quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Deus, uma impossibilidade filosófica?


Acredito ser pertinente e até urgente à leitura do artigo de hoje, para àqueles e àquelas que desejam apresentar a mensagem cristã em nossa sociedade atual (pós-moderna).

Reproduzo aqui em texto parte da discussão que propus na disciplina que lecionei: Introdução à Filosofia, isso no mês em que se comemoram os 500 anos da reforma, tendo em vista a autoridade da igreja e sua clara relevância na “pós–modernidade”.

Aproveito a oportunidade para demonstrar através da argumentação e bibliografia o que os alunos e alunas encontrarão ao estudar conosco.

Filosofia é uma palavra grega que significa "amor à sabedoria" ou ainda "amigo da sabedoria" (filos) e consiste no estudo de problemas fundamentais relacionados à existência, ao conhecimento, à verdade, aos valores morais e estéticos, à mente e à linguagem. Filósofo é um indivíduo que busca o conhecimento de si mesmo, movido pela curiosidade e sobre os fundamentos da realidade. É uma atitude natural do homem em relação ao universo e seu próprio ser. Atribui-se a Pitágoras de Samos (século V a.C) a invenção da palavra “filosofia”. Quando perguntado qual sua função disse: filósofo-amigo da sabedoria, pois dizia que só os deuses têm a sabedoria plena. Teve seu começo em Tales da colônia grega de Mileto por isso chamado Tales de Mileto.

A dimensão religiosa do homem faz parte de seu ser mais profundo: longe de ser fonte de alienação, ela dispõe o homem para a verdadeira alegria. O desejo mais profundo que se inscreve no coração do homem, criado à imagem de Deus, é a sede de Deus:

Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando entrarei e me apresentarei ante a face de Deus? As minhas lágrimas servem-me de mantimento de dia e de noite, enquanto me dizem constantemente: Onde está o teu Deus? Quando me lembro disto, dentro de mim derramo a minha alma; pois eu havia ido com a multidão. Fui com eles à casa de Deus, com voz de alegria e louvor, com a multidão que festejava. Por que estás abatida, ó minha alma, e por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei pela salvação da sua face.” Salmos 42:1-5

“A minha alma anseia pelo Senhor, mais do que os guardas pela manhã, mais do que aqueles que guardam pela manhã.” Salmos 130:6

Por que Deus não acaba com o mal e portanto, com nosso sofrimento?

Circula pela internet desde 2004 um texto que narra um episódio ocorrido com um aluno de uma escola que, certa vez, diz para seu professor, depois de mostrar várias provas e contrapor o bem e o mal, que Deus realmente existe: O texto sugere que o mal não existe, assim como a escuridão não existe, sendo esta apenas a ausência de luz, por analogia o mal é ausência de bem: uma escolha de não praticar o bem:

“Aquele, pois, que sabe fazer o bem e não o faz, comete pecado.” Tiago 4:17

Um filósofo certa vez formulou a questão a respeito da relação entre a onipotência e a bondade de Deus. A coisa é mais ou menos assim: “se Deus existe, ele é todo poderoso e é bom, pois não fosse todo-poderoso, não seria Deus, e não fosse bom, não seria digno de ser Deus. Mas se Deus é todo-poderoso e bom, então como explicar tanto sofrimento no mundo? Caso Deus seja todo-poderoso, então ele pode evitar o sofrimento, e se não o faz, é porque não é bom, e nesse caso, não é digno de ser Deus. Mas caso seja bom e queira evitar o sofrimento, e não o faz porque não consegue, então ele não é todo-poderoso, e nesse caso, também não é Deus. Considerando, portanto, que não é possível que Deus seja ao mesmo tempo bom e todo-poderoso, a lógica é que Deus é uma impossibilidade filosófica", ou se preferir, a idéia de Deus não faz sentido, e o melhor que temos a fazer é admitir que Deus não existe”.

Parece que estamos diante de um dilema insolúvel. Mas Einstein nos deu uma dica preciosa. Disse que quando chegamos a um “problema insolúvel”, devemos mudar o paradigma de pensamento que o criou. O paradigma de pensamento que considera o binômio “onipotência/bondade” como ponto de partida para pensar o caráter de Deus nos deixa em situação difícil. Existiria, entretanto, outro paradigma de pensamento? Será que as palavras “onipotência” e “bondade” são as que melhor resumem o dilema de Deus diante do mal e do sofrimento do inocente? Há outras palavras que podem ser colocadas neste quebra-cabeça?

