“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá
amanhã. Porque, que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco, e
depois se desvanece.” Tiago 4:14
“A morte não é o fim,
mas o começo de uma nova dimensão de vida - a vida eterna (...) Pela sua
ressurreição de entre os mortos, Jesus demonstrou que existe vida após a morte.”
Billy Graham
A palavra morte é a
tradução da palavra grega thanatos e tem o sentido de separação.
A palavra Tanatologia
provém de: Thanatos= morte e Logos= estudo. Ou seja, o estudo da morte, em seus
aspectos físicos, espirituais, psicológicos e sociais.
Na mitologia Grega,
Thanatos é um personagem que aparece em inúmeros mitos e lendas. Filho de Nix
(a Noite) e Érebo (a Escuridão) e irmão gêmeo de Hipnos (o Sono), habitava os
Campos Elíseos (o paraíso do país de Hades, o mundo dos mortos). Thanatos é a
personificação do deus da morte.
Morrer é uma
interrupção tão violenta, que nós nunca estaremos prontos para assimilar isso,
vida e morte são condições tão opostas, é algo que nem quem vai, nem quem fica
estão preparados para compreender. Uma hora estamos entre todos, outra hora
estamos distante para sempre de todos.
Tanto é assim que vejam
a reação de Jesus diante da morte de um amigo:
“Tendo, pois, Maria
chegado aonde Jesus estava, e vendo-o, lançou-se aos seus pés, dizendo-lhe:
Senhor, se tu estivesses aqui, meu irmão não teria morrido. Jesus pois, quando
a viu chorar, e também chorando os judeus que com ela vinham, moveu-se muito em
espírito, e perturbou-se. E disse: Onde o pusestes? Disseram-lhe: Senhor, vem,
e vê. Jesus chorou.” João 11:32-35
No entanto os salmos
dizem:
“Preciosa é à vista do
Senhor a morte dos seus santos.” Salmos 116:15
Como entender? Pelo
fato de o justo ter sido feito justo pelo Sangue de Cristo sua morte é a “perda”
de algo muito valoroso, daí ser preciosa à vista do Senhor.
Tanto é assim que a
sentença dele é que as pessoas se convertam e vivam:
“Dize-lhes: Vivo eu,
diz o Senhor DEUS, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio
se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos
maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ezequiel 33:11
“Desejaria eu, de
qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor DEUS; Não desejo antes que se
converta dos seus caminhos, e viva?” Ezequiel 18:23
Há três tipos de Morte
na Bíblia:
1) Morte espiritual
> separação de Deus;
2) Morte física >
espírito separado do corpo;
3) Morte eterna >
eterna separação de Deus.
“Era da idade de trinta
e dois anos quando começou a reinar, e reinou oito anos em Jerusalém; e foi sem
deixar de si saudades; e sepultaram-no na cidade de Davi, porém não nos
sepulcros dos reis.” 2ª Crônicas 21:20
A Bíblia narra a
história de Jeorão, um rei de Judá que, embora tenha recebido, bons
ensinamentos e exemplos de seu pai, Josafá, subiu ao trono e agiu de forma
contrária às instruções que recebeu. Ele desobedeceu a Deus, odiou e tramou o
mal contra todos, tanto que chegou ao ponto de assassinar seus próprios irmãos.
No auge do
autoritarismo, as pessoas não podiam manifestar a rejeição que tinham a Jeorão.
Porém, quando ele morreu, estavam livres para expressar o alívio que sentiam
com sua partida. O povo ficou tão feliz em saber da sua morte, que ninguém em Jerusalém queimou incenso, um costume da
época praticado na ocasião da morte de um rei. Além disso, seus súditos não
acharam justo colocar seu corpo junto ao sepulcro dos reis. Por isso,
sepultaram-no sem honra. Jeorão não deixou marcas
positivas, pelo contrário! Ele despertou nas pessoas que o conheceram, e
naquelas que ouviram falar dele, o sentimento de repúdio e reprovação, como disse o texto: "morreu sem deixar de si saudades".
Ao ler a história
triste deste homem, como não refletir em nossa própria vida?
O que fica na vida não
é o ponto de partida, nem o ponto de chegada, são as sementes que plantamos ao
longo do caminho.
“O justo perece, e
ninguém pondera sobre isso em seu coração; homens piedosos são tirados, e
ninguém entende que os justos são tirados para serem poupados do mal. Aqueles
que andam retamente entrarão na paz; acharão descanso na morte.” Isaías 57:1,2
Há consciência após a
morte?
“Tudo quanto te vier à
mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde
tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes
9:10
O livro de Eclesiastes
se propõe a abordar a vida humana na terra do ponto de vista natural. Daí o
autor usar sempre as expressões “debaixo do sol” e “debaixo do céu” (1.3; 3.1;
9.6, etc.). No capítulo 9, ele se refere exclusivamente à vida na terra, enfatizando-se
que a morte é a separação entre a parte material (corpo) e a parte espiritual
(formada por alma e espírito), como lemos em 12.7: “e o pó volte à terra, como
o era, e o espírito volte a Deus, que o deu”.
Estado Intermediário e
a Consciência pós morte:
O chamado "estado
intermediário" é o que abrange o período entre a morte e a ressurreição.
“Ora, havia um homem
rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias
regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que
jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas
que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E
aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão;
e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando
em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse:
Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a
ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta
chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em
tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E,
além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que
quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para
cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois
tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também
para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas;
ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse
ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés
e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.” Lucas
16:19-31
“Porque também Cristo
padeceu uma vez pelos pecados, o justo pelos injustos, para levar-nos a Deus;
mortificado, na verdade, na carne, mas vivificado pelo Espírito; No qual também
foi, e pregou aos espíritos em prisão;” 1ª Pedro 3:18,19
“E, havendo aberto o
quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da
palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. E clamavam com grande voz,
dizendo: Até quando, ó verdadeiro e santo Dominador, não julgas e vingas o
nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Apocalipse 6:9,10
Como vimos nos textos bíblicos
morte não tem o sentido de inconsciência e inexistência.
Busca por significado
na vida.
É verdade que muitas
pessoas, tem medo da morte por não saberem o que significa “passar para o outro
lado”, porém, faço coro com quem pensa que a grande maioria das pessoas não tem
“medo” de morrer; elas, na verdade, tem medo de morrer sem saber por que
viveram.
Teillhar de Chardin, filósofo e matemático francês, propôs que “não
somos seres humanos passando por uma experiência espiritual, somos seres
espirituais passando por uma experiência humana”.
Dessa busca por sentido
na vida, por uma razão de existência, gosto sempre de citar:
“O coração do homem tem um vazio do tamanho de
Deus.” Fyodor Dostoyevsky,
“Porque convém que isto
que é corruptível se revista da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se
revista da imortalidade. E, quando isto que é corruptível se revestir da
incorruptibilidade, e isto que é mortal se revestir da imortalidade, então
cumprir-se-á a palavra que está escrita: Tragada foi a morte na vitória.” 1ª
Coríntios 15:53,54
Viver é a melhor opção!
A felicidade é uma questão de tempo.
Rodrigo Martins. Bacharel em Teologia. Professor de Hermenêutica e Escatologia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário