A Teologia do Crescimento.
O Conhecimento Teológico para
Melhor Servir!
Há uma reflexão da qual não sei quem
é o autor, que considero urgente nesses dias:
“Antes de conhecer Deus
academicamente, o teólogo precisa conhecê-lo pessoalmente. Antes de se
enveredar pelo problema filosófico e teológico do sofrimento, o teólogo precisa
aprender a chorar com os que choram e a alegrar-se com os que se alegram. Por
ser reconhecido como teólogo, ele será ouvido, lido, consultado, citado, e, portanto
não pode inventar suas teologias, assim como o profeta não podia inventar suas
visões nem declarar “assim diz o Senhor”, se o Senhor nada lhe dissera. O
teólogo precisa caminhar lado a lado com a fé e com a razão e, se em algum
momento tiver de abrir mão de uma delas, deve ficar com a fé.”
Duas perguntas:
Sua vida está sem significado (propósito)?
Já ouviu falar nos Moravianos?
Falar em Morávia, hoje em dia,
parece estranho aos nossos ouvidos. Na verdade, não temos familiaridade com
esse nome.
A Morávia foi o útero mater de um
dos maiores movimentos de missões existentes no mundo até então. Foi lá que o
Conde Zinzendorf, impulsionado pelo desejo profundo de evangelizar o mundo,
realizou um grande projeto de Deus, despertando a Igreja para missões mundiais.
A Morávia e a Boêmia eram duas províncias situadas a noroeste do império
austríaco e faziam fronteira com a Saxônia. A Morávia do século XVIII
localizava-se na Europa Central, no centro da antiga Tchecoslováquia.
Wiliam Carey é considerado o pai
das missões Protestantes, primariamente pelo fato de ter ele fundado a
Sociedade Missionária Batista. Tal sociedade teve seu início em 1792, 275 anos
após Martinho Lutero ter afixado as Noventa e Cinco Teses à entrada da Igreja
de Wittemberg em 1517. Essa sociedade foi um veículo Protestante para o envio
de missionários ao mundo não-cristão. Carey, contudo, não inventou o movimento
missionário Protestante. Ele construiu a plataforma da qual o movimento missionário
Protestante tinha lançado, de uma série de pranchas cortadas durante séculos,
entre Lutero e ele. Uma dessas pranchas foi o Pietismo, um movimento evangélico
interdenominacional e internacional, que procurava revitalizar a igreja
existente, através de pequenos grupos dedicados ao estudo da Bíblia, oração,
responsabilidade mútua e missões. August Hermann Francke definiu a agenda do
Pietismo em apenas doze palavras:
“uma vida mudada, uma igreja reavivada, uma
nação reformada, um mundo evangelizado”.
Duas outras pranchas
significativas na plataforma de Carey foram a Igreja Moraviana e os Puritanos.
Os Moravianos foram os primeiros Protestantes a colocar em prática a idéia de
que a evangelização dos perdidos é dever de toda a igreja, e não somente de uma
sociedade ou de alguns indivíduos. Anteriormente, a responsabilidade pela
evangelização havia sido lançada nos degraus dos governos, através das
atividades colonizadoras deles. Os Moravianos, contudo, criam que as missões
são responsabilidade de toda a igreja local.
A história dos Moravianos
antecede à Reforma. Conhecidos originalmente como os Unitas Fratrum, ou a
Unidade dos Irmãos, esses cristãos Checos foram os seguidores do mártir John
Huss, um Reformador antes da Reforma. Ele foi martirizado em 6 de julho de
1415, e os Moravianos honram sua morte no calendário deles ainda hoje. Após a
morte de Huss, seus seguidores, que foram muitas vezes conhecidos como
Hussitas, ou como os Irmãos Boêmicos, experimentaram um verdadeiro
ressurgimento. Eles se reorganizaram no ano de 1457, e no tempo da Reforma
havia entre 150 a 200 mil membros em quatrocentas igrejas por toda a Europa
Central. Mas, no levante das guerras dos 1600, a Boêmia e Morávia (República
Checa) foram dominadas por um rei católico romano, o qual desencadeou uma
terrível perseguição contra os Moravianos. Quinze de seus líderes foram
decapitados. Os membros da igreja foram mandados para os calabouços e para as
minas para trabalhos forçados. As escolas deles foram fechadas. Bíblias,
hinários, catecismos e escritos históricos foram totalmente queimados. Foram
todos espalhados. De fato, 16 mil famílias, repentinamente, se tornaram
refugiadas. Por quase cem anos procuravam fugir da perseguição. Por causa disso
formaram uma poderosa rede de cristãos “clandestinos” através de pequenas
células.
Paul Pierson, missiólogo,
escreveu: “Os Moravianos se envolveram com o mundo das missões como uma igreja,
isto é, toda a igreja se tornou uma sociedade missionária”. Devido ao seu
profundo envolvimento, esse pequeno grupo ofereceu mais da metade dos
missionários Protestantes que deixaram a Europa em todo o século XVIII.
