*o artigo de hoje
nasceu de uma conversa e reflexão no horário do almoço.
"De tanto ver
triunfar as nulidades, de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a
injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem
chega a desanimar da virtude, a rir-se da honra, a ter vergonha de ser
honesto." Rui Barbosa
As palavras de Rui
Barbosa devem estar na mente de muitos cristãos pensando: “será que tudo está
descontrolado e sem rumo?”.
Não é a primeira vez que
alguém se encontra numa situação de “cativeiro”, seja ele literal,
relacional-emocional, psicológico, ou espiritual.
Vamos para a Bíblia!
“E disseram-me: Os
restantes, que ficaram do cativeiro, lá na província estão em grande miséria e
desprezo; e o muro de Jerusalém fendido e as suas portas queimadas a fogo. E
sucedeu que, ouvindo eu estas palavras, assentei-me e chorei, e lamentei por
alguns dias; e estive jejuando e orando perante o Deus dos céus. E disse: Ah!
Senhor Deus dos céus, Deus grande e terrível! Que guarda a aliança e a
benignidade para com aqueles que o amam e guardam os seus mandamentos; Estejam,
pois, atentos os teus ouvidos e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do
teu servo, que eu hoje faço perante ti, dia e noite, pelos filhos de Israel,
teus servos; e faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos
cometido contra ti; também eu e a casa de meu pai temos pecado. De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os
juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo. Lembra-te, pois, da palavra que
ordenaste a Moisés, teu servo, dizendo: Vós transgredireis, e eu vos espalharei
entre os povos. E vós vos convertereis a mim, e guardareis os meus mandamentos,
e os cumprireis; então, ainda que os vossos rejeitados estejam na extremidade
do céu, de lá os ajuntarei e os trarei ao lugar que tenho escolhido para ali
fazer habitar o meu nome.” Neemias 1:3-9
Depois de confessar
tanto o seu pecado quanto o do povo, Neemias lembrou (Antropopatia) o Senhor acerca do que Ele
mesmo tinha dito. Eu vos espalharei entre os povos. Essa é uma alusão ao
concerto de Deus em Levítico 26.27-45 e Deuteronômio 30.1-5.0 próprio Neemias
havia nascido na Pérsia, uma nação distante, porque o Altíssimo tinha cumprido
essa promessa. O Senhor havia prometido que, se os israelitas se voltassem para
Ele em obediência, o Altíssimo iria ajuntá-los mais uma vez na terra deles.
Neemias se dirigiu ao Senhor como o Deus que mantém o concerto e confessou os
seus pecados e os do povo, porque a Lei exigia confissão (Lv 16.21). Então,
lembrou (Antropopatia) o Todo-poderoso de Sua promessa: fazer com que Israel retornasse para
sua terra. A última intenção do concerto divino não era apenas fazer o povo
regressar, mas fazê-lo voltar ao lugar onde o Altíssimo estabelecera Seu nome.
É assim mesmo, há
momentos em nossa vida que achamos que Deus nos esqueceu, que a humanidade está
esquecida, que o maligno tomou conta.
Mas, note algo sobre
esses dias turbulentos que vivemos:
“E foi-lhe dada uma
boca, para proferir grandes coisas e blasfêmias; e deu-se-lhe poder para agir
por quarenta e dois meses. E abriu a sua boca em blasfêmias contra Deus, para
blasfemar do seu nome, e do seu tabernáculo, e dos que habitam no céu. E
foi-lhe permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe poder
sobre toda a tribo, e língua, e nação.” Apocalipse 13:5-7
Percebeu as palavras: “foi-lhe
dada”, “deu-se-lhe poder”, "E foi-lhe permitido”.
“Eu sou o Senhor, e não
há outro; fora de mim não há Deus; eu te cingirei, ainda que tu não me conheças;
Para que se saiba desde o nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim
não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz, e crio as
trevas; eu faço a paz, e crio o mal; eu, o Senhor, faço todas estas coisas. Destilai,
ó céus, dessas alturas, e as nuvens chovam justiça; abra-se a terra, e produza
a salvação, e ao mesmo tempo frutifique a justiça; eu, o Senhor, as criei. Ai
daquele que contende com o seu Criador! o caco entre outros cacos de barro!
