sexta-feira, 27 de outubro de 2017

“Traze os livros e os pergaminhos” (Dia Nacional do Livro)


O Dia Nacional do Livro é comemorado no dia 29 de outubro em homenagem à primeira biblioteca fundada no Brasil.

“Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos.” 2ª Timóteo 4:13

O apóstolo Paulo, já com a idade avançada, estava próximo do final de sua vida, mas continuava com o desejo ardente de continuar sua missão de evangelista. Ele estava escrevendo para um de seus amigos mais próximos, considerado por ele como filho. Eles viajaram juntos, sofreram, choraram e também tiveram muitos motivos para rirem juntos. Agora Paulo entendia que o jovem Timóteo precisava de maturidade e capacidade para continuar sua obra, não deixando que com sua morte, a obra de Deus fosse prejudicada. Timóteo é retratado como um jovem muito novo, tímido, carente de espírito enérgico, e assim o apóstolo o exorta incisivamente a defender o evangelho, a pregar a Palavra de Deus, a perseverar na tribulação e a cumprir sua missão até o fim.

Esta foi a última carta escrita pelo apóstolo Paulo. É uma epístola muito pessoal. Nela ele menciona 23 pessoas. Embora sozinho e tendo a certeza da morte para muito em breve, esqueceu-se de si mesmo para pensar nos outros, nas igrejas que havia fundado e sempre preocupado em defender a causa do evangelho.

As Epístolas paulinas, Epístolas de Paulo, ou Cartas de Paulo, são os 13 livros do Novo Testamento que têm o nome Paulo como a primeira palavra, portanto, reivindicando a autoria de Paulo Apóstolo. Entre essas cartas estão alguns dos mais antigos documentos cristãos existentes.

As Epístolas que formam as denominadas “Cartas Pastorais” são: 1 e 2 Timóteo e Tito. Embora na Bíblia a Epístola de Tito esteja organizada depois das Epístolas de 1 e 2 Timóteo a ordem cronológica é diferente, sendo difícil dizer qual foi a primeira a ser escrita, se 1 Timóteo ou Tito. De qualquer forma a organização cronológica mais aceita seria: 1 Timóteo, Tito e 2 Timóteo.

As Cartas Pastorais, ou Epístolas Pastorais, começaram a receber essa classificação a partir do século XVIII, embora ainda no século XIII Tomás de Aquino já utilizava esse termo denominativo.

Diferentemente das outras Epístolas de Paulo que são destinadas as igrejas (com exceção de Filemom), as Cartas Pastorais são destinadas a dois líderes da Igreja Primitiva da época, Timóteo (líder em Éfeso) e Tito (líder em Creta).

Os principais objetivos das Cartas Pastorais eram para tratar assuntos urgentes, e que precisavam de uma solução o quanto antes dos quais podemos destacar dois:
  • Nomear homens de extrema integridade e caráter para os cargos de Bispos e Diáconos;
  • Combater as heresias e os falsos ensinamentos que estavam se espalhando nas Igrejas.

É clara a importância que o Apóstolo Paulo dava aos livros e ao Ato de Ler. Mas e nós?

O livro é uma das maiores invenções que o homem tem acesso, por meio do livro são transmitidos conhecimentos e culturas.

A leitura propicia:

Entendimento: uma boa leitura leva a pessoa ao entendimento de assuntos distintos.
Cultura: através da leitura temos possibilidade de ter contato com várias culturas diferentes.
Reflexão: lendo, nos tornamos reflexivos, ou seja, formamos uma ideia própria e madura dos fatos.
Conhecimento: através da leitura falamos e escrevemos melhor, sabemos o que aconteceu na nossa história, o porquê de nosso clima e do idioma que falamos, dentre muitas outras possibilidades
Vocabulário: esse item é fato, pois quem lê tem um repertório de vocábulos muito mais avançado do que aquele que não possui essa prática.
Informação: através da leitura ficamos informados sobre o que acontece no mundo e na nossa região. A leitura informativa mais usual é o jornal impresso.

Existem três objetivos distintos para compreender a importância do hábito de ler:

• Ler por prazer;
• Ler para estudar;
• Ler para se informar.

Como Criar o habito de ler?

1 – ROTINA
Crie uma rotina que contenha um horário destinado à leitura. Ler é um hábito, portanto é essencial que você tenha tempo para desempenhá-lo e dedique-se a estimulá-lo.

 2 – BIBLIOTECAS
Descubra se existe alguma biblioteca perto da sua casa. Frequentar bibliotecas é uma ótima maneira de estimular a leitura, pois nelas é possível encontrar livros de todos os gêneros e pegá-los emprestado sem pagar nada.

 3 – FALE SOBRE LIVROS
Converse sobre livros com seus amigos e familiares, compartilhe opiniões e peça dicas de títulos a outras pessoas. Divida suas experiências! Criar o hábito da leitura será muito mais fácil com a ajuda dos amigos.

A Bíblia É a obra mais influente da história da humanidade, tanto cultural quanto religiosamente. Por meio dela, judeus e cristãos formam sua visão do mundo e avaliam seu papel social e histórico em sociedade. 

“E leram no livro, na lei de Deus; e declarando, e explicando o sentido, faziam que, lendo, se entendesse.” Neemias 8:8

*Aproveite também a data para ler meus artigos relacionados a este assunto:

Reforma Protestante:


Dia das Bruxas:


Dia dos professores

1)      O valor do Professor:


e

2)      Professor Dom ou Esforço:




Bibliografia:

MORTIMER, Adler. Como Ler Livros. Ed. É Realizações.
GERMANO, Altair. O Líder Cristão e o Hábito de Leitura. Ed. CPAD
PERISSÉ Gabriel. Ler, Pensar e Escrever. Ed. Saraiva.
FREIRE, PAULO. A Importância do Ato de Ler. Editora: Ed. Cortez.
DUNN, James D. G. A nova perspectiva sobre Paulo. Ed. Paulus.
SHEDD, Russell P. MULHOLLAND, Dewey M. Epístolas da prisão. Ed. Vida Nova
http://cultura.estadao.com.br/noticias/geral,biblia-e-livro-mais-importante-da-humanidade,20000714p2447

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Igreja: Movimento de Contracultura.


O que é Contracultura? O que é ser Igreja? Qual o papel da Teologia na Contracultura?

“Quanto à antiga maneira de viver, vocês foram ensinados a despir-se do velho homem, que se corrompe por desejos enganosos, a serem renovados no modo de pensar e a revestir-se do novo homem, criado para ser semelhante a Deus em justiça e em santidade provenientes da verdade. Portanto, cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo. "Quando vocês ficarem irados, não pequem". Apazigüem a sua ira antes que o sol se ponha, e não dêem lugar ao diabo. O que furtava não furte mais; antes trabalhe, fazendo algo de útil com as mãos, para que tenha o que repartir com quem estiver em necessidade.” Efésios 4:22-28 (NVI)

A igreja é uma maneira alternativa de viver junto em comunidade!

