhecimento e saber cristão acerca de Deus.

De acordo com a definição hegeliana, a teologia é o estudo das manifestações sociais de grupos em relação às divindades. Como toda área do conhecimento, possui então objetos de estudo definidos. 

Como não é possível estudar Deus diretamente, pois somente se pode estudar aquilo que se pode observar e se torna atual, o objeto da teologia seriam as representações sociais do divino nas diferentes culturas.

Assim, O termo pode também referir-se a um estudo de uma doutrina ou sistema particular de crenças religiosas - tal como a teologia judaica, a teologia cristã e a teologia islâmica. Existem, portanto, a teologia hindu, a teologia judaica, a teologia budista, a teologia islâmica, a teologia cristã (incluindo a teologia católica-romana, a teologia protestante, a teologia mórmon e outras), a teologia umbandista e outras. 

Uma importante parte da tarefa de um Professor(a) da disciplina de Introdução à Teologia, é familiarizá-los com a gramática das nossas conversas teológicas. Somos chamados a apresentá-los não apenas às questões com as quais teólogos têm dificuldade, mas à linguagem que eles usam quando batalham para entender essas questões.

Muitas vezes, as variadas disciplinas teológicas e suas respectivas sub-disciplinas associam-se e englobam-se umas às outras, podendo frequentemente um tema ou até uma área específica de estudo e reflexão ser tratado em conjunto, sob aspectos diferentes, por várias disciplinas. Por esta razão, existe entre elas um intercâmbio.

1) Teologia Sistemática:

Quatro coisas que todos devem saber:

1.2 Na Teologia Sistemática a Bíblia é vista por inteiro

O estudo da Teologia Sistemática abrange tudo sobre a Bíblia de forma ordenada, como um conjunto. O objetivo é promover a unidade do ensino das Escrituras, dando aos alunos uma visão completa acerca da Bíblia. Em outras palavras, a Teologia Sistemática não foca em um único autor bíblico, como Davi ou Paulo, por exemplo, ou um único tema bíblico, mas sim em todo o conselho de Deus.

 2.3  A Teologia Sistemática inclui e relaciona todas as Doutrinas Bíblicas

Por priorizar o estudo bíblico por completo, a Teologia Sistemática não permite que um tema, ou doutrina, das Escrituras seja excluído do campo de estudo. É comum alguns grupos de pessoas se interessarem por uma doutrina específica, mas o trabalho da Teologia Sistemática é considerar todos os conceitos para estudar a Bíblia de maneira organizada. 

3.4 O contexto histórico é relevante para o estudo

Além de abranger todas as Escrituras, a Teologia Sistemática também pode envolver contextos históricos da Bíblia e acontecimentos da Igreja para aumentar sua fidelidade no modo de interpretação.

 4.4  Pensamentos ordenados

 A Teologia Sistemática auxilia o aluno a estudar doutrinas bíblicas de modo ordenado, criando uma estrutura verdadeira para pensar e abranger toda a pesquisa necessária para compreender as Escrituras.

A palavra “sistemática” se refere a algo que colocamos em um sistema. Teologia sistemática é, então, a divisão da Teologia em sistemas que explicam suas várias áreas. Por exemplo, muitos livros da Bíblia dão informações sobre os anjos. Nenhum livro sozinho dá todas as informações sobre os anjos. A Teologia Sistemática coleta todas as informações sobre os anjos de todos os livros da Bíblia e as organiza em um sistema: Angelologia. Isto é a Teologia Sistemática: a organização de ensinamentos da Bíblia em sistemas de categorias.

É o estudo das coisas de Deus de uma maneira sistemática e ordenada, onde não apenas consideramos o que esse e aquele texto dizem, mas onde consideramos tudo o que a Palavra diz sobre a revelação. Depois, a teologia sistemática prossegue para considerar:

Bibliologia é o estudo da Bíblia. Cristologia é o estudo de Deus o Filho, o Senhor Jesus Cristo. Pneumatologia ou Paracletologia é o estudo de Deus o Espírito Santo.Soteriologia é o estudo da salvação. Eclesiologia é o estudo da igreja. Escatologia é o estudo do fim dos tempos. Angelologia é o estudo dos anjos. Demonologia Cristã é o estudo dos demônios sob uma perspectiva cristã. Antropologia Cristã é o estudo da humanidade. Hamartiologia é o estudo do pecado.

·                     Pressupostos da Teologia Sistemática:
1. Deus existe.
2. Deus revelou coisas a respeito de Si mesmo e do nosso relacionamento com Ele através da Bíblia.

