segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

O Salmo 24 e A Palavra Profética!



“Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.” Salmos 24:7

O salmo é messiânico porque traz em si valores proféticos acerca de Jesus, o Cristo quando da sua ascensão.

“DO Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que nele habitam Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.) Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)”

Obs. Selá é uma palavra usada geralmente em Salmos, e possui um conceito de difícil tradução. (Ela não pode ser confundida com a palavra hebraica sela‘ (em hebraico: סֶלַע) que significa "rocha".) É uma instrução sobre a leitura do texto, algo como "Medite". Os Salmos foram cantados acompanhados por instrumentos musicais e há referências a isto em muitos capítulos. Trinta eum dos trinta e nove salmos com o título "Para o músico mor" incluem a palavra "Selá". Selá registra uma pausa na música e tem um propósito similar ao Amém na medida em que ressalta a importância da passagem anterior.

Classificado como salmo messiânico, o salmo vinte e quatro tem sido visto como litúrgico, pois celebra a entrada no santuário. Crê-se que no contexto da liturgia do culto dos Hebreus , esse seja um dos salmos que fosse entoado por um coro postado nos portões do templo.

Os salmos 22,23 e 24 formam uma única mensagem. O salmo 22 fala do passado, o 23 do presente e o 24 do futuro. O salmo 22 é um salmo messiânico, referindo-se a morte e ressurreição de Jesus Cristo, escrito mil anos antes do nascimento de Jesus. O salmista teve uma visão profética do calvário, pode olhar mil anos na frente e descreveu no salmo 22 o sentimento de Jesus na cruz. Jesus cumpre a palavra profética declarando: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Para declararmos que o Senhor é o nosso pastor (Sl. 23) precisamos aceitar a obra do calvário (Sl. 22).

A Entrada do Rei da Glória

Na Bíblia geralmente as palavras possuem cumprimentos duplos ou triplos. Isto é muito comum nos Salmos.

As passagens nas escrituras, tem pelo menos três aplicações e pode então ser apresentadas de três maneiras, por exemplo:

1º) Histórica - Literal.
2º) Doutrinária - Moral.
3º) Profética ou Espiritual.

Veja, Oséias 11:1 por exemplo diz: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do Egito Chamei o meu Filho”.

Literalmente o texto refere-se à saída de Israel do Egito.

Doutrinariamente figuradamente mostra quando um pecador deixa o Egito(mundo) e torna-se filho de Deus.

Profeticamente se cumpriu em Jesus Cristo, como prova o evangelista Mateus (Mt 2:15).

“E esteve lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.”

Tendo esclarecido isto voltemos para o Salmo 24:

Descrição do fato:

Naturalmente, depois que a batalha se encerra, o exército e a arca faziam o trajeto de volta ao santuário. 

Essa é provavelmente a situação que está por traz da liturgia no salmo 24.

Depois de uma declaração da soberania de Deus. Sobre usa criação (v. 1,2) os versos de 3 a 6 descrevem o tipo de pessoa que podia entrar nos recintos sagrados. Pode ser que isso implique que alguém ou determinado grupo procurasse ter acesso ao santuário, e, pelos versículos de 7 a 10, acreditamos que a idéia se refere ao exército, no momento em que retorna a Jerusalém para colocar a arca de volta no lugar Santíssimo.

Portanto, a interpretação do diálogo que acontece nos versículos de 7 a 10 é de que se trata de uma conversa entre um porteiro levita e os sacerdotes que carregavam a arca à frente do exército. Os primeiros a falar são os sacerdotes, que pedem acesso pelos portões da cidade: “abram-se, ó portais abram-se, ó portas antigas, para que o Rei da Glória entre”. (v 7 em algumas traduções).

A maneira de se entender historicamente (literalmente), como Deus pode ser visualizado em sua entrada pelo portão da cidade seria representado pela arca. De qualquer forma esse pedido é seguido por uma resposta indagadora do porteiro: “Quem é o Rei da Glória?” (v. 8a).

É obvio que os sacerdotes sabem muito bem quem é o Rei da Glória. Todavia a pergunta admite uma resposta de LOUVOR DESCRITIVO a DEUS, o Guerreiro.

De novo o sacerdote na liderança do exército responde: “O Senhor forte e valente, O Senhor valente nas guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portais antigos, para que o Rei da glória entre”. (v 8b,9).

Isso fornece a oportunidade para uma enfática reafirmação da pergunta e da resposta: “Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos, ele é o Rei da glória”. (v 10).

Entendemos que será no tribunal de Cristo que o Salmo 24.7-10, terá seu cumprimento profético, quando a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, eentrará o Rei da Glória. Então milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da Glória? e a igreja responde: O Senhor forte e poderoso na guerra. Mas não abrirá, e a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrara o Rei da Gloria. E milhares de anjos perguntarão: Quem é este Rei da glória? E a igreja responderá: E o Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Então os umbrais se abrirão e o Senhor entrará com a igreja e os anjos a glorificarem o seu nome.

E sem dúvida há ali a descrição doutrinária, de como moralmente devem andar aqueles que quiserem habitar com Deus.

Rodrigo M. de Oliveira
Pastor; Pedagogo; Bacharel em Teologia; Professor no Instituto Teológico Quadrangular.

Leia meus dois outros artigos relacionados ao tema:

O Natal e A Cosmovisão Cristã:


Os Salmos e A Hermenêutica:


Bibliografia:

O. Palmer Robertson. A Estrutura e teologia dos Salmos. Editora Cultura Cristã.
SPURGEON, C.H. Esboços Bíblicos de Salmos. Shedd Publicações.
FILHO, Isaltino Gomes Coelho. Teologia dos Salmos. Editora: JUERP.
STANLEY, Gundry. Deus Mandou Matar ? Editora Vida.
KIVITZ, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia: A acidez da vida e a sabedoria do Eclesiastes. Editora: Mundo Cristão.
PENTECOST, J. Dwight. Manual de Escatologia. Editora Vida.
PINK, Arthur W. O Anticristo