Este problema foi enfrentado pelo Apostolo Paulo, em seu debate com os filósofos gregos de seu tempo. A mensagem cristã era muito simples: Deus veio ao mundo e morreu crucificado. Pior do que isso: Deus foi crucificado num “jogo de empurra” entre judeus e romanos, isto é, diferentemente dos outros deuses, o Deus cristão foi morto não por deuses mais poderosos, mas por homens. "Sendo Deus, jamais poderia ser morto por mãos humanas, e sendo o Deus onipotente, jamais poderia nem mesmo ser morto." Paulo estava diante de um dilema semelhante ao proposto no inicio, Deus era uma impossibilidade filosófica.

Foi então que os apóstolos surgiram com uma resposta: antes de vir ao mundo ao encontro dos homens, Deus se esvaziou da sua onipotência, isto é, abriu mão do exercício de sua onipotência, e por amor, deixou-se matar por eles. (“Deus abriu mão do exercício de sua onipotência”, bem diferente de “Deus abriu mão de sua onipotência”).

O apóstolo Paulo admitia que não era possível pensar em Deus sem considerar o binômio bondade/onipotência. Optou pela palavra amor, assim como o apóstolo João, que afirmou “Deus é amor”. Jesus de Nazaré foi Deus encarnado na forma de Amor, e não Deus encarnado na forma de Onipotência.

Isso faz todo o sentido: "Um Deus que viesse ao encontro das pessoas em trajes onipotentes chegaria para se impor e reivindicar obediência irrestrita, impressionando pela sua majestade e força sem iguais. A contrapartida do poder é a obediência, enquanto a contrapartida do amor é a liberdade. Também assim pensou o apóstolo Paulo, ao afirmar que o que constrange as pessoas a viver para Deus é o amor de Deus (demonstrado na morte de Jesus na cruz) Ao decidir criar o ser humano à sua imagem e semelhança, deveria criá-lo livre. Desejando um relacionamento com o ser humano, deveria dar a esse ser a liberdade de responder voluntariamente ao seu amor. Entre a onipotência e a bondade de Deus existe a liberdade do homem, e o compromisso de Deus em respeitar esta liberdade. O mal é consequencia inevitável da liberdade humana, que teima em dar as costas para Deus e tentar fazer o mundo acontecer à sua própria maneira. Deus não acaba com o mal porque o mal não existe, o que existe é o malvado. O mal não é uma entidade ao lado de Deus. O mal é o resultado de uma ação humana em afastar-se do Deus, sumo bem. Para acabar com o mal, Deus teria que acabar com o malvado. Mas, sendo amor, entre acabar com o malvado e redimir o malvado, Deus escolheu sofrer enquanto redime, para não negar a si mesmo destruindo o objeto do seu amor." 

Por esta razão, Deus esvazia-se de sua onipotência, abre mão de se relacionar em termos de onipotência-obediência, e se relaciona com a humanidade com base no amor.

Aprofundando a discussão...

Pré-modernismo

Na Idade Média (o período pré-moderno), acreditava-se que a verdade era privilégio de alguns grupos especiais. Uma pessoa comum não tinha a menor condição de alcançar a verdade sobre qualquer área. A verdade poderia ser encontrada somente no clero ou na igreja. Se você desejasse conhecer a verdade, iria conversar com um sacerdote. Sempre que os sacerdotes discordassem entre si ou não tivessem uma posição, a verdade seria decidida pelo papa ou por um dos grandes concílios da igreja.

Modernismo Cristão

Durante a Reforma Protestante, a confiança das pessoas em grupos privilegiados começou a se fragmentar. Passou-se a acreditar que a verdade não residia mais na igreja, mas em declarações lógicas baseadas em meticulosa pesquisa bíblica. Sacerdotes, papas e nobres não tinham mais acesso à verdade do que qualquer outra pessoa. Qualquer um, com esforço e habilidade, poderia compreender a verdade através do estudo racional das Escrituras.

Modernismo Secular

Com o Iluminismo, o mundo experimentou uma mudança do modernismo cristão para o modernismo secular. 