Na tarefa de recuperar a compreensão do significado de igreja no Novo Testamento, a teologia nos será uma grande aliada. Em “Conformando-se à Cultura ou Tornando-se Igreja”, Ronald J. Sider, apresenta seis pontos fundamentais nesse processo. Em Primeiro lugar, Jesus é a fonte, o centro e o Senhor da Igreja. Segundo, a igreja é santa. Terceiro, ela é uma comunidade, e não um bando de peregrinos errantes. Quarto, precisamente por se submeter às leis do reino de Jesus, a igreja representa um movimento de contracultura, vivendo um estilo de vida que desafia os valores e costumes do mundo. Quinto, disponibilidade e prestação de contas são elementos essenciais dentro dessa nova ordem social. Sexto, a igreja só se tornará essa nova ordem social justa pelo poder do Espírito.

Cultura é o cultivo de hábitos, interesses, língua e vida artística de uma nação: histórias, símbolos, estruturas de poder, estruturas organizacionais, sistemas de controle, rituais e rotinas, tudo o que caracteriza uma realidade social de um povo ou nação, enfim tudo que o ser humano produz é cultura.

A contracultura pode ser definida como um ideário que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental.

Na década de 1950, surgiu nos Estados Unidos um dos primeiros movimentos da contracultura: a Beat Generation (Geração Beat ou geração que protesta). Os Beatniks eram jovens intelectuais, principalmente artistas e escritores, que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico.

Contracultura é um movimento que teve seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura underground, cultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político.

A Contracultura era um movimento político-cultural de caráter libertário que surgiu do confronto entre a cultura e a visão juvenil, indo contra alguns valores morais da cultura ocidental, que padronizados denotam o controle social institucionalizado e totalitário, tais como: maneira de pensar, comportamento sexual e social.

Na arte, o movimento tomou forma, se expandiu, penetrando todas as camadas sociais, homens, mulheres (principalmente os jovens). Foi junto da música quebrando barreiras conceituais e convencionais que conseguiu atingir os diversos grupos sociais. De um lado o termo contracultura pode se referir ao conjunto de movimentos de rebelião da juventude dos anos 60, do outro, uma coisa mais geral, abstrata, um certo modo de contestação.

A Igreja é um movimento de contracultura!

Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Romanos 12:2 (NVI)

A igreja não deve ser apenas diferente, ela deve estar muito além do resto da sociedade, isso à luz do que diz o novo testamento sobre o caráter multiétnico da igreja.

A igreja é uma nova ordem social visível, uma comunidade radical que representa um desafio à insanidade sexual, ao preconceito racial e social e à injustiça econômica que permeiam a sociedade.

“Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.” Mateus 5:16

A igreja é profundamente contracultura. Isso não significa que a cultura em si seja algo ruim A cultura faz parte da boa criação de Deus. O Criador nos fez à sua imagem e nos deu ferramentas para explorarmos o mundo material – arte, música e civilizações complexas e belas. Todas essas coisas são boas, mas a queda corrompeu tudo. O pecado espalhou-se por todos os campos da cultura.

O chamado para ser uma comunidade contracultural aparece em todo o Novo Testamento. Precisamos fazer parte da contracultura exatamente porque amamos a cultura:

“Aguardando a bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus Cristo; O qual se deu a si mesmo por nós para nos remir de toda a iniqüidade, e purificar para si um povo seu especial, zeloso de boas obras.” Tito 2:13,14

“Tendo o vosso viver honesto entre os gentios; para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, glorifiquem a Deus no dia da visitação, pelas boas obras que em vós observem.” 1ª Pedro 2:12

A saber, que os gentios são co-herdeiros, e de um mesmo corpo, e participantes da promessa em Cristo pelo evangelho; Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus, que me foi dado segundo a operação do seu poder. A mim, o mínimo de todos os santos, me foi dada esta graça de anunciar entre os gentios, por meio do evangelho, as riquezas incompreensíveis de Cristo, E demonstrar a todos qual seja a comunhão do mistério, que desde os séculos esteve oculto em Deus, que tudo criou por meio de Jesus Cristo; Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos céus,” Efésios 3:6-10

Nesse contexto, a Teologia da Missão Integral (TMI) é um conceito que vem sendo abraçada por diversas igrejas evangélicas e que sugere a aplicação dos princípios do Evangelho em todas as áreas da vida, incentivando o evangelismo que pregue a Palavra e que ofereça assistência social, psicológica e espiritual.

TMI deu origem ao conceito do “Evangelho todo, para o homem todo, para todos os homens”, que é “compreendido como o poder de Deus para a Salvação de todo o que crê, assim como o poder de Deus para interferir na estrutura da sociedade, para dar sobrevida à humanidade, pela promoção da justiça”.

É uma “teologia da Práxis, isto é, reflexão teológica sobre a ação da igreja, como propagadora do Evangelho, no cotidiano da sociedade em que está incrustada”.

Práxis é uma palavra com origem no termo em grego praxis que significa conduta ou ação. Corresponde a uma atividade prática em oposição à teoria. Este termo é abordado por vários campos de conhecimento, como filosofia e psicologia, que classificam práxis como uma atividade voluntária orientada para um determinado fim ou resultado. Vários pensadores mencionaram o conceito de práxis nas suas obras, como Karl Marx e Jean Paul Sartre.

“Porque Deus não é injusto para se esquecer da vossa obra, e do trabalho do amor que para com o seu nome mostrastes, enquanto servistes aos santos; e ainda servis.” Hebreus 6:10

Você pode estar pensando: Como ter "força e sabedoria" para ser esta expressão do Reino?

Eis a resposta:

“Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir.” João 16:13

Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;” 2ª Coríntios 4:6-9

*Sugiro ainda, a leitura de dois outros artigos meus: 

"Arte e A Fé Cristã", onde aparece boa argumentação e uma excelente bibliografia. Acesse através do link:


Bibliografia:

JACOBS, Cindys. Manifesto da Reforma. Ed. Vida.
STOTT, John. A mensagem do sermão do monte – contracultura cristã. Ed. Ultimato.
MACARTHUR, John. Pense Biblicamente. Ed. Hagnos.
COLSON, Charles. PEARCEY, Nancy. O cristão na cultura de hoje. Ed. CPAD.
CAVALCANTI, Robinson. A Igreja, o país e o mundo. Ed. Ultimato.
PADILLA, C. René. O Que é Missão Integral? Ed. Ultimato.
RAMOS, Ariovaldo. Nossa Igreja Brasileira. Ed. Hagnos.
SIDER, Ronald J. O Escândalo do Comportamento Evangélico. Ed. Ultimato.
LOPES, Hernandes Dias. Morte na panela. Ed. Hagnos.
TILLICH, Paul. História do Pensamento Cristão. Ed. Aste.
LARAIA, Roque de Barros. Cultura: Um Conceito Antropológico. Ed. Zahar.
LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. Ed. Brasiliense.
LIMA,Walter M. Educação e Razão Dialética - Jean-paul Sartre. Ed. Edufal

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Deus, uma impossibilidade filosófica?