2) Teologia Própria:

Teologia Própria é o estudo de Deus o Pai, também chamada de Teontologia e Paterologia, é o locus (área de estudo) da teologia sistemática que trata do estudo de Deus e, especificamente, de Deus Pai. Suas áreas clássicas de investigação são a questão da existência de Deus, os atributos divinos, a Santíssima Trindade,  criação, providência e teodiceia (estudo da justiça de Deus).

Esta Teologia também chamada de Paterologia, que significa o estudo do Pai é a área da Teologia Sistemática Cristã que investiga o que as Bíblias ensinam em relação a Deus o Pai, a primeira Pessoa da Divindade Triuna.

A teologia própria inclui uma definição bíblica de Deus, ao mesmo tempo que fornece informações para mostrar algumas das muitas visões contrastantes de Deus que existem (muitas vezes chamadas de visões de mundo).

Estes incluem uma grande variedade de ideologias, que vão do ateísmo (crença em nenhum deus), ao agnosticismo (incerteza da existência de Deus), a outras religiões que retratam Deus definido de forma diferente, seja como um deus único (como no Islã ou Judaísmo) deuses múltiplos (como nas religiões orientais), ou panteísmo (tudo é Deus).

Os livros da Bíblia são a principal fonte de Teologia Própria em Teologia Sistemática.

No entanto, a informação da Revelação Geral (o mundo natural) também é frequentemente discutida, pois revela informações significativas sobre o envolvimento íntimo de Deus no design do universo, da vida animal e da vida humana ( Salmo 19 ).

Revelação especial inclui a Bíblia, além de outras maneiras únicas que Deus comunicou (como na forma de uma nuvem para Moisés, visões, sonhos, milagres).

Além disso, a importância da Revelação Progressiva é muitas vezes enfatizada, como a Bíblia revela cronologicamente mais informações sobre quem Deus é ao longo do tempo como parte de Seu plano soberano perfeito.

De grande importância dentro da teologia adequada é uma compreensão do trinitarianismo (estudo da Trindade).

Enquanto outras áreas da Teologia Sistemática se concentram em Jesus Cristo e no Espírito Santo, a Teologia própria é geralmente a área em que o trinitarianismo está incluído.

Como Deus é um e existe em três Pessoas, é importante para aqueles  que estudam Deus de uma perspectiva bíblica para entender como o conceito da Trindade se relaciona com a compreensão de Deus em geral.

“Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor.” Deuteronômio 6:4

“Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santoe estes três são um.” 1ª João 5:7

“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. João 1:1

“Chegai-vos a mim, ouvi isto: Não falei em segredo desde o princípiodesde o tempo em que aquilo se fez eu estava ali, e agora o Senhor DEUS me enviou a mim, e o seu Espírito.” Isaías 48:16

O espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos;” Isaías 61:1

“O qual, sendo o resplendor da sua glóriae a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder, havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas;” Hebreus 1:3

“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;” Colossenses 2:9

Ao discutir os atributos de Deus, a Teologia geralmente usa uma divisão entre os atributos que são transmissíveis (capazes de serem compartilhados) e aqueles que não são transmissíveis (aqueles únicos apenas para Deus).

Exemplos de atributos transmissíveis incluem a bondade, o amor e a compaixão de Deus. Exemplos de atributos não transmissíveis incluem a perfeição e a soberania de Deus.

Aqueles que procuram crescer em seu relacionamento com Deus, ou que estão investigando os ensinamentos do cristianismo, desejam aprender mais sobre quem é Deus.

A teologia própria é a área da teologia que fornece grande parte dessa informação, especificamente no que se refere a Deus, o Pai.

3) Teologia Bíblica:

Antes de qualquer coisa, vamos esclarecer: Teologia Bíblica com “T” maiúsculo e “B” maiúsculo não é um termo para designar que uma teologia é biblicamente correta ou embasada na Bíblia. Tipo: “Ah! A teologia do fulano é bíblica, mas a do beltrano, não. É herética!”. Não é isso.
A teologia bíblica é o estudo das doutrinas da Bíblia, organizado de acordo com sua cronologia e fundo histórico. Em contraste com a teologia sistemática, que classifica a doutrina de acordo com tópicos específicos, a teologia bíblica mostra o desenrolar da revelação de Deus à medida que progredia através da história. A teologia bíblica pode procurar isolar e expressar os ensinamentos teológicos de uma porção específica da Escritura, tal como a teologia do Pentateuco (os cinco primeiros livros do Antigo Testamento) ou a teologia contida nos escritos de João, etc. Ou pode se concentrar em um determinado período de tempo, como a teologia dos anos do reino unificado. Um outro ramo da teologia bíblica pode estudar um assunto ou tema específico na Bíblia: um estudo sobre "o remanescente", por exemplo, pode pesquisar como esse tema é introduzido e desenvolvido ao longo da Escritura.