Começando com René Descartes (1596-1650), o pai da filosofia moderna, os modernistas seculares vieram a crer que a chave para a verdade não era o estudo da Bíblia, mas a dúvida metodológica. O objetivo era eliminar todos os tipos de superstição ao se expor as falhas de todo pensamento anterior. Isso seria realizado aplicando-se métodos meticulosos e científicos a todas as questões, inclusive religiosas. Assim, a verdade seria encontrada no processo científico de cuidadosa observação e experimentação. A razão humana seria capaz de resolver qualquer coisa.

Pós-modernismo

Na pós-modernidade, a verdade não é encontrada primariamente na ciência, na Bíblia ou na igreja; é encontrada nos relacionamentos, na experiência e na narração de histórias. A verdade se tornou bastante ilusória. Em vez de “a verdade”, o pós-moderno prefere pensar em “muitas verdades”, uma “variedade de verdades” ou a “verdade para mim”. Acredita-se que ninguém consegue ter uma compreensão clara e perfeita da verdade, mas que cada pessoa percebe parte da verdade. Assim, o resultado são pequenos pedaços de conhecimento.

A construção da comunidade é, portanto, um componente essencial na busca pós-moderna da verdade. À medida que cada um compartilha a parte da verdade que experimenta e conhece, todos se beneficiam disso. No ambiente pós-moderno, construir comunidade é mais importante que as ideias que antes mantinham as comunidades juntas. Na pós-modernidade não há um “centro da verdade” mas vários centros coexistem ao mesmo tempo.

Metafísica

A metafísica é uma palavra com origem no grego e que significa "o que está para além da física". É uma doutrina que busca o conhecimento da essência das coisas. O termo metafísica foi consagrado por Andrônico de Rodes a partir da ordenação dos livros aristotélicos referidos à ciência dos primeiros princípios e primeiras causas do ser. Para Aristóteles a metafísica é, simultaneamente, ontologia, filosofia e teologia, na medida em que se ocupa do ser supremo dentro da hierarquia dos seres. Neste sentido, foi recolhida pela filosofia tradicional até Kant, que se interrogou sobre a possibilidade da metafísica como ciência. A interpretação da metafísica como estudo do "sobrenatural" é de origem neoplatônica. A tradição escolástica identificou o objeto de estudo da metafísica com o da teologia, ainda que tenha distinguido as duas pelos métodos usados: para explicar Deus, a metafísica recorre à razão e a teologia à revelação. Na Idade Moderna, ocorre uma clara separação entre a concepção aristotélica e a neoplatônica: a metafísica como ontologia se converte em teoria das categorias, teoria do conhecimento e teoria da ciência (epistemologia); como ciência do transcendental, se converte em teoria da religião e das concepções do mundo. No século XVIII a metafísica era considerada equivalente a uma explicação racional da realidade e no século XIX à pura especulação perante o caráter positivo das ciências. A partir de Heidegger e Jaspers, os pensadores interessados na problemática do ser se esforçaram por elaborar uma noção de metafísica factível e atual.

Teodiceia

Ramo da filosofia que tenta demonstrar racionalmente a existência e os atributos de Deus usando apenas a razão e sem o auxílio de nenhum registro sagrado. A teoria, proposta pelo filósofo Alemão Gottfried Leibniz em 1710, tenta resolver algumas questões como: Se Deus é onipresente e onisciente e nada acontece sem a sua permissão, como é que Ele permite o mal.

G. W. Leibniz “As perfeições de Deus são aquelas de nossas almas, mas, Ele as possui em ilimitada medida; Ele é um Oceano, do qual apenas gotas nos são concedidas; há, em nós, algum poder, algum conhecimento, alguma bondade, mas, em Deus estão em sua inteireza. Ordem, proporções, harmonia nos encantam; (...) Deus é todo ordem; Ele sempre mantém a verdade das proporções, Ele torna a harmonia universal; toda beleza é uma efusão de Seus raios.”