Acredito ser pertinente e até urgente à leitura do artigo de hoje, para àqueles e àquelas que desejam apresentar a mensagem cristã em nossa sociedade atual (pós-moderna).

Reproduzo aqui em texto parte da discussão que propus na disciplina que lecionei: Introdução à Filosofia, isso no mês em que se comemoram os 500 anos da reforma, tendo em vista a autoridade da igreja e sua clara relevância na “pós–modernidade”.

Aproveito a oportunidade para demonstrar através da argumentação e bibliografia o que os alunos e alunas encontrarão ao estudar conosco.

Filosofia é uma palavra grega que significa "amor à sabedoria" ou ainda "amigo da sabedoria" (filos) e consiste no estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Filósofo é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade. É uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser. Atribui-se a Pitágoras de Samos (século V a.C) a invenção da palavra “filosofia”. Quando perguntado qual sua função disse: filósofo-amigo da sabedoria, pois dizia que só os deuses têm a sabedoria plena. Teve seu começo em Tales da colônia grega de Mileto por isso chamado Tales de Mileto.

A dimensão religiosa do homem faz parte de seu ser mais profundo: longe de ser fonte de alienação, ela dispõe o homem para a verdadeira alegria. O desejo mais profundo que se inscreve no coração do homem, criado à imagem de Deus, é a sede de Deus:

Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.” Salmos 42:1-5

“A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pela manhã, mais do que aqueles que guardam pela manhã.” Salmos 130:6

Por que Deus não acaba com o mal e portanto, com nosso sofrimento?

Circula pela internet desde 2004 um texto que narra um episódio ocorrido com um aluno de uma escola que, certa vez, diz para seu professor, depois de mostrar várias provas e contrapor o bem e o mal, que Deus realmente existe: O texto sugere que o mal não existe, assim como a escuridão não existe, sendo esta apenas a ausência de luz, por analogia o mal é ausência de bem: uma escolha de não praticar o bem:

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” Tiago 4:17

Um filósofo certa vez formulou a questão a respeito da relação entre a onipotência e a bondade de Deus. A coisa é mais ou menos assim: “se Deus existe, ele é todo poderoso e é bom, pois não fosse todo-poderoso, não seria Deus, e não fosse bom, não seria digno de ser Deus. Mas se Deus é todo-poderoso e bom, então como explicar tanto sofrimento no mundo? Caso Deus seja todo-poderoso, então ele pode evitar o sofrimento, e se não o faz, é porque não é bom, e nesse caso, não é digno de ser Deus. Mas caso seja bom e queira evitar o sofrimento, e não o faz porque não consegue, então ele não é todo-poderoso, e nesse caso, também não é Deus. Considerando, portanto, que não é possível que Deus seja ao mesmo tempo bom e todo-poderoso, a lógica é que Deus é uma impossibilidade filosófica", ou se preferir, a idéia de Deus não faz sentido, e o melhor que temos a fazer é admitir que Deus não existe”.

Parece que estamos diante de um dilema insolúvel. Mas Einstein nos deu uma dica preciosa. Disse que quando chegamos a um “problema insolúvel”, devemos mudar o paradigma de pensamento que o criou. O paradigma de pensamento que considera o binômio “onipotência/bondade” como ponto de partida para pensar o caráter de Deus nos deixa em situação difícil. Existiria, entretanto, outro paradigma de pensamento? Será que as palavras “onipotência” e “bondade” são as que melhor resumem o dilema de Deus diante do mal e do sofrimento do inocente? Há outras palavras que podem ser colocadas neste quebra-cabeça?

Este problema foi enfrentado pelo Apostolo Paulo, em seu debate com os filósofos gregos de seu tempo. A mensagem cristã era muito simples: Deus veio ao mundo e morreu crucificado. Pior do que isso: Deus foi crucificado num “jogo de empurra” entre judeus e romanos, isto é, diferentemente dos outros deuses, o Deus cristão foi morto não por deuses mais poderosos, mas por homens. "Sendo Deus, jamais poderia ser morto por mãos humanas, e sendo o Deus onipotente, jamais poderia nem mesmo ser morto." Paulo estava diante de um dilema semelhante ao proposto no inicio, Deus era uma impossibilidade filosófica.

Foi então que os apóstolos surgiram com uma resposta: antes de vir ao mundo ao encontro dos homens, Deus se esvaziou da sua onipotência, isto é, abriu mão do exercício de sua onipotência, e por amor, deixou-se matar por eles. (“Deus abriu mão do exercício de sua onipotência”, bem diferente de “Deus abriu mão de sua onipotência”).

O apóstolo Paulo admitia que não era possível pensar em Deus sem considerar o binômio bondade/onipotência. Optou pela palavra amor, assim como o apóstolo João, que afirmou “Deus é amor”. Jesus de Nazaré foi Deus encarnado na forma de Amor, e não Deus encarnado na forma de Onipotência.

Isso faz todo o sentido: "Um Deus que viesse ao encontro das pessoas em trajes onipotentes chegaria para se impor e reivindicar obediência irrestrita, impressionando pela sua majestade e força sem iguais. A contrapartida do poder é a obediência, enquanto a contrapartida do amor é a liberdade. Também assim pensou o apóstolo Paulo, ao afirmar que o que constrange as pessoas a viver para Deus é o amor de Deus (demonstrado na morte de Jesus na cruz) Ao decidir criar o ser humano à sua imagem e semelhança, deveria criá-lo livre. Desejando um relacionamento com o ser humano, deveria dar a esse ser a liberdade de responder voluntariamente ao seu amor. Entre a onipotência e a bondade de Deus existe a liberdade do homem, e o compromisso de Deus em respeitar esta liberdade. O mal é consequencia inevitável da liberdade humana, que teima em dar as costas para Deus e tentar fazer o mundo acontecer à sua própria maneira. Deus não acaba com o mal porque o mal não existe, o que existe é o malvado. O mal não é uma entidade ao lado de Deus. O mal é o resultado de uma ação humana em afastar-se do Deus, sumo bem. Para acabar com o mal, Deus teria que acabar com o malvado. Mas, sendo amor, entre acabar com o malvado e redimir o malvado, Deus escolheu sofrer enquanto redime, para não negar a si mesmo destruindo o objeto do seu amor." 