Se você abrir qualquer livro de Teologia Sistemática, encontrará um resumo das doutrinas cristãs. A partir de um número de temas doutrinários, o teólogo estrutura o seu livro. Os capítulos recebem os nomes destes temas, como salvação, doutrina da Igreja, pneumatologia, e outros. Parte-se dos temas para a discussão teológica, numa sistematização do pensamento cristão.

Já num livro de Teologia Bíblica, parte-se para o texto bíblico e o teólogo deve deixar que os temas surjam a partir da leitura do texto. Uma Teologia Bíblica do Antigo Testamento, por exemplo, tem a preocupação em descobrir quais são os temas teológicos nos quais os autores do AT estavam interessados. Temos, então, questões do tipo:

Quais são as preocupações teológicas de Isaías?
Que ideias aparecem com frequência no Pentateuco?
Qual a situação dos leitores de Habacuque?
Por que Crônicas e Reis narram os mesmos eventos de formas diferentes?
É possível que os textos diversos da Bíblia formem um “todo” coerente?

Essa última pergunta é a mais importante e é o motivo que faz a Teologia Bíblica fundamental.

Se a resposta para essa pergunta for afirmativa, então o papel do teólogo bíblico é fazer com que as pessoas entendam a “grande mensagem” da Narrativa Bíblica. No mínimo, a Teologia Bíblica ajudará na compreensão das grandes mensagens contidas ao longo do relato da Escritura.

Produzir Teologia Bíblica, é buscar encontrar coerência ao longo da Narrativa Bíblica, e nesta atividade entendemos melhor a Bíblia e, como consequência inevitável, conhecemos melhor a natureza do Deus vivo que transforma as páginas e letras em sentido e propósito.

Portanto Teologia Bíblica é estudar um certo livro ou livros da Bíblia e enfatizar os diferentes aspectos da Teologia que ele focaliza. Por exemplo, o Evangelho de João é muito Cristológico, pois focaliza muito na divindade de Cristo (João 1:1,14; 8:58; 10:30; 20:28). Estamos dizendo de uma disciplina que lida de modo sistemático com o progresso historicamente condicionado da autorevelação de Deus na Bíblia. Traça o progresso da verdade através dos diversos livros da Bíblia e descreve a maneira de cada escritor em apresentar as doutrinas mais importantes, está dividida em duas partes:
·                     Teologia do Antigo Testamento.
·                     Teologia do Novo Testamento.

Teologia do Antigo Testamento é a disciplina da Teologia Bíblica que estuda a pessoa, atributos, revelação de Deus, e sua aliança com o povo eleito considerando a progressividade da revelação, os escritos e estilos literários do cânon judaico do Antigo Testamento. Teologia do Antigo Testamento será “o estudo de Deus e de sua revelação ao homem no Antigo Testamento”.

Teologia do Novo Testamento é o ramo das disciplinas cristãs que seguem determinados temas através de todos os autores do NT, e que depois funde esses quadros individuais num só conjunto abrangente. Estuda, portanto, a revelação progressiva de Deus em termos da situação vivencial na ocasião da escrita.

Importante: A disciplina Introdução ao Antigo Testamento, difere-se do estudo denominado de Teologia do Antigo Testamento. Enquanto o primeiro se ocupa dos aspectos pertinentes ao cânon, texto, data, autoria, composição, estrutura e comentário descritivo dos livros, sem deter-se em sua teologia específica. O segundo trata da teologia bíblica nos livros veterotestamentários.

4) Teologia Exegética:

Exegética vem da palavra grega que significa extrair. Esta teologia procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras.

5) Teologia Histórica:

É o estudo das doutrinas e como elas se desenvolveram através dos séculos da igreja cristã.

6) Teologia Dogmática:

É o estudo das verdades centrais da fé como se nos apresentam nos credos da igreja, é um estudo das doutrinas de certos grupos cristãos que possuem doutrinas sistematizadas,Os Dogmas da fé Cristã.

7) Teologia Contemporânea*:

A Teologia Contemporânea é considerada a teologia do século XX, tenso sido iniciada em 1919, pelo pastor Karl Barth. O séc. XX foi marcado pela pluralidade de teologias e de reflexões sobre o homem, o mundo e sobre Deus. A Teologia Contemporânea foi originada diretamente da teologia Especulativa, tem tomado várias direções, principalmente após a Reforma Protestante. O mais importante a se entender sobre a Teologia Contemporânea é que esse novo conjunto de pressupostos religiosos modificou o pensamento do homem moderno.

8) Teologia Católica:

Estuda a moral, o dogma, a bíblia e recebe fortes influências patrísticas.