Porventura dirá o barro ao que o formou: Que fazes? ou a tua obra: Não tens
mãos?” Isaías 45:5-9
É boa a definição de A.
W. Pink: Deus é soberano, isso quer dizer que ele não precisa do conselho, ou
ordem de ninguém. Tudo o que Deus faz, o faz, em última instância, por que
assim o quis, nada é capaz de levar Deus a fazer o que Ele não quer.
Os livros proféticos do
Antigo Testamento demonstram claramente o domínio do Altíssimo sobre os reinos
humanos. Deus nunca foi intimidado por nenhum governante, mas os líderes sábios
aprenderam a respeitar a vontade do Criador, o soberano Deus. Aproximadamente
600 anos antes do nascimento de Jesus, o homem mais poderoso do mundo foi
humilhado por Deus justamente para aprender esta lição: “o Altíssimo tem
domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Daniel 4:32).
Na profecia que
Jeremias transmitiu sobre a Filístia, por exemplo, há uma conversa com a espada
do Senhor, que ele havia mandado para executar a justiça. A conversa começa com
um pedido a favor dos castigados: “Ah! Espada do SENHOR, até quando deixarás de
repousar? Volta para a tua bainha, descansa e aquieta-te.” A resposta explica a
natureza da espada como instrumento sujeito à vontade de Deus: “Como podes
estar quieta, se o SENHOR te deu ordem? Contra Asquelom e contra as bordas do
mar é para onde ele te dirige” (Jeremias 47:6-7). Enquanto não cumprisse a
missão dada por Deus, a espada não repousaria.
A espada de Deus, hoje,
é a palavra do Senhor, e a guerra na qual pelejamos é espiritual, não carnal
(Efésios 6:10-17). A missão é levar o conhecimento da verdade a todos os homens
(1ª Timóteo 2:4), com a esperança de conduzi-los à obediência de Cristo:
“Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque as
armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir
fortalezas, anulando nós sofismas e toda altivez que se levante contra o
conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo,
e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a vossa
submissão” (2 Coríntios 10:3-6).
O Padrão de Julgamento
de Deus
Buscar Compreender à
luz das Escrituras esse padrão ajuda a confiar mais na Soberania de Deus. O
"padrão de julgamento" de Deus revelado no Antigo Testamento — Uma
vez que Deus usa militarmente uma nação para trazer julgamento físico sobre
outra nação, Ele se vira contra a nação cuja força militar acabou de usar, e
coloca essa nação sob julgamento físico completo.
“e diga: ‘Assim diz o
Soberano Senhor: Estou contra você, ó Gogue, príncipe maior de Meseque e de
Tubal. Farei você girar, porei anzóis em seu queixo e o farei sair com todo o
seu exército: seus cavalos, seus cavaleiros totalmente armados e uma grande
multidão com escudos grandes e pequenos, todos eles brandindo suas espadas.”
Ezequiel 38:3,4
“E quando o Filho do
homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará
no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e
apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as
ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda. Então dirá o Rei aos que
estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai, possuí por herança o reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo;” Mateus 25:31-34
Me recordo, de um amigo
que trouxe uma reflexão sobre três correntes (visões de mundo) escatológicas. (análise
do Apocalipse sobre o fim dos tempos):
- Pré-milenista: “Dias piores virão”
- Pós-milenista: “Dias melhores virão”
- Amilenista: “vida que segue, o Messias está voltando.”
Escatologia é uma
daquelas coisas em que os teólogos concordam em discordar.
Exemplo 1 - Segunda
Vinda de Cristo:
Amilenismo: A segunda
vinda de Cristo é um evento único e visível a todos, ou seja, não existe o
conceito de arrebatamento secreto. No Amilenismo a Segunda Vinda de Cristo em
glória e o arrebatamento é uma coisa só.