Por esta razão, Deus esvazia-se de sua onipotência, abre mão de se relacionar em termos de onipotência-obediência, e se relaciona com a humanidade com base no amor.

Aprofundando a discussão...

Pré-modernismo

Na Idade Média (o período pré-moderno), acreditava-se que a verdade era privilégio de alguns grupos especiais. Uma pessoa comum não tinha a menor condição de alcançar a verdade sobre qualquer área. A verdade poderia ser encontrada somente no clero ou na igreja. Se você desejasse conhecer a verdade, iria conversar com um sacerdote. Sempre que os sacerdotes discordassem entre si ou não tivessem uma posição, a verdade seria decidida pelo papa ou por um dos grandes concílios da igreja.

Modernismo Cristão

Durante a Reforma Protestante, a confiança das pessoas em grupos privilegiados começou a se fragmentar. Passou-se a acreditar que a verdade não residia mais na igreja, mas em declarações lógicas baseadas em meticulosa pesquisa bíblica. Sacerdotes, papas e nobres não tinham mais acesso à verdade do que qualquer outra pessoa. Qualquer um, com esforço e habilidade, poderia compreender a verdade através do estudo racional das Escrituras.

Modernismo Secular

Com o Iluminismo, o mundo experimentou uma mudança do modernismo cristão para o modernismo secular. 

Começando com René Descartes (1596-1650), o pai da filosofia moderna, os modernistas seculares vieram a crer que a chave para a verdade não era o estudo da Bíblia, mas a dúvida metodológica. O objetivo era eliminar todos os tipos de superstição ao se expor as falhas de todo pensamento anterior. Isso seria realizado aplicando-se métodos meticulosos e científicos a todas as questões, inclusive religiosas. Assim, a verdade seria encontrada no processo científico de cuidadosa observação e experimentação. A razão humana seria capaz de resolver qualquer coisa.

Pós-modernismo

Na pós-modernidade, a verdade não é encontrada primariamente na ciência, na Bíblia ou na igreja; é encontrada nos relacionamentos, na experiência e na narração de histórias. A verdade se tornou bastante ilusória. Em vez de “a verdade”, o pós-moderno prefere pensar em “muitas verdades”, uma “variedade de verdades” ou a “verdade para mim”. Acredita-se que ninguém consegue ter uma compreensão clara e perfeita da verdade, mas que cada pessoa percebe parte da verdade. Assim, o resultado são pequenos pedaços de conhecimento.

A construção da comunidade é, portanto, um componente essencial na busca pós-moderna da verdade. À medida que cada um compartilha a parte da verdade que experimenta e conhece, todos se beneficiam disso. No ambiente pós-moderno, construir comunidade é mais importante que as ideias que antes mantinham as comunidades juntas. Na pós-modernidade não há um “centro da verdade” mas vários centros coexistem ao mesmo tempo.

Metafísica

A metafísica é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É uma doutrina que busca o conhecimento da essência das coisas. O termo metafísica foi consagrado por Andrônico de Rodes a partir da ordenação dos livros aristotélicos referidos à ciência dos primeiros princípios e primeiras causas do ser. Para Aristóteles a metafísica é, simultaneamente, ontologia, filosofia e teologia, na medida em que se ocupa do ser supremo dentro da hierarquia dos seres. Neste sentido, foi recolhida pela filosofia tradicional até Kant, que se interrogou sobre a possibilidade da metafísica como ciência. A interpretação da metafísica como estudo do "sobrenatural" é de origem neoplatônica. A tradição escolástica identificou o objeto de estudo da metafísica com o da teologia, ainda que tenha distinguido as duas pelos métodos usados: para explicar Deus, a metafísica recorre à razão e a teologia à revelação. Na Idade Moderna, ocorre uma clara separação entre a concepção aristotélica e a neoplatônica: a metafísica como ontologia se converte em teoria das categorias, teoria do conhecimento e teoria da ciência (epistemologia); como ciência do transcendental, se converte em teoria da religião e das concepções do mundo. No século XVIII a metafísica era considerada equivalente a uma explicação racional da realidade e no século XIX à pura especulação perante o caráter positivo das ciências. A partir de Heidegger e Jaspers, os pensadores interessados na problemática do ser se esforçaram por elaborar uma noção de metafísica factível e atual.

Teodiceia

Ramo da filosofia que tenta demonstrar racionalmente a existência e os atributos de Deus usando apenas a razão e sem o auxílio de nenhum registro sagrado. A teoria, proposta pelo filósofo Alemão Gottfried Leibniz em 1710, tenta resolver algumas questões como: Se Deus é onipresente e onisciente e nada acontece sem a sua permissão, como é que Ele permite o mal.

G. W. Leibniz “As perfeições de Deus são aquelas de nossas almas, mas, Ele as possui em ilimitada medida; Ele é um Oceano, do qual apenas gotas nos são concedidas; há, em nós, algum poder, algum conhecimento, alguma bondade, mas, em Deus estão em sua inteireza. Ordem, proporções, harmonia nos encantam; (...) Deus é todo ordem; Ele sempre mantém a verdade das proporções, Ele torna a harmonia universal; toda beleza é uma efusão de Seus raios.”

Epicuro, para preservar a liberdade e evitar uma necessidade absoluta, sustentou, após Aristóteles, que os futuros contingentes não eram susceptíveis de determinar a verdade. Pois se era verdade ontem que eu hoje estaria a escrever, então, isso não deixaria de ocorrer, já seria necessária; e, pela mesma razão, seria desde toda eternidade. Assim, não aquilo que ocorre é necessário e é impossível que algo diferente ocorra. Mas, desde que não seja decorreria, de acordo com ele, que os futuros contingentes não determinam a verdade. Para sustentar essa opinião, Epicuro chegou a negar o primeiro e maior princípio das verdades de razão; negou que toda asserção ou era verdadeira ou falsa. Aqui está o modo pelo qual eles o confundiam: “Tu negas fosse verdade ontem que eu deveria escrever hoje; por isso, era falso”. O bom homem, não sendo capaz de admitir essa conclusão, foi obrigado a afirmar que não era nem verdadeiro nem falso. Após isso, ele não precisou de refutação (...)

“Adão pecou livremente e (...) Deus viu o seu pecado já ao conceber a própria possibilidade de Adão que tornou atual de acordo com o grau de permissão divina. É verdade que Adão estava determinado a pecar em consequência de certas inclinações predominantes de sua natureza interna: mas essa determinação interna não destrói quer a contingência quer a liberdade.”