9) Teologia Protestante:

Reinterpreta as Escrituras, tendo seu principal tema na unicidade de Cristo e das Escrituras.

10) Teologia Natural:

Busca conhecer Deus na razão humana. A Teologia Natural é o ramo da filosofia que investiga o que a razão humana sem a ajuda da revelação pode nos dizer a respeito de Deus. É aqui entendida como uma tentativa de determinar as características de Deus sem recorrer à revelação divina (escritura ou experiência mística) ou à qualquer ideia que não seja “natural”. Neste caso, não se trata de olhar para a beleza da natureza ou evidências de design, mas sim de através da razão humana apenas, do pensamento e de nada que não seja “natural”, se chegar a Deus.

É uma demonstração ou afirmação da existência de Deus baseada na regularidade e complexidade do mundo natural.

É o resultado intelectual da tendência natural da mente humana para desejar ou ser inclinado em direção a Deus.

Deve ser entendida principalmente como uma “teologia da natureza” – ou seja, como uma compreensão especificamente cristã do mundo natural, refletindo os pressupostos fundamentais da fé cristã, o que deve ser contrastado com os relatos seculares ou naturalistas da natureza. O movimento aqui é oposto ao da segunda abordagem: parte-se da fé cristã, da tradição de fé de um grupo, em direção à natureza. Em outras palavras, é como se apresenta o mundo natural a nós quando o olhamos de uma perspectiva cristã. A filosofia da ciência será a primeira a dizer que na verdade, qualquer observação do mundo natural não é uma mera observação neutra, mas está imersa em um pressuposto teórico, uma “lente” com a qual observamos. Observar é na realidade interpretar, e a Teologia Natural faz isso de uma perspectiva cristã.

11) Teologia Especulativa:

Conhecer Deus através do 'conhecimento filosófico do homem'.
A teologia especulativa (e a dogmática) que se identifica (m) com a chamada teologia escolástica, se esforça por compreender o máximo possível, as verdades reveladas, mediante o raciocínio humano, nesse ponto tempo a teologia Positiva visa determinar o que foi verdadeiramente revelado e, a ordem temporal de revelação e a especulativa que busca explorar a intimidade e a profundeza do dogma de fé, não se preocupando de saber o que foi dito por Deus, mas de entender, quanto possível, o que disse Deus. Após haver entendido e deduzido, tenta sistematizar. Numa síntese suprema, ordena e hierarquiza os diversos elementos da doutrina cristã. (O mais célebre e acabado desses sistemas foi elaborado por Santo Tomás de Aquino).
  • A teologia positiva, visa determinar o que foi verdadeiramente revelado e qual a sua ordem de aparição no tempo.
  • A teologia especulativa, deseja explorar, na medida em que são acessíveis, o que há demais intimo, de mais secreto no dogma.
12) Teologia do Pacto:

Teologia do Pacto é baseada na teoria de que Deus tem apenas um pacto com os homens (aliança / pacto da graça) e apenas um povo, representados pelos santos do Velho e do Novo Testamento – um povo, uma igreja e um plano para todos. Essas crenças exigem que aqueles que defendem a Teologia do Pacto interpretem profecias de uma forma não literal.

13) Teologia Dispensacionalista:

O dispensacionalismo, é um sistema de teologia com duas características principais: (1) uma interpretação literal das Escrituras, principalmente profecia bíblica, e (2) uma distinção entre Israel e a Igreja no programa de Deus.

14) Teologia Fundamental:

A Teologia Fundamental é, no conjunto da teologia, o âmbito mais mobilizador de questionamentos sobre sua identidade, seu objeto, seu método. Ela deita suas raízes nos tempos do Novo Testamento. Não é sem razão que 1Pd 3,15 é considerado sua Carta Magna. O anúncio da fé cristã nasce juntamente com a necessidade e o desafio de defendê-la e justificá-la perante aqueles que dela pedem conta. A nova configuração da Teologia Fundamental no entanto ampliou seu elenco temático, processando um verdadeiro deslocamento ou ampliação dos horizontes e fronteiras, o que a transformou, por assim dizer, no abrigo de todos os temas de atualidade ou a disciplina que tratará de todos os fundamentos da teologia e do cristianismo na interface com todas as dimensões ou aspectos da existência humana. Nela são tratados de forma apologética, temas como:
·                     A Fé
·                     Igreja e sociedade
·                     Fé e Razão
·                     Fé e Política
·                     Fé e Cultura

15) Teologia Prática e Pastoral:

A teologia prática e pastoral ocupa-se com a reflexão teológica e análise sobre a ação da Igreja, compreendendo a prática das comunidades eclesiais e das pessoas que professam a fé cristã, a serviço da missão evangelizadora da Igreja. Contempla tanto as práticas que afetam a vida interna da Igreja quanto a presença da Igreja no mundo. Por ação pastoral entende-se a totalidade da ação da Igreja e dos cristãos, a partir da prática de Jesus, para instaurar o Reino de Deus:
·                     Os leigos na missão da Igreja
·                     Evangelização
·                     iniciação cristã
·                     Pastoral/Pastoreio
·                     Fé e Justiça

16) Teologia Pública:

A teologia pública busca ser uma contribuição de comunidades religiosas nas sociedades democráticas plurais e da teologia acadêmica que sobre elas reflete, crítica e autocriticamente, para o debate público. A teologia pública procura ser uma teologia separada do âmbito da política, sem ser alienada, num estado secular de direito, que reconhece plenamente a liberdade religiosa e no qual ela procura contribuir como parceira crítico-construtiva para o bem comum. Para isso, assume o seu caráter acadêmico, plural e interdisciplinar.

17) Teologia Ministerial:

Através do estudo formal, do conhecimento básico dos idiomas bíblicos e no uso de concordâncias e comentários, os ministros, professores de EBD, pregadores e evangelistas, passam a construir e fazer parte da teologia ministerial.

18) Teologia Profissional:

É preciso que haja uma fonte que supra as necessidades reflexivas tanto do teólogo leigo quanto do teólogo ministerial. Tais fontes são os seminários teológicos, os livros e os artigos que trazem informações concisas e coerentes para os ministros e leigos de nossas igrejas. Quem proporciona todo esse aparato é o teólogo profissional. Portanto, teologia profissional é um instrumento que serve à comunidade cristã, fazendo com que os seus membros e obreiros possam pensar como Cristo.

19) Teologia Acadêmica:

A teologia acadêmica não se preocupa com as dúvidas e incertezas do cristão comum. A teologia acadêmica preocupa-se basicamente na especulação e na filosofia.

20) Teologia Leiga:

Pensar fé no lugar da laicidade é permitir que a teologia seja interpelada por questionamentos diferentes da realidade da vida sacerdotal e religiosa. As perguntas dos leigos são outras, elas têm a ver com a vida matrimonial, profissional, cultural, eclesial e cotidiana que desafiam o fiel a viver, na prática, a vida cristã. Viver como teólogo leigo é “compartilhar, muitas vezes, com os pobres, a insegurança do amanhã”, diz Maria Clara Bingemer. Isto soa estranho aos ouvidos do teólogo religioso desatento que fez da vida sacerdotal uma opção por dedicação exclusiva expressa em um discurso divorciado da vida cotidiana comum das pessoas. a partir do seu lugar, pode oferecer contribuições para a teologia pública. A reflexão do leigo é fundamental na reflexão da Igreja e também na universidade.

21) Teologia Popular:

Sem nenhuma instrução teológica formal, crentes de várias épocas e denominações diferentes baseiam sua fé em crenças e práticas que foram formadas por meio de lendas e clichês. Tais clichês e lendas, conhecidos também por “ evangelendas” são construídas por pessoas, consideradas pelas massas, muito espirituais, e suas novidades também soam sempre muito espirituais. E se algum cristão tentar examinar a autenticidade bíblica de tais afirmações ou práticas, corre o risco de ser chamado de “carnal’.

Os Objetivos da Teologia:
1.                  Demonstrar a existência de Deus
2.                 Explicar o Homem e sua queda
3.                 Explicar a restauração
4.                 Explicar o mundo vindouro e preparar o homem para ele

A História da Teologia:

Analisa o processo progressivo da Teologia no transcorrer da história.
1.                  A Patrística
2.                 A Escolástica
3.                 A Reforma.
4.                 A Contrareforma
5.                 A Teologia Moderna*

*academicamente, a disciplina, Introdução à Teologia para no inicio desta seção, quando este assunto (teologia moderna) é retomado na disciplina: Teologia Contemporânea.

A Seguir a bibliografia utilizada para elaboração deste artigo e logo em baixo uma bibliografia para ensinar Arminianos a defender a sua fé e responder à teologia Calvinista.

Leia também meu artigo“Cosmovisão Cristã".


