segunda-feira, 16 de outubro de 2017

O Dia das Bruxas e A Bíblia


O 31 de outubro é cada vez mais o Halloween ou Dia das Bruxas para os brasileiros do que qualquer reflexão sobre A Reforma Protestante.

O Dia das Bruxas é conhecido mundialmente como um feriado celebrado principalmente nos Estados Unidos, onde é chamado de Halloween. Mas hoje em dia é celebrado em diversos outros países do mundo, inclusive o Brasil.

O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no Reino Unido. Seu nome deriva de "All Hallows' Eve". "Hallow" é um termo antigo para "santo", e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro.

O Dia das Bruxas que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800. Ele permite subverter normais sociais como evitar contato com estranhos ou explorar o lado sombrio do comportamento humano. Une religião, natureza, morte e romance.

Por que a Bíblia condena práticas como bruxaria, consulta aos mortos, adivinhação e etc..?

O contexto desta proibição está em Deuteronômio 18:

“Quando entrares na terra que o Senhor teu Deus te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti não se achará quem faça passar pelo fogo a seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador, nem quem consulte a um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor teu Deus os lança fora de diante de ti. Perfeito serás, como o Senhor teu Deus. Porque estas nações, que hás de possuir, ouvem os prognosticadores e os adivinhadores; porém a ti o Senhor teu Deus não permitiu tal coisa.” Deuteronômio 18:9-14

A grande questão está onde se busca a revelação do sobrenatural.

Depois de uma lista de várias fontes de revelação desaprovadas (18:9-14), encontramos o contraste claro com a fonte aprovada, na Palavra de Deus (18:15). Esta passagem aponta explicitamente para Jesus Cristo, o profeta que seria levantado por Deus. Entender este princípio (de interpretação Cristocêntrica) nos ajuda a ver porque todas as formas de adivinhação, astrologia, feitiçaria e necromancia são condenadas na Bíblia. Procurar revelação de tais fontes é rejeitar a autoridade do Filho de Deus.

Vejamos:

“O Senhor teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis;” Deuteronômio 18:15

O tema central da Bíblia, sem dúvida é o Senhor Jesus Cristo.

A própria Bíblia declara isto em Lucas 24:27: E, começando por Moisés, e por todos os profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras.

No mesmo capítulo, no versículo 44, o próprio Senhor Jesus afirmou: E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.

Em João 5:39, ele reafirma: Examinais as Escrituras, porque vós cuidais ter nelas a vida eterna, e são elas que de mim testificam;

A revelação geral e a revelação especial são as duas formas que Deus tem escolhido para Se revelar à humanidade. 

A revelação geral se refere às verdades gerais que podemos aprender sobre Deus através da natureza. A revelação especial se refere às verdades mais específicas que podemos aprender sobre Deus através do supernatural.

Em relação à revelação geral, Salmos 19:1-4 declara: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos. Um dia discursa a outro dia, e uma noite revela conhecimento a outra noite. Não há linguagem, nem há palavras, e deles não se ouve nenhum som; no entanto, por toda a terra se faz ouvir a sua voz, e as suas palavras, até aos confins do mundo.” De acordo com essa passagem, a existência e o poder de Deus podem ser vistos claramente através da observação do universo. A ordem, detalhes e maravilha da criação falam da existência de um Criador poderoso e glorioso.

A revelação geral também é ensinada em Romanos 1:20: “Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis”. Semelhante ao Salmo 19, Romanos 1:20 ensina que o poder eterno e a natureza divina de Deus “claramente se conhecem” e são “percebidos” pelo que foi criado, e não há nenhuma desculpa para negar esses fatos. 

Com essas Escrituras em mente, talvez uma definição de revelação geral seria: “A revelação de Deus a todas as pessoas, em todos os momentos e em todos os lugares que prova que Deus existe e que Ele é inteligente, poderoso e transcendente.”

A revelação especial é como Deus escolheu Se revelar através de meios milagrosos. Ela inclui aparições físicas de Deus, sonhos, visões, a Palavra escrita de Deus e mais importante – Jesus Cristo. 

A Bíblia registra Deus aparecendo de forma física várias vezes (alguns exemplos: Gênesis 3:8; 18:1; Êxodo 3:1-4; 34:5-7). A Bíblia registra Deus falando a pessoas através de sonhos (Gênesis 28:12; 37:5; 1 Reis 3:5; Daniel capítulo 2) e visões (Gênesis 15:1; Ezequiel 8:3-4; Daniel capítulo 7; 2 Coríntios 12:1-7).

Uma parte importante da revelação de Deus é a Sua Palavra, a Bíblia, a qual também é uma forma de revelação especial. Deus de forma milagrosa guiou os autores das Escrituras a registrarem corretamente a Sua mensagem à humanidade, ao mesmo tempo usando os seus estilos e personalidades. A palavra de Deus é viva e ativa (Hebreus 4:12). A Palavra de Deus é inspirada, útil e suficiente (2 Timóteo 3:16-17).

Para a neo-ortodoxia, é importante mencionar que a Bíblia é vista não como a revelação de Deus, mas apenas como um testemunho humano dessa revelação.

A forma suprema da revelação especial é a pessoa de Jesus Cristo. Deus se tornou um ser humano (João 1:1,14). Hebreus 1:1-3 resume muito bem: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser.”

Preparação: Todo o Antigo Testamento trata da preparação para o advento de Cristo.
Manifestação: Os Evangelhos tratam da manifestação de Cristo ao mundo, como Redentor.
Propagação: Os Atos dos Apóstolos tratam da propagação de Cristo por meio da Igreja.
Explanação: As Epístolas tratam da explanação de Cristo. São os detalhes da doutrina.
Consumação: O Apocalipse trata de Cristo consumando todas as coisas.

Portanto!

“Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele.” Colossenses 1:12-17

“Para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor, e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus e Pai, e de Cristo, Em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.” Colossenses 2:2,3

“Porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade;” Colossenses 2:9

 * neo-ortodoxia foi um movimento teológico que floresceu na Europa (particularmente na Alemanha) da década de 1920. Reagindo ao liberalismo teológico, a teologia dialética tem em Karl Barth o principal nome.

CARSON, D. A. Jesus, O Filho De Deus. Editora Vida Nova.
CAMPOS, Heber Carlos. As Duas Naturezas do Redentor.  Editora Cultura Cristã
CAMPOS, Heber Carlos. A União das Naturezas do Redentor. Editora Cultura Cristã
CULLMAN, Oscar. Cristologia do Novo Testamento. Editora Liber.
WILEY, Orton H. A Excelência da Nova Aliança em Cristo. Editora Central Gospel.
PIPER, John.  A Paixão de Cristo. Editora Cultura Cristã.
OLSON, Roger E. GRENZ, Stanley J. A Teologia do Século 20. Editora Cultura Cristã.
http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2015/10/151029_origem_halloween_rb

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