Em Agostinho...

Um dos problemas recorrentes na História da Filosofia Ocidental é o “problema dos futuros contingentes”, que tem seu início em Aristóteles, mas que atingiria vários pensadores até à Modernidade. Durante esse longo percurso, a problemática foi levantada de diversas formas, dentre essas, na Filosofia Medieval, de cunho cristã, em que o problema aparece de forma implícita nos debates acerca do suposto conflito entre a Providência divina e a liberdade humana. E dentre os pensadores medievais, destaca-se Santo Agostinho.

Embora o termo “futuros contingentes” não apareça na Literatura Medieval, bem como nos atuais Manuais de História da Filosofia Medieval, uma vez que só veio a ser cunhado na Modernidade para designar a discussão em torno da possibilidade de eventos futuros - não determinados -, o problema em si remonta ao início da História da Filosofia Ocidental, de forma que muitos foram os filósofos antigos e medievais que se debruçaram, de forma direta ou indireta, sobre o assunto. Assim sendo, podemos dizer que a nomenclatura é moderna, mas o problema e as tentativas de resposta, não. Segundo William Piauí, o problema remonta a Aristóteles quando esse, em sua ontologia, num primeiro momento, buscando afirmar a necessidade do Ser (de que tudo é necessário), aceita o princípio parmenidiano segundo o qual “o ser é, o não-ser não é”, ou que “uma coisa não pode ser e não-ser ao mesmo tempo, ou nas mesmas condições”, ou que “não se pode atribuir o mesmo valor-de-verdade aduas coisas contrárias nas mesmas circunstâncias”, ou seja, valores contrários (verdadeiro e falso) a uma só coisa.

Porém, no Peri hermeneias ou Deinterpretationes, cap. 9, Aristóteles levanta a possibilidade de que existam coisas fora da necessidade ou que existem fatos incertos na natureza (física) e, principalmente, nos atos da vontade humana (moral), deixando margem para uma discussão entre a necessidade do Ser (determinismo) e a possibilidade de eventos futuros contingentes (indeterminismo/liberdade). Dentro dessa lógica, o homem é verdadeiramente livre, pois o fato de Deus prever seus pecados não significa que o obrigue ou o force a cometê-los, conforme diz Agostinho: “Deus, sem forçar ninguém a pecar, prevê, contudo, os que hão de pecar por própria vontade”(De lib. arb. III, 4, 10). Dito isto, Agostinho mostra que o livre--arbítrio é a única causa do pecado, e não existe uma causa da causa. Não existe um força determinística extramundana (seja o destino ou fatalismo natural, ou a presciência divina), nem uma força mundana exterior a si mesmo (os condicionamentos sóciopolíticos, por exemplo) que impulsione o livre-arbítrio a cometer o mal. A vontade é livre, antes de tudo, em relação consigo mesma.16 Por isso Bignotto, comentando a liberdade individual em Agostinho, diz: Nele, o querer é uma faculdade interior, que não precisa se expressar em ação para possuir sua essência. Podemos obrigar alguém a fazer alguma coisa, mas nunca a querê-la.

Em descartes...

Dentre as questões que se ocupa a filosofia, a existência de Deus tem sido, durante séculos, uma incógnita que intrigou e continua a intrigar pensadores. Dentre os filósofos que se empenharam na tentativa de provar a existência de Deus, destacamos Descartes, pois suas reflexões puseram o sagrado ao alcance da razão. Sendo que durante muito tempo o conhecimento sobre Deus foi exclusivo da religião, cujo instrumento para o conhecimento é a fé.

Descartes chega a uma conclusão: pode-se duvidar da existência do corpo, da exatidão dos sentidos, da existência de Deus, do mundo, dos outros seres e objetos, porém não se pode duvidar da ação de duvidar, ou seja, não se pode duvidar do fato de estarmos duvidando. Se estivermos duvidando, estaremos pensando. Diz Descartes: “o pensamento é um atributo que me pertence; somente ele não pode ser separado de mim” (Descartes, Meditações). A própria existência é confirmada através do pensamento. O que somos? Somos alguma coisa que pensa. O pensamento é a única pedra segura na qual se pode alicerçar um edifício. Essa reflexão leva a sua mais famosa frase – cogito ergo sum – penso logo existo. Somente por meio da razão se pode chegar a algo confiável.

Descartes defende a existência de ideias inatas em nossa mente, como o cogito ergo sum, sendo percebido principalmente em relação a existência de Deus. Deus existe para Descartes por existir em nós a ideia de perfeição, quando não somos perfeitos; a ideia de infinito, quando somos finitos, etc. Não poderíamos ser os autores dessas ideias, uma vez que não existem em nós essas qualidades. Faz-se necessário que alguém tenha colocado essas ideias em nós. Ainda, se não sou o criador de mim mesmo, logo sou criado. Ser criado requer a existência de um criador, da mesma forma que ser imperfeito e finito requer a existência de algo perfeito e infinito.

Assim, Deus deixa de ser um objeto da fé e passa a ser um objeto da razão, podendo a filosofia compreender este fenômeno a partir do uso do seu mais forte instrumento, segundo Descartes, o pensamento. Dessa forma, o pensamento lógico pode formular uma hipótese da existência de Deus, sendo uma ideia atingida pelo exercício do pensamento e não apenas uma ideia fruto da crença mítica de explicações vazias, cujo fundamento se alicerça exclusivamente na tradição, dependente da fé ingênua, que não resiste ao questionamento. Na filosofia Deus pode ser discutido.

A Bíblia declara...

“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” Tiago 1:17,18

Deus é imutável em Sua essência, Sua natureza e Seu ser  são  infinitos  e,  assim,  não são sujeitos a mutação alguma, jamais houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser. Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre será. '...eu, o Senhor, não mudo...” (Malaquias 3:6) é a Sua afirmação categórica. Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo. Somente Ele pode dizer: '...EU SOU O QUE SOU...' (Êxodo 3:14). Ele é absolutamente livre da influência do curso do tempo.