Assista aos meus vídeos relacionados ao tema, e em baixo dos videos estão as bibliografias:


Patrística e Escolástica



Reforma Protestante




Reforma



502 anos da Reforma




Arminianimso vs Calvinismo


Teologia contemporânea:


Pacto de Lausane:


Cosmovisão Cristã




1) Bibliografia do Artigo:
  
SAWYER, M. James. Uma introdução à teologia. Editora Vida.
OLSON, Roger E. História da Teologia Cristã. Ed. Vida.
ROLDAN, Alberto. Para que Serve A Teologia. Ed. Descoberta.
C AVALCANTE, RONALDO. SINNER, Rudolf V. Teologia PúblicaEd. Sinodal.
VANHOOZER, Kevin J. STRACHAN, Owen. O Pastor como teólogo público. Ed. Vida Nova.
GONZÁLES, Justo L. Ministério: Vocação ou Profissão. Ed. Hagnos.
SAYÃO, Luiz. Cabeças Feitas - Filosofia Prática para Cristão. Editora Hagnos.
SPROUL, R. C.  Somos Todos Teólogos. Editora Fiel.
GRANCONATO, Marcos. Fundamentos da Teologia do Novo Testamento. Ed. Mundo Cristão
Boff, Clodovis. Teoria do Método Teológico. Ed. Vozes.
FERREIRA, Franklin. Teologia Sistemática. Ed. Vida Nova. 
PAELEY William. Teología Natural. (espanhol) Editora Nabu Press.

2) Bibliografia sobre Teologia Arminiana para responder à Teologia Calvinista:

RODRIGUES, Zwinglo. Uma Introdução ao Arminianismo Clássico. Ed Reflexão
TITILLO, Thiago Velozo. Eleição Condicional. Editora Refexão
TITILLO, Thiago Velozo.  A Gênese da Predestinação na Historia da teologia Cristã. Ed Reflexão.
BRYSON, Geroge L. Os Cinco Pontos do Calvinismo. Ed Reflexão
ARMINIO, Jacó. Uma análise de Romanos 9. Editiora Reflexão
1.       MCCULLOH, Gerald. A Fé e a Liberdade do homem. Ed Reflexão
WALLS, Jerry. Por que não Sou Calvinista. Ed Reflexão
FISCHER, Austin. Jovem, incansável, não mais Reformado. Editora: Salcultural
COUTO, Vinicius. Introdução à Teologia Armínio-Wesleyana. Editora reflxão
COUTO, Vinicius. Em Favor Do Arminianismo – Wesleyano. Editora reflexão
COSTA, Gesiel Silva. Pesados e achados em falta Teologia Armínio-Wesleyana. Editora Reflexão
OLSON, Roger E. Teologia Arminiana - Mitos e Realidades. Ed Reflexão
OLSON, Roger E. Contra o Calvinismo. Ed. Reflexão
VAILATTI, Carlos Augusto. Expiação Ilimitada. Ed reflexão
HUNT, Dave. Que amor é este? Ed Reflexão


segunda-feira, 1 de abril de 2019

Hermenêutica Escatológica – O Trigo da parábola

Clique na imagem para vê-la ampliada!


Pergunta feita na vídeo-aula: “Um será tomado, e o outro deixado. Aula 44 de Escatologia”:

“Como que arranca os bodes das ovelhas sendo que as já está em Cristo? Sendo que estará um bode e uma ovelha. Como a igreja não estará aqui se ele disse que o trigo só é colhido depois que colher o joio? 👀”

A seguir vídeo-aula, onde a pergunta foi feita, clique para assistir:




Resposta:

Olá seja bem vindo ao meu canal!

Como bem se sabe:

O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino. O joio são os filhos do Maligno. O inimigo que o semeou é o Diabo. A colheita é o fim do mundo. Os ceifadores são os anjos. Jesus quis, pois, alertar para o seguinte: O Diabo está fazendo o mesmo que faço: semeando; se vocês souberem discernir o bem do mal e tiverem força para seguir o bem, no final, quando Deus vier julgar, e só Ele tem o poder de separar o bem do mal, vocês estarão preparados para participar do Reino do Pai.

1º) Tenho dito nas aulas de Hermenêutica, que é preciso descobrir o “Lá e Então” (público original e contexto da mensagem) para determinar o “Aqui e Agora” (fazer a aplicação para hoje) devemos sempre fazer a aplicação das Escrituras para elas não se tornem mera história, mas ao fazer isso não devemos perder de vista os destinatários originais, e a que, a passagem se refere.

*“Ponto Nevrálgico” É a própria explicação de Jesus Cristo!

A Leitura do capítulo em seu contexto demonstra que a passagem não se refere ao Arrebatamento da Igreja, mas que aqueles que serão “Arrancados” são o Joio, quem ficar, ficará para o Reino (leia as referências bíblicas):

“Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim será na consumação deste mundo. Mandará o Filho do homem os seus anjos, e eles colherão do seu reino tudo o que causa escândalo, e os que cometem iniquidade. E lançá-los-ão na fornalha de fogo; ali haverá pranto e ranger de dentes. Então os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai. Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.” Mateus 13:40-43

Já no Arrebatamento da Igreja quem a retira é o próprio Cristo!

