“Levantai,
ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei
da Glória.” Salmos 24:7
O salmo é messiânico
porque traz em si valores proféticos acerca de Jesus, o Cristo quando da sua
ascensão.
“DO
Senhor é a terra e a sua plenitude, o mundo e aqueles que
nele habitam Porque ele a fundou sobre os mares, e a firmou sobre os
rios. Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele
que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à
vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a
justiça do Deus da sua salvação. Esta é a geração daqueles que buscam, daqueles
que buscam a tua face, ó Deus de Jacó. (Selá.) Levantai, ó portas, as vossas
cabeças; levantai-vos, ó entradas eternas, e entrará o Rei da Glória.
Quem é este Rei da Glória? O Senhor forte e poderoso, o Senhor
poderoso na guerra. Levantai, ó portas, as vossas cabeças, levantai-vos, ó
entradas eternas, e entrará o Rei da Glória. Quem é este Rei da
Glória? O Senhor dos Exércitos, ele é o Rei da Glória. (Selá.)”
Obs. Selá
é uma palavra usada geralmente em Salmos, e possui um
conceito de difícil tradução. (Ela não pode ser confundida com
a palavra hebraica sela‘ (em hebraico: סֶלַע) que significa
"rocha".) É uma instrução sobre a leitura do texto, algo como
"Medite". Os Salmos foram cantados acompanhados por instrumentos musicais e há
referências a isto em muitos capítulos. Trinta eum dos
trinta e nove salmos com o título "Para o músico mor"
incluem a palavra "Selá". Selá registra uma pausa na
música e tem um propósito similar ao Amém na medida em que ressalta a
importância da passagem anterior.
Classificado como salmo
messiânico, o salmo vinte e quatro tem sido visto como litúrgico, pois celebra
a entrada no santuário. Crê-se que no contexto da liturgia do culto dos Hebreus
, esse seja um dos salmos que fosse entoado por um coro postado nos portões do
templo.
Os salmos 22,23 e 24
formam uma única mensagem. O salmo 22 fala do passado, o 23 do presente e o 24
do futuro. O salmo 22 é um salmo messiânico, referindo-se a morte e
ressurreição de Jesus Cristo, escrito mil anos antes do nascimento de Jesus. O
salmista teve uma visão profética do calvário, pode olhar mil anos na frente e
descreveu no salmo 22 o sentimento de Jesus na cruz. Jesus cumpre a palavra
profética declarando: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” Para
declararmos que o Senhor é o nosso pastor (Sl. 23) precisamos aceitar a obra do
calvário (Sl. 22).
A Entrada
do Rei da Glória
Na Bíblia geralmente as
palavras possuem cumprimentos duplos ou triplos. Isto é muito comum nos Salmos.
As passagens nas
escrituras, tem pelo menos três aplicações e pode então ser
apresentadas de três maneiras, por exemplo:
1º) Histórica -
Literal.
2º) Doutrinária -
Moral.
3º) Profética ou
Espiritual.
Veja, Oséias 11:1 por
exemplo diz: “Quando Israel era menino, Eu o amei; e do
Egito Chamei o meu Filho”.
Literalmente o
texto refere-se à saída de Israel do Egito.
Doutrinariamente e figuradamente mostra
quando um pecador deixa o Egito(mundo) e torna-se filho de Deus.
Profeticamente se
cumpriu em Jesus Cristo, como prova o evangelista Mateus (Mt 2:15).
“E esteve
lá, até à morte de Herodes, para que se cumprisse o que foi dito da parte do
Senhor pelo profeta, que diz: Do Egito chamei o meu Filho.”
Tendo esclarecido isto
voltemos para o Salmo 24:
Descrição do fato:
Naturalmente, depois
que a batalha se encerra, o exército e a arca faziam o trajeto de
volta ao santuário.
Essa é provavelmente a
situação que está por traz da liturgia no salmo 24.
Depois de uma
declaração da soberania de Deus. Sobre usa criação (v. 1,2) os versos de 3 a 6
descrevem o tipo de pessoa que podia entrar nos recintos sagrados. Pode ser que
isso implique que alguém ou determinado grupo procurasse ter acesso ao santuário, e,
pelos versículos de 7 a 10, acreditamos que a idéia se refere ao exército, no
momento em que retorna a Jerusalém para colocar a arca de volta no lugar
Santíssimo.
Portanto, a
interpretação do diálogo que acontece nos versículos de 7 a 10 é de que se
trata de uma conversa entre um porteiro levita e os sacerdotes que
carregavam a arca à frente do exército. Os primeiros a falar são os sacerdotes,
que pedem acesso pelos portões da cidade: “abram-se, ó portais abram-se, ó
portas antigas, para que o Rei da Glória entre”. (v 7 em algumas traduções).
A maneira de se
entender historicamente (literalmente), como Deus pode ser visualizado em sua
entrada pelo portão da cidade seria representado pela arca. De qualquer forma
esse pedido é seguido por uma resposta indagadora do porteiro: “Quem é o Rei da
Glória?” (v. 8a).
É obvio que os
sacerdotes sabem muito bem quem é o Rei da Glória. Todavia a pergunta admite
uma resposta de LOUVOR DESCRITIVO a DEUS, o Guerreiro.
De novo o sacerdote na
liderança do exército responde: “O Senhor forte e valente, O Senhor valente
nas guerras. Abram-se, ó portais; abram-se, ó portais antigos, para que o Rei
da glória entre”. (v 8b,9).
Isso fornece a
oportunidade para uma enfática reafirmação da pergunta e da resposta:
“Quem é esse Rei da glória? O Senhor dos exércitos, ele é o Rei da glória”. (v
10).
Entendemos que será no
tribunal de Cristo que o Salmo 24.7-10, terá seu cumprimento
profético, quando a igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças;
levantai-vos, ó entradas eternas, eentrará o Rei da Glória. Então milhares
de anjos perguntarão: Quem é este Rei da Glória? e a igreja responde:
O Senhor forte e poderoso na guerra. Mas não abrirá, e a
igreja dirá: Levantai, ó portas, as vossas cabeças; levantai-vos, ó entradas
eternas, e entrara o Rei da Gloria. E milhares de anjos
perguntarão: Quem é este Rei da glória? E a igreja
responderá: E o Senhor dos Exércitos, Ele é o Rei da Glória. Então os
umbrais se abrirão e o Senhor entrará com a igreja e os
anjos a glorificarem o seu nome.
E sem dúvida há
ali a descrição doutrinária, de como moralmente devem andar aqueles que
quiserem habitar com Deus.
Rodrigo M. de Oliveira
Pastor; Pedagogo;
Bacharel em Teologia; Professor no Instituto Teológico Quadrangular.
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O Natal e A Cosmovisão Cristã:
Os Salmos e A
Hermenêutica:
Bibliografia:
O. Palmer Robertson. A Estrutura e teologia dos Salmos. Editora Cultura Cristã.
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SPURGEON, C.H. Esboços
Bíblicos de Salmos. Shedd Publicações.
FILHO, Isaltino Gomes
Coelho. Teologia dos Salmos. Editora: JUERP.
STANLEY, Gundry. Deus
Mandou Matar ? Editora Vida.
KIVITZ, Ed René. O livro mais mal-humorado da Bíblia: A
acidez da vida e a sabedoria do Eclesiastes. Editora: Mundo Cristão.
PENTECOST, J. Dwight.
Manual de Escatologia. Editora Vida.
PINK, Arthur W. O
Anticristo.