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.” Atos 17:24-28

Bibliografia:

GEISLER, Norman. TUREK, Frank. Não Tenho Fé Suficiente para Ser Ateu. Ed. Vida.
SAYÃO, Luiz Alberto Teixeira. Cabeças feitas: filosofia prática para Cristãos. Ed. Hagnos
SCHAEFFER, Francis A. A Morte da Razão. Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. O Deus que Intervém. Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. O Deus que se Revela. Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. Como viveremos? Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. Morte na cidade. Editora Cultura Cristã.
GRENZ, Stanley J. Pós-modernismo. Ed. Vida Nova.
BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar Da Pós-Modernidade. Ed. Zahar
KIVITZ, Ed René. Outra Espiritualidade. Ed Mundo Cristão.
SALLY, Sedgwick. Fundamentação da Metafísica Dos Costumes. Ed Vozes.
AGOSTINHO, Santo. O Livre-arbítrio. Ed. Paulus.
DESCARTES, René. Meditações MetafísicasEd. Edipro.


terça-feira, 24 de outubro de 2017

Antropologia. Sopro de Vida: espírito, alma e corpo.


A Antropologia é uma disciplina de extrema importância. A Palavra antropologia significa, basicamente, estudo do homem. É uma disciplina que investiga as origens, o desenvolvimento e as semelhanças das sociedades humanas assim como as diferenças entre elas. A palavra antropologia deriva de duas palavras gregas: anthropos, que significa “homem” ou “humano”; e logos, que significa “pensamento” ou “razão”. Os antropólogos comumente investigam as formas de desenvolvimento do comportamento humano, objetivando descrever integralmente os fenômenos sócio-culturais.

Em geral, a antropologia pode ser dividida em vários segmentos: Científica, Filosófica, Teológica.

Antropologia Teológica é a ciência da fé que procura articular a existência humana com a verdade revelada por Deus escrita na Bíblia.

Certa vez, alguém disse que o problema no meio religioso é que: “Os liberais estão fazendo perguntas sem oferecer respostas e os conservadores respondendo perguntas que ninguém está fazendo.”

Buscando ser útil, à fundamentação da Fé, hoje quero trazer reflexão a respeito, da parte matérial e imaterial do homem. 

“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e depois se desvanece.” Tiago 4:14

O sopro de Deus É a vida e o poder de Deus, dados ao homem para torná-lo vivente. A palavra hebraica para espírito é ruach, que significa "vento, sopro, ar, espírito”.

“Na sua mão está à alma de tudo quanto vive, e o espírito de toda a carne humana.”  Jó 12:10

O espírito ou fôlego de vida ou respiração é o que Deus deu para Adão quando o criou. Salmo 104:29, ensina que se Deus corta “a respiração, morrem e voltam ao pó.” Todo ser vivente incluindo os animais tem o mesmo fôlego de vida (Gênesis 1:30; 7:21 e 22; Eclesiastes 3:19-21).

Vejamos:

“Quantas são as tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas com sabedoria! A terra está cheia de seres que criaste. Eis o mar, imenso e vasto. Nele vivem inúmeras criaturas, seres vivos, pequenos e grandes. Nele passam os navios, e também o Leviatã, que formaste para com ele brincar. Todos eles esperam em ti para que lhes dês o alimento no tempo certo; tu lhes dás, e eles o recolhem, abres a tua mão, e saciam-se de coisas boas. Quando escondes o rosto, entram em pânico; quando lhes retiras o fôlego, morrem e voltam ao pó. Quando sopras o teu fôlego, eles são criados, e renovas a face da terra.” Salmos 104:24-30 NVI

O destino do homem é o mesmo do animal; o mesmo destino os aguarda. Assim como morre um, também morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida; o homem não tem vantagem alguma sobre o animal. Nada faz sentido! Todos vão para o mesmo lugar; vieram todos do pó, e ao pó todos retornarão. Quem pode dizer se o fôlego do homem sobe às alturas e se o fôlego do animal desce para a terra?” Eclesiastes 3:19-21 NVI

 “alma vivente” também é o termo para descrever a criação dos animais (Gên. 1:20, 21, 24, 30; 2:19; 9:10, 12, 15, 16; Lev. 11:46):

“E disse Deus: Produzam as águas abundantemente répteis de alma vivente; e voem as aves sobre a face da expansão dos céus. E Deus criou as grandes baleias, e todo o réptil de alma vivente que as águas abundantemente produziram conforme as suas espécies; e toda a ave de asas conforme a sua espécie; e viu Deus que era bom.” Gênesis 1:20,21

O que distingue os seres humanos dos animais não é a alma, mas o fato de que os seres humanos foram criados à imagem de Deus, isto é, com possibilidades semelhantes às de Deus, não disponíveis aos animais.

“E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em suas narinas o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente.” Gênesis 2:7

A alma também mencionada como mente e coração é na verdade a parte intelectual do homem, a faculdade que Deus tem; por isso podemos amar como Deus ama (Provérbios 23:7; I João 4:8)

O “fôlego de vida” é o dom da vida que os seres criados possuem pela duração de sua existência terrena.

Enquanto permanecer o “sopro de vida”, os seres criados são “almas viventes”. Quando, porém, o sopro se vai, tornam-se almas mortas. Isso explica porque a Bíblia frequentemente se refere à morte humana como a morte da alma (Lev. 19:28; 21:1, 11; 22:4; Núm. 5:2; 6:6,11; 9:6, 7, 10; 19:11, 13; Ageu 2:13).

Sobre a questão “almas mortas”, abordaremos mais no artigo: OS TRÊS TIPO DE MORTE NA BÍBLIA:
  1. Morte física
  2. Morte espiritual
  3. Morte Eterna (morte escatológica)
Em resultado do sopro divino (fôlego de vida/espírito), o corpo inanimado fez-se um ser vivente, O homem não possui alma, ele é alma, ele vive como alma.

A natureza humana consiste de um todo indivisível onde o corpo, o fôlego de vida (espírito), e a alma funcionam não como entidades separadas, mas como características da mesma pessoa:
  1. O corpo é uma pessoa como um ser concreto;
  2. A alma é uma pessoa como um indivíduo vivo;
  3. O fôlego de vida é a pessoa tendo sua fonte em Deus. (o dom da vida concedido por Deus).


A Tricotomia é uma área da Escatologia Bíblica que apresenta o homem como sendo constituído de três partes: espírito (fôlego de vida), a alma (intelecto) e corpo, que formam um todo indivisível. (somente pelas Escrituras). O termo tricotomia significa “aquilo que é dividido em três”.