“E esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.” 1ª Tessalonicenses 1:10

“Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” 1ª Tessalonicenses 4:16,17

Na sua primeira vinda olha com quem Jesus veio falar:

“Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei, e me manifestarei a ele. Disse-lhe Judas (não o Iscariotes): Senhor, de onde vem que te hás de manifestar a nós, e não ao mundo?João 14:21,22

“E ele, respondendo, disse: Eu não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel.” Mateus 15:24

“E, faltando vinho, a mãe de Jesus lhe disse: Não têm vinho. Disse-lhe Jesus: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora.” João 2:3,4

Já quando ele se manifestar:

Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.” Colossenses 3:4

“Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos.” 1ª João 3:2

“Porque a ardente expectação da criatura espera a manifestação dos filhos de Deus.” Romanos 8:19

Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.” Filipenses 3:20,21

2º) Na Profecia a respeito do Reino restaurado a Israel nos últimos dias, o Israel a ser restaurado é o Nacional, e Deus nos informa que o restaura por  amor a sua Palavra (leia as referências bíblicas a seguir):

“Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida dentre os mortos?” Romanos 11:15

Dize portanto à casa de Israel: Assim diz o Senhor DEUS: Não é por respeito a vós que eu faço isto, ó casa de Israel, mas pelo meu santo nome, que profanastes entre as nações para onde fostes. E eu santificarei o meu grande nome, que foi profanado entre os gentios, o qual profanastes no meio deles; e os gentios saberão que eu sou o SENHOR, diz o Senhor DEUS, quando eu for santificado aos seus olhos. E vos tomarei dentre os gentios, e vos congregarei de todas as terras, e vos trarei para a vossa terra. Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis purificados; de todas as vossas imundícias e de todos os vossos ídolos vos purificarei. E dar-vos-ei um coração novo, e porei dentro de vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne. E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus. E livrar-vos-ei de todas as vossas imundícias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós.” Ezequiel 36:22-29

“Assim que virão, e exultarão no alto de Sião, e correrão aos bens do Senhor, ao trigo, e ao mosto, e ao azeite, e aos cordeiros e bezerros; e a sua alma será como um jardim regado, e nunca mais andarão tristes.” Jeremias 31:12

“Assim diz o Senhor: Voltarei para Sião, e habitarei no meio de Jerusalém; e Jerusalém chamar-se-á a cidade da verdade, e o monte do Senhor dos Exércitos, o monte santo. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Ainda nas praças de Jerusalém habitarão velhos e velhas; levando cada um, na mão, o seu bordão, por causa da sua muita idade. E as ruas da cidade se encherão de meninos e meninas, que nelas brincarão. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Se isto for maravilhoso aos olhos do restante deste povo naqueles dias, será também maravilhoso aos meus olhos? diz o Senhor dos Exércitos. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Eis que salvarei o meu povo da terra do oriente e da terra do ocidente; E trá-los-ei, e habitarão no meio de Jerusalém; e eles serão o meu povo, e eu lhes serei o seu Deus em verdade e em justiça. Assim diz o Senhor dos Exércitos: Esforcem-se as vossas mãos, ó vós que nestes dias ouvistes estas palavras da boca dos profetas, que estiveram no dia em que foi posto o fundamento da casa do Senhor dos Exércitos, para que o templo fosse edificado. Porque antes destes dias não tem havido salário para os homens, nem lhes davam ganhos os animais; nem havia paz para o que entrava nem para o que saía, por causa do inimigo, porque eu incitei a todos os homens, cada um contra o seu próximo. Mas agora não serei para com o restante deste povo como nos primeiros dias, diz o Senhor dos Exércitos. Porque haverá semente de prosperidade; a vide dará o seu fruto, e a terra dará a sua novidade, e os céus darão o seu orvalho; e farei que o restante deste povo herde tudo isto. E há de suceder, ó casa de Judá, e casa de Israel, que, assim como fostes uma maldição entre os gentios, assim vos salvarei, e sereis uma bênção; não temais, esforcem-se as vossas mãos.” Zacarias 8:3-13

3º) Perceba como a “Judaicidade” do contexto e o cumprimento das profecias referentes ao Reino de Israel são inegáveis.

“Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;” Mateus 24:16

“E orai para que a vossa fuga não aconteça no inverno nem no sábado; Porque haverá então grande aflição, como nunca houve desde o princípio do mundo até agora, nem tampouco há de haver.” Mateus 24:20,21

4º) Que Reino especificamente? (leia as referências bíblicas a seguir):

“E, depois que João foi entregue à prisão, veio Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho do reino de Deus, E dizendo: O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo. Arrependei-vos, e crede no evangelho.” Marcos 1:14,15

Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo, e sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniqüidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.” Daniel 9:24 (lembre-se que a Septuagégima semana é a Tribulação).