Epicuro, para preservar a liberdade e evitar uma necessidade absoluta, sustentou, após Aristóteles, que os futuros contingentes não eram susceptíveis de determinar a verdade. Pois se era verdade ontem que eu hoje estaria a escrever, então, isso não deixaria de ocorrer, já seria necessária; e, pela mesma razão, seria desde toda eternidade. Assim, não aquilo que ocorre é necessário e é impossível que algo diferente ocorra. Mas, desde que não seja decorreria, de acordo com ele, que os futuros contingentes não determinam a verdade. Para sustentar essa opinião, Epicuro chegou a negar o primeiro e maior princípio das verdades de razão; negou que toda asserção ou era verdadeira ou falsa. Aqui está o modo pelo qual eles o confundiam: “Tu negas fosse verdade ontem que eu deveria escrever hoje; por isso, era falso”. O bom homem, não sendo capaz de admitir essa conclusão, foi obrigado a afirmar que não era nem verdadeiro nem falso. Após isso, ele não precisou de refutação (...)

“Adão pecou livremente e (...) Deus viu o seu pecado já ao conceber a própria possibilidade de Adão que tornou atual de acordo com o grau de permissão divina. É verdade que Adão estava determinado a pecar em consequência de certas inclinações predominantes de sua natureza interna: mas essa determinação interna não destrói quer a contingência quer a liberdade.”

Em Agostinho...

Um dos problemas recorrentes na História da Filosofia Ocidental é o “problema dos futuros contingentes”, que tem seu início em Aristóteles, mas que atingiria vários pensadores até à Modernidade. Durante esse longo percurso, a problemática foi levantada de diversas formas, dentre essas, na Filosofia Medieval, de cunho cristã, em que o problema aparece de forma implícita nos debates acerca do suposto conflito entre a Providência divina e a liberdade humana. E dentre os pensadores medievais, destaca-se Santo Agostinho.

Embora o termo “futuros contingentes” não apareça na Literatura Medieval, bem como nos atuais Manuais de História da Filosofia Medieval, uma vez que só veio a ser cunhado na Modernidade para designar a discussão em torno da possibilidade de eventos futuros - não determinados -, o problema em si remonta ao início da História da Filosofia Ocidental, de forma que muitos foram os filósofos antigos e medievais que se debruçaram, de forma direta ou indireta, sobre o assunto. Assim sendo, podemos dizer que a nomenclatura é moderna, mas o problema e as tentativas de resposta, não. Segundo William Piauí, o problema remonta a Aristóteles quando esse, em sua ontologia, num primeiro momento, buscando afirmar a necessidade do Ser (de que tudo é necessário), aceita o princípio parmenidiano segundo o qual “o ser é, o não-ser não é”, ou que “uma coisa não pode ser e não-ser ao mesmo tempo, ou nas mesmas condições”, ou que “não se pode atribuir o mesmo valor-de-verdade aduas coisas contrárias nas mesmas circunstâncias”, ou seja, valores contrários (verdadeiro e falso) a uma só coisa.

Porém, no Peri hermeneias ou Deinterpretationes, cap. 9, Aristóteles levanta a possibilidade de que existam coisas fora da necessidade ou que existem fatos incertos na natureza (física) e, principalmente, nos atos da vontade humana (moral), deixando margem para uma discussão entre a necessidade do Ser (determinismo) e a possibilidade de eventos futuros contingentes (indeterminismo/liberdade). Dentro dessa lógica, o homem é verdadeiramente livre, pois o fato de Deus prever seus pecados não significa que o obrigue ou o force a cometê-los, conforme diz Agostinho: “Deus, sem forçar ninguém a pecar, prevê, contudo, os que hão de pecar por própria vontade”(De lib. arb. III, 4, 10). Dito isto, Agostinho mostra que o livre--arbítrio é a única causa do pecado, e não existe uma causa da causa. Não existe um força determinística extramundana (seja o destino ou fatalismo natural, ou a presciência divina), nem uma força mundana exterior a si mesmo (os condicionamentos sóciopolíticos, por exemplo) que impulsione o livre-arbítrio a cometer o mal. A vontade é livre, antes de tudo, em relação consigo mesma.16 Por isso Bignotto, comentando a liberdade individual em Agostinho, diz: Nele, o querer é uma faculdade interior, que não precisa se expressar em ação para possuir sua essência. Podemos obrigar alguém a fazer alguma coisa, mas nunca a querê-la.

Em descartes...