Tanto que:

Porque a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais penetrante do que espada alguma de dois gumes, e penetra até à divisão da alma e do espírito, e das juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e intenções do coração.” Hebreus 4:12

Portanto, dizemos que o homem é essencialmente um ser espiritual, porque recebeu em si, algo da “Essência de Deus – Seu sopro”.
  • alma no hebraico: nephesh
  • alma no grego: psyche
e
  • espírito no hebraico: ruah
  • espírito no grego: pneuma
"E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” 1ª Tessalonicenses 5:23

“Disse então Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, E o meu espírito (aqui folêgo) se alegra em Deus meu Salvador;” Lucas 1:46,47

Em Isaías 26:9 o profeta Inspirado por Deus nos mostra que a alma está ligada aos sentimentos, e o espírito é o elemento vital de comunicação com Deus sem o espírito-fôlego de vida, não há homem-alma, para buscar a Deus:

Com minha alma te desejei de noite, e com o meu espírito, que está dentro de mim, madrugarei a buscar-te; porque, havendo os teus juízos na terra, os moradores do mundo aprendem justiça.” Isaías 26:9

E

“Por isso não reprimirei a minha boca; falarei na angústia do meu espírito; queixar-me-ei na amargura da minha alma.” Jó 7:11

Jesus possuía uma alma racional e um espírito humano:

“Então lhes disse: A minha alma está cheia de tristeza até a morte; ficai aqui, e velai comigo.” Mateus 26:38

“E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isto, expirou”. Lucas 23:46

Conforme Eclesiastes 12:7 o pneuma=espirito não desce à sepultura. Ele é parte inerente ao homem sim, mas não o é do corpo sem vida, na morte há uma separação conforme vimos em 1ª Tessalonicenses 5:23.


“E o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.” Eclesiastes 12:7

1) O corpo nos dá a consciência do mundo material.
2) A alma da ao homem a consciência de si mesmo, sabe que é uma personalidade.
3) O espírito nos dá consciência de Deus pois é seu sopro em nós.

O Ser Humano é então formado de:
  • Parte Material: Corpo
  • Parte Imaterial: espírito (fôlego de vida) e alma.
A alma se expressa no mundo através dos cinco sentidos, e os vários sentidos da palavra alma na Bíblia, como sangue, coração, vida animal, pessoa física; devem ser interpretados segundo o contexto da escritura em que está contida.

Exemplo 1:

Toda a alma esteja sujeita às potestades superiores; porque não há potestade que não venha de Deus; e as potestades que há foram ordenadas por Deus." Romanos 13:1

No contexto refere-se a pessoa (carne/corpo), porque você não possui uma alma, você é alma.

Exemplo 2:

“E vos renoveis no espírito da vossa mente;” Efésios 4:23

Nesse contexto, espírito designa a atitude mental dominante de uma pessoa ou de um grupo, que motiva-o a fazer ou a dizer coisas de um determinado modo.

Ambas as palavras: espirito e alma devem ser analisadas sempre no contexto em que aparecem.

E a Alma é o Sangue?

“Somente esforça-te para que não comas o sangue; pois o sangue é vida; pelo que não comerás a vida com a carne;” Deuteronômio 12:23

Os antigos chegaram a essa concepção de que a vida estava no sangue? Os passos para se chegar a esta concepção foram os seguintes:
  • Os antigos tinham uma medicina elementar.
  • Mas eles notaram que o bebê só pode ser considerado vivo depois que inspira (e chora).
  • Observaram também que uma pessoa só poderia ser considerada morta depois que expirasse (e não mais inspirasse).
  • Deduziram que a alma estava na respiração. Então: a alma era o ar. E entrava na pessoa pelo nariz, quando esta nascia, e saia pelo nariz, quando esta morria.
  • Então eles se perguntaram: “Durante a vida onde fica a alma na pessoa? Ou seja, que parte do corpo é a sede da alma?”.
  • E veio uma nova observação da realidade: os soldados feridos em batalha sangravam.
  • O sangue, ao sair do corpo deles, borbulhava. Logo, o sangue continha ar.
  • Enquanto existia sangue no ferido ele permanecia vivo. Mas quando o sangue saía por completo, ele morria.

Logo, numa interpretação a partir do contexto do "lá e então" chegaram-se à seguinte conclusão: a alma é o ar. Entra no corpo pelo nariz e vai para o sangue. Então concluíram: a alma está no sangue.

A alma não está no sangue, nem em nenhuma outra parte localizável do corpo. 

A alma é a pessoa, sua identidade, seu modo de ser, o conjunto de características natas e adquiridas que fazem a gente ser quem é diante de si, dos outros e de Deus. Não é porque doamos sangue para alguém que tiramos um pedaço da alma. Muito menos, ao receber uma doação de sangue, recebemos a alma do doador. Recebemos sim sua generosidade, sua gratuidade em partilhar a vida e isso diz algo sobre ela, mas sua alma não vem no sangue recebido.

E se quisessemos observar essa literalidade atentemos as palavras de Jesus:

“Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos.” João 15:13

Jesus pregou aos espíritos em prisão?

“No qual também foi e pregou aos espíritos em prisão…” (I Pe. 3:19)

Qual é o sentido de 1a. Pe. 3.19, que se refere à pregação de Cristo aos espíritos em prisão no Hades?

Há duas possibilidades (duas conjecturas teológicas) para o conteúdo dessa proclamação. Como disse Santo Agostinho, “Nas coisas essenciais, a unidade; nas coisas não essenciais, a liberdade; em todas as coisas, a caridade.”:

1º) a proclamação feita pelo Cristo crucificado no Hades a todas as almas dos mortos pode ter sido essa: o preço do pecado havia sido pago, e todos os que haviam morrido na fé deveriam aprontar-se para subir ao céu, o que ocorreria logo, no domingo da ressurreição. Jesus desceu ao Hades e proclamou a sua vitória.

2º) a proclamação poderia dizer respeito àquela urgente advertência que Noé havia feito à sua própria geração, no sentido que se refugiassem na arca, antes que o grande dilúvio destruísse toda a raça humana, teria ocorreu, não quando Cristo desceu ao Hades, após sua morte no Calvário, mas em Espírito, o qual falou pela boca de Noé, durante aqueles anos em que a arca era construída.

Dessas duas opções, a primeira diz respeito a uma ocorrência real (cf. Ef. 4:8); essa proclamação teria sido feita a todos os habitantes do Hades, em geral, ou então só aos redimidos, em particular. Mas a segunda, significa que Cristo, mediante o Espírito Santo solenemente advertiu os contemporâneos de Noé, por meio do próprio Noé (conforme descrição em IIPe. 2:5) como pregador ou arauto da justiça.

As Chaves da Morte e do Inferno

Apocalipse 1:12-18
No versículo 18 o Senhor disse: "Eu tenho as chaves da morte e do inferno". Jesus tem as chaves da morte! Isto de maneira alguma significa que Ele causa a morte. Conforme Hebreus 2:14-15 deixa claro:

Hebreus 2:14-15
"E, visto como os filhos participam da carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo; E livrasse todos os que, com medo da morte, estavam por toda a vida sujeitos à servidão."