Devido os Moravianos terem sido
pessoas sofredoras, podiam facilmente se identificar com aqueles que sofriam.
Eles iam àqueles que eram rejeitados por outros.
Eles colocavam o crescimento do
reino de Cristo acima de uma expansão denominacional. A obra missionária
Moraviana era regada de oração. No ano de 1727, em Herrnhut na Alemanha,
ocorreu um grande avivamento espiritual, os Moravianos começaram uma vigília de
virada de relógio, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana,
trezentos e sessenta e cinco dias por ano. E eles não oravam por aquilo que não
estavam dispostos a ser a resposta.
Deve-se ter me mente que quanto
mais saudável for a igreja no sentido bíblico-teológico, maior e melhor será
seu crescimento, pois uma igreja saudável cresce naturalmente.
Em seu livro: “Igrejas amigáveis e
acolhedoras, George Barna, demonstra por meio de pesquisas que as igrejas que
crescem em quantidade e qualidade, são aquelas que estão interessadas nas
necessidades das pessoas, e naquilo que faz com que "suas mentes se debatam".
Por que uma mensagem tão bem
preparada pelo pastor as vezes não prende atenção dos ouvintes nem faz a igreja
crescer?
A Resposta remonta o período
pós-reforma:
A modernidade tirou Deus do
centro do universo e colocou o homem, os valores deixaram de vir do plano
transcendental e passaram a ser ditados pela vida terrena. No contexto de
profundas crises humanas, mudanças irão surgir nas múltiplas faces sociais e
culturais. Podemos dizer que nas últimas décadas do século XX entra em cena um
espectro fantasmagórico e um ar perfumado de incertezas e dúvidas: o
pós-modernismo. Há uma ruptura com o mundo ordenado da modernidade e a crença
no progresso vira comicidade (piada). Mudanças ocorrem em vários campos, as
“certezas” se diluem em incertezas. Entra em cena no século XXI um novo
conceito: “O hipermodernismo”, no hipermundo a marca tornou-se mais importante
do que nossos desejos, e gostos para consumir. Hipermodernidade é o termo
criado pelo filósofo francês Gilles Lipovetsky para delimitar o momento atual
da sociedade humana. O termo “hiper” é utilizado em referência a uma agravamento
dos valores criados na Modernidade, atualmente elevados de forma a criar uma
ícone um modelo representativo.
A luz de uma teologia mais consistente
é possível responder a essa sociedade, e ainda fazer “transformação social”,
isto por meio da proclamação (pregação) do evangelho, se levarmos a sério que
os problemas da sociedade tem sua origem na queda, uma vez que o indivíduo
tenha sua mente transformada, (aberta), pelo evangelho de uma forma integral, ele
estudará, trabalhará e buscará ser útil de forma tangível no contexto social
onde está inserido.
Os Dois Jovens Moravianos
Durante esse período dois jovens
Moravianos, de 20 anos ouviram sobre uma ilha no Leste da Índia cujo dono era
um britânico agricultor e ateu, este tinha tomado das florestas da África mais
de 2000 pessoas e feito delas seus escravos, essas pessoas iriam viver e morrer
sem nunca ouvirem falar de Cristo.
Dois jovens Moravianos, de 20
anos ouviram sobre uma ilha no Leste da Índia cujo dono era um Britânico agricultor
e ateu, este tinha tomado das florestas da África mais de 2000 pessoas e feito
delas seus escravos, essas pessoas iriam viver e morrer sem nunca ouvirem falar
de Cristo.
Esses jovens fizeram contato com
o dono da ilha e perguntaram se poderiam ir para lá como missionários, a
resposta do dono foi imediata: ” Nenhum pregador e nenhum clérigo chegaria a
essa ilha para falar sobre essa coisa sem sentido”. Então eles voltaram a orar
e fizeram uma nova proposta: “E se fossemos a sua ilha como seus escravos para
sempre?”, o homem disse que aceitaria, mas não pagaria nem mesmo o transporte
deles. Então os jovens usaram o valor de sua própria venda para custear sua
viagem.
No dia que estavam no porto se
despedindo do grupo de oração e de suas famílias o choro de todos era intenso,
pois sabiam que nunca mais veriam aqueles irmãos tão queridos, quando o navio
tomou certa distância eles dois se abraçaram e gritaram suas ultimas palavras
que foram ouvidas:
“QUE O CORDEIRO QUE FOI IMOLADO
RECEBA A RECOMPENSA DO SEU SOFRIMENTO“.
Talvez devêssemos nos convencer,
que não devíamos orar se não estivéssemos dispostos a ser a resposta pelo o que
estamos orando.
Isso me lembrar a canção de Anderson
Freire: “Força e Sabedoria”: (clique para ouvir)
Rodrigo Martins, professor e
vice-diretor no ITQ Juiz de Fora MG