Pré-Milenismo
Histórico: A Segunda Vinda de Cristo e o arrebatamento são o mesmo evento.
Pós-Milenismo: Igual às
visões anteriores, Cristo volta de forma visível e em glória em um único
evento.
Dispensacionalismo
Clássico: A segunda vinda de Cristo será dividida em duas fases, sendo a
primeira para arrebatar secretamente a igreja, e a segunda de forma visível e
em glória após os sete anos de grande tribulação.
Exemplo 2 - Milênio:
Amilenismo: O milênio
não é um período literal de mil anos. No Amilenismo o milênio é espiritual onde
os salvo reinam com Cristo no céu e sobre a terra, e começou na primeira vinda
de Cristo.
Pré-Milenismo
Histórico: É reconhecido o Reino de Cristo na presente era com a Igreja, porém
haverá também um reino milenar e literal no futuro após a segunda vinda de
Cristo, com Jesus reinando sobre as nações do mundo (talvez não necessariamente
o período seja de mil anos).
Pós-Milenismo: Conforme
o Evangelho for sendo pregado será iniciado o milênio, onde o mundo inteiro
será evangelizado e a maioria das pessoas serão convertidas. A cristianismo
será o padrão e não a exceção, ou seja, a plantação será de trigo e não de joio
(a referência a Parábola de Jesus é usada para defender esse conceito).
Dispensacionalismo
Clássico: Milênio futuro e literal após a segunda fase da segunda vinda de
Cristo.
Como diria Agostinho:
“Nas coisas essenciais,
a unidade; nas coisas não essenciais, a liberdade; em todas as coisas, a
caridade.”
Essencial é:
“E, eis que cedo venho,
e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra. Eu sou o
Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, o primeiro e o derradeiro.” Apocalipse
22:12,13
“Aguardando a
bem-aventurada esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso
Senhor Jesus Cristo;” Tito 2:13
“Quando Cristo, que é a
nossa vida, se manifestar, então também vós vos manifestareis com ele em
glória.” Colossenses 3:4
Agora, que os dias são
maus, isso são:
“Portanto, vede
prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo;
porquanto os dias são maus.” Efésios 5:15,16
“Filhinhos, é já a
última hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também agora muitos se têm
feito anticristos, por onde conhecemos que é já a última hora.” 1ª João 2:18
“Sabe, porém, isto: que
nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de
si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e
mães, ingratos, profanos, Sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores,
incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, Traidores, obstinados,
orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, Tendo aparência de
piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te. Porque deste número são
os que se introduzem pelas casas, e levam cativas mulheres néscias carregadas
de pecados, levadas de várias concupiscências;” 2ª Timóteo 3:1-6
Veja que interessante
18 (dezoito): 6+6+6, características dos homens nos últimos dias, listadas nessa
carta de Paulo.
compare com:
“Aqui há sabedoria.
Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um
homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.” Apocalipse 13:18
“Desde o início faço
conhecido o fim, desde tempos remotos, o que ainda virá. Digo: Meu propósito
ficará de pé, e farei tudo o que me agrada.” Isaías 46:10
Nada escapa ao controle
de Deus, está tudo correndo dentro do propósito Divino:
“Por isso, o Senhor
esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se
compadecer de vós, porque o Senhor é um Deus de eqüidade; bem-aventurados todos
os que nele esperam.” Isaías 30:18
“Porque desde a
antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu
um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.” Isaías 64:4
Para ler meu artigo
sobre o galarão acesse aqui:
JONES, Martyn Lloyd. Uma nação sob a ira
de Deus. Ed. PES
SPROUL, R. C. Deus Controla Tudo? Ed.
Fiel
PINK, Arthur W. Deus é Soberano. Ed Fiel
PENTECOST, J. Dwight. Manual de
escatologia. Ed. Vida.
Temos vivido realmente tempos difíceis, trabalhosos. O texto de 2 tm citado acima parece um relato de Paulo olhando para o tempo atual. Mas em tudo podemos confiar e acreditar na Soberania de Deus que não dorme e nem se cansa. Parabéns pelo artigo.
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