Dentre as questões que se ocupa a filosofia, a existência de Deus tem sido, durante séculos, uma incógnita que intrigou e continua a intrigar pensadores. Dentre os filósofos que se empenharam na tentativa de provar a existência de Deus, destacamos Descartes, pois suas reflexões puseram o sagrado ao alcance da razão. Sendo que durante muito tempo o conhecimento sobre Deus foi exclusivo da religião, cujo instrumento para o conhecimento é a fé.

Descartes chega a uma conclusão: pode-se duvidar da existência do corpo, da exatidão dos sentidos, da existência de Deus, do mundo, dos outros seres e objetos, porém não se pode duvidar da ação de duvidar, ou seja, não se pode duvidar do fato de estarmos duvidando. Se estivermos duvidando, estaremos pensando. Diz Descartes: “o pensamento é um atributo que me pertence; somente ele não pode ser separado de mim” (Descartes, Meditações). A própria existência é confirmada através do pensamento. O que somos? Somos alguma coisa que pensa. O pensamento é a única pedra segura na qual se pode alicerçar um edifício. Essa reflexão leva a sua mais famosa frase – cogito ergo sum – penso logo existo. Somente por meio da razão se pode chegar a algo confiável.

Descartes defende a existência de ideias inatas em nossa mente, como o cogito ergo sum, sendo percebido principalmente em relação a existência de Deus. Deus existe para Descartes por existir em nós a ideia de perfeição, quando não somos perfeitos; a ideia de infinito, quando somos finitos, etc. Não poderíamos ser os autores dessas ideias, uma vez que não existem em nós essas qualidades. Faz-se necessário que alguém tenha colocado essas ideias em nós. Ainda, se não sou o criador de mim mesmo, logo sou criado. Ser criado requer a existência de um criador, da mesma forma que ser imperfeito e finito requer a existência de algo perfeito e infinito.

Assim, Deus deixa de ser um objeto da fé e passa a ser um objeto da razão, podendo a filosofia compreender este fenômeno a partir do uso do seu mais forte instrumento, segundo Descartes, o pensamento. Dessa forma, o pensamento lógico pode formular uma hipótese da existência de Deus, sendo uma ideia atingida pelo exercício do pensamento e não apenas uma ideia fruto da crença mítica de explicações vazias, cujo fundamento se alicerça exclusivamente na tradição, dependente da fé ingênua, que não resiste ao questionamento. Na filosofia Deus pode ser discutido.

A Bíblia declara...

“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Segundo a sua vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como primícias das suas criaturas.” Tiago 1:17,18

Deus é imutável em Sua essência, Sua natureza e Seu ser  são  infinitos  e,  assim,  não são sujeitos a mutação alguma, jamais houve tempo quando Ele não era; jamais virá tempo quando Ele deixará de ser. Deus não evoluiu, nem cresceu, nem melhorou. Tudo que Ele é hoje, sempre foi e sempre será. '...eu, o Senhor, não mudo...” (Malaquias 3:6) é a Sua afirmação categórica. Ele não pode mudar para melhor, pois já é perfeito; e, sendo perfeito, não pode mudar para pior. Completamente imune de tudo quanto Lhe é alheio, é impossível melhoramento ou deterioração. Ele é perpetuamente o mesmo. Somente Ele pode dizer: '...EU SOU O QUE SOU...' (Êxodo 3:14). Ele é absolutamente livre da influência do curso do tempo.

O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.” Atos 17:24-28

Bibliografia:

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SAYÃO, Luiz Alberto Teixeira. Cabeças feitas: filosofia prática para Cristãos. Ed. Hagnos
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SCHAEFFER, Francis A. O Deus que se Revela. Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. Como viveremos? Editora Cultura Cristã.
SCHAEFFER, Francis A. Morte na cidade. Editora Cultura Cristã.
GRENZ, Stanley J. Pós-modernismo. Ed. Vida Nova.
BAUMAN, Zygmunt. O Mal-Estar Da Pós-Modernidade. Ed. Zahar
KIVITZ, Ed René. Outra Espiritualidade. Ed Mundo Cristão.
SALLY, Sedgwick. Fundamentação da Metafísica Dos Costumes. Ed Vozes.
AGOSTINHO, Santo. O Livre-arbítrio. Ed. Paulus.
DESCARTES, René. Meditações MetafísicasEd. Edipro.


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