Ele tem “as chaves da morte e do Hades”, em outras palavras da morada dos mortos. Aqui se fala do poder de Jesus sobre todas as coisas criadas e que Jesus tem o poder sobre a própria morte, que ele venceu pela ressurreição. Para todo o ser humano a morte parece ter poder amedrontador para o ser humano. O texto quer dizer que a vitória sobre a morte vem por Jesus e Dele vem a vida que dura para toda a eternidade.

É importante observar que no texto em nenhum momento Jesus diz que “agora tenho” ou “tomei as chaves da morte e do inferno das mãos do diabo”. Jesus se apresenta como o Soberano Deus eterno (primeiro e último), aquele que venceu a morte e aquele que “tem as chaves da morte e do inferno”. Apenas esse trecho já deixa claro que Jesus não arrancou essas “chaves” das mãos de ninguém.


Qual é a diferença entre Sheol, Hades, Inferno, o lago de fogo?

Nas Escrituras hebraicas, a palavra usada para descrever o reino dos mortos é Sheol. Ela significa simplesmente o "lugar dos mortos" ou o "lugar das almas/ espíritos que partiram." A palavra grega do Novo Testamento usada para "inferno" é hades, que também se refere ao "lugar dos mortos".

A palavra grega gehenna também é usada no Novo Testamento para "inferno" e é derivada da palavra hebraica hinnom. Outras Escrituras no Novo Testamento indicam que Seol/Hades é um lugar temporário onde as almas dos infiéis são mantidas enquanto aguardam a ressurreição e julgamento final no julgamento do Grande Trono Branco.

Ao morrerem fisicamente, as almas dos justos vão diretamente para a presença de Deus - céu/paraíso/seio de Abraão (Lucas 23:43; 2 Coríntios 5:8, Filipenses 1:23).

O lago de fogo, mencionado apenas em Apocalipse 19:20 e 20:10, 14-15, é o inferno final, o lugar de punição eterna para todos os rebeldes impenitentes, tanto angélicos quanto humanos (Mateus 25:41). Ele é descrito como um lugar de fogo e enxofre, e os que lá estão sofrem de uma agonia eterna e indescritível, de uma natureza implacável (Lucas 16:24, Marcos 9:45-46).

Há quem ensine que o inferno é a sepultura e que o homem experimenta aniquilação (cessa de existir conscientemente), que o inferno seria a sepultura, e dizem: Se Jonas tivesse morrido ali no ventre do peixe, o ventre seria a sepultura de Jonas. Tal raciocínio não é coerente, visto que Jonas comparou o ventre do peixe com o inferno, e vejamos: Jonas sentia-se como se estivesse no inferno, e mais: Ele estava atormentado e consciente. Jonas comparou o ventre do peixe com o sofrimento do inferno, e ali, ele estava consciente, assim como é no inferno (Lucas 16:19-31). Jonas estava comparando o inferno com o abismo (Jonas 2:05, veja também: Lucas 16:26/ Apocalipse 20:03).

“E, havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Apocalipse 6:9,10

O que a Bíblia diz acerca do inferno e os vocábulos usados:

1) Seol – No Velho Testamento usualmente significa o lugar dos espíritos dos mortos (Sl. 16.10);
2) Hades – No Novo Testamento usualmente significa o lugar dos espíritos dos mortos (At. 2.27);
3) Tártaro – O lugar preparado para os anjos caídos (2Pe. 2.4);
4) Geena / Lago de Fogo – O lugar de punição eterna, depois da ressurreição do juízo final (Mt. 10.28; Mt. 25.41,46; Lc. 12.4-5).
5) Queber (sepultura) – “…e foi sepultado na sepultura de seu pai (2Sm. 17.23);

EXEMPLOS DA PALAVRA “INFERNO” EM VEZ DE “SEPULTURA”

Escolha de nossos infernos (Gn 23.6). Jacó erigiu uma coluna sobre o inferno dela (Gn 35.20). Em meu inferno que eu cavei (Gn 50.5). Porque... não há infernos no Egito (Êx 14.11). Qualquer  que tocar um inferno será impuro por sete dias (Nm 19.16,18). Enterrado no inferno de meu pai (IISm 19.37). O esqueleto em seu próprio inferno (IRs 13.30). O inferno de Eliseu (IIRs 13.21). O inferno do homem de Deus (IIRs 23.17). Restos meio aos infernos (Is 65.4). Ossos tirados dos infernos (Jr 8.1). Os infernos dos profetas (Mt 23.29). Os infernos dos justos (Mt 23.29). Habitando entre os infernos (Mc5.3).
     
EXEMPLOS DA PALAVRA “SEPULTURA” EM VEZ DE “INFERNO”

Fogo ardendo na sepultura mais inferior, alimentado pela ira de Deus (Dt 32.22). Sofrimentos da sepultura (IISm 22.6). Os ímpios e todas as nações que se esquecem de Deus serão lançados na sepultura (Sl 9.17). A alma na sepultura (Sl 16.10). Angústias da sepultura (Sl 116.3). A sepultura nunca está cheia (Pv 27.20). Os habitantes da sepulturas se juntam para dar as boas-vindas de alguém (Is 14.9). Uma voz que sai da sepultura (Ez 32.21). Réu do fogo da sepultura (Mt 5.22;18.9;Mc 9.43-49). O fogo da sepultura que nunca se apaga (Mc 9.42-29). Somente Deus tem o poder de lançar na sepultura (Lc 12.5). Na sepultura, ele levanta os olhos, estando em tormentos no fogo ... chamas (Lc 16.19-31). Os anjos lançados na sepultura (IIPd 2.4;Jd 6,7).

Portanto, Inferno e Sepultura não são a mesma coisa.

“Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; Porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em glória.” Colossenses 3:1-4

Rodrigo M. de Oliveira.
Teólogo; Pedagogo; Pastor; Professor de Hermenêutica, Filosofia, Introdução à Teologia, Teologia Contemporânea e Escatologia.

Bibliografia:

HOEKEMA, Anthony. Criados à imagem de Deus. Ed. Cultura Cristã.
LEWIS, C. S. A abolição do homem. Editora: Thomas Nelson Brasil.
ZILLES, Urbano. Antropologia Teológica. Paulus Editora.
LADARIA, Luis F. Introdução à antropologia teológica. Edições Loyola.
SHERLOCK, Charles. A Doutrina da Humanidade. Ed. Cultura Cristã
WALTON, John. O Mundo Perdido de Adão e Eva. Ed Ultimato.
SILVA, Severino Pedro Da. O Homem: Corpo, Alma e Espírito. CPAD
HAGIN, Kenneth E. O Homem Em Três Dimensões. Graça Editorial.
OLSON, N. Lawrence. O Plano Divino através dos séculos. Editora CPAD.