Quando, pois, virdes que a abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo; quem lê, entenda; Então, os que estiverem na Judéia, fujam para os montes;” Mateus 24:15,16

A Igreja nunca é convocada para fugir, pelo contrário.

“Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela;” Mateus 16:18

O Contexto da Tribulação é com Israel!

Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas, e apedrejas os que te são enviados! quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus pintos debaixo das asas, e tu não quiseste! Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; Porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor.” Mateus 23:37-39

“E, quando o dragão viu que fora lançado na terra, perseguiu a mulher que dera à luz o filho homem. E foram dadas à mulher duas asas de grande águia, para que voasse para o deserto, ao seu lugar, onde é sustentada por um tempo, e tempos, e metade de um tempo, fora da vista da serpente.” Apocalipse 12:13,14

E, se aqueles dias não fossem abreviados, nenhuma carne se salvaria; mas por causa dos escolhidos serão abreviados aqueles dias.” Mateus 24:22

E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das Oliveiras, que está defronte de Jerusalém para o oriente; e o monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul.” Zacarias 14:4

“Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.” Mateus 24:30

“Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim. Amém.” Apocalipse 1:7

E acontecerá naquele dia que os profetas se envergonharão, cada um da sua visão, quando profetizarem; nem mais se vestirão de manto de pelos, para mentirem. Mas dirão: Não sou profeta, sou lavrador da terra; porque certo homem ensinou-me a guardar o gado desde a minha mocidade. E se alguém lhe disser: Que feridas são estas nas tuas mãos? Dirá ele: São feridas com que fui ferido em casa dos meus amigos.” Zacarias 13:4-6

“Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido.” João 3:29

Ou seja, neste cenário da Tribulação não há referência à Igreja.

“Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como uma virgem pura a um marido, a saber, a Cristo.” 2ª Coríntios 11:2

Enquanto a Igreja está desenvolvendo seu trabalho ela é virgem é a noiva!

“Regozijemo-nos, e alegremo-nos, e demos-lhe glória; porque vindas são as bodas do Cordeiro, e já a sua esposa se aprontou.” Apocalipse 19:7

 “E ao que vencer, e guardar até ao fim as minhas obras, eu lhe darei poder sobre as nações,” Apocalipse 2:26

Agora em algum momento ela subiu e se tornou Esposa e está voltando para Reinar!

“Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde a fundação do mundo;” Mateus 25:34

5º) A Mensagem é a respeito do Reino Profetizado no Antigo Testamento, para o qual Jesus Cristo voltará para reinar como Davi (leia a referência bíblica a seguir):

E meu servo Davi será rei sobre eles, e todos eles terão um só pastor; e andarão nos meus juízos e guardarão os meus estatutos, e os observarão. E habitarão na terra que dei a meu servo Jacó, em que habitaram vossos pais; e habitarão nela, eles e seus filhos, e os filhos de seus filhos, para sempre, e Davi, meu servo, será seu príncipe eternamente.” Ezequiel 37:24,25

“E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus. Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; E reinará eternamente na casa de Jacó, e o seu reino não terá fim.” Lucas 1:31-33

Porque brotará um rebento do tronco de Jessé, e das suas raízes um renovo frutificará. E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, o espírito de sabedoria e de entendimento, o espírito de conselho e de fortaleza, o espírito de conhecimento e de temor do Senhor. E deleitar-se-á no temor do Senhor; e não julgará segundo a vista dos seus olhos, nem repreenderá segundo o ouvir dos seus ouvidos. Mas julgará com justiça aos pobres, e repreenderá com eqüidade aos mansos da terra; e ferirá a terra com a vara de sua boca, e com o sopro dos seus lábios matará ao ímpio, E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a fidelidade o cinto dos seus rins.” Isaías 11:1-5

“E disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” Apocalipse 5:5

“E tu, Belém (Casa do Pão) Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Miquéias 5:2

Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas nas igrejas. Eu sou a raiz e a geração de Davi, a resplandecente estrela da manhã.” Apocalipse 22:16

Como demonstrado, Jesus fala do Reino profetizado a Israel, naquele contexto o trigo está relacionado aos judeus, no entanto com relação a aplicação, há ali o princípio demonstrado no início deste artigo.

Criei um playlist no canal A Hora da Escatologia, com uma sequencias de vídeo sobre o Arrebatamento da Igreja, a retirada do Espirito Santo ou não na Tribulação, sugiro assistir na ordem em que se encontram, isso trará muita luz, já que os argumentos ali apresentados seguem a exposição dos textos bíblicos.

Em Cristo!
